Os meus olhos abrem-se com a claridade que entra pela janela do quarto de hotel. Esfrego os mesmos, tentando afastar o sono que ainda se apodera de mim. Hoje é o dia em que vamos viajar para Washington D.C., para o concerto desta noite, depois de três concertos aqui em Foxborough.
"Bom dia." - a voz de Louis faz-me desviar a atenção do teto branco do quarto para ele, que se encontra a sair da casa de banho, já pronto mas com o cabelo ainda meio molhada.
"Hum... Bom dia." - a minha voz sonolenta, responde - "Que horas são?"
"7a.m." - ele diz e eu grunho em resposta - "Eu sei que é cedo, mas tens de te despachar para termos tempo de tomar o pequeno-almoço antes de viajarmos para D.C."
"Okay." - eu resmungo - "Vão ser mesmo sete horas sentada num autocarro, não é?" - eu continuo a resmungar enquanto me levanto da cama e recolho as roupas para me vestir na casa de banho.
"Sim, babe, mas podes descansar lá." - Louis diz, chegando-se até mim e puxando-me suavemente para si, depositando depois um beijo nos meus lábios - "Bom dia, de novo, sua pequena mal-humorada."
"Vê lá se a pequena mal-humorada não te corta o abono de família." - eu ameaço, tentando esconder a minha vontade de rir e caminho para o interior da casa de banho.
Lavo a cara e opto por não tomar duche agora, mas sim quando chegarmos ao hotel em Washington, depois da hora de almoço. Troco o meu pijama por uma roupa simples, frescas e casual (*link externo*), prendendo o meu cabelo castanho escuro, de seguida, num rabo de cavalo. Coloco corretor de olheiras e faço um pouco de risco, como faço, normalmente, todos os dias. Saio de novo da casa de banho e arrumo todas as minhas coisas na mala, pegando no meu telemóvel e colocando-o no bolso do meu casaco, bem como os meus fones.
"Estás pronta?" - Louis pergunta-me, enquanto se certifica que tem tudo o que é seu arrumado na sua mala.
"Sim." - puxo a pega da minha mala e deslizo com ela até ao exterior do quarto, que Louis fecha.
De mãos entrelaçadas, descemos até à receção do hotel, onde entregamos as nossas malas aos seguranças que as vão levar para o autocarro, e dirigimo-nos à sala de refeições para tomarmos o pequeno-almoço. É demasiado cedo para eu ter qualquer tipo de fome, mas ainda assim obrigo-me a comer um croissant pequeno e a beber um iogurte, apenas para não ficar sem nada no estômago.
"Malta, está na hora de irmos embora." - Paul avisa-nos e todos nos começamos a levantar e caminhamos até ao autocarro.
Gemma foi embora ontem, pois as suas mini-férias terminaram, e Sophia também foi passar algum tempo com a família, pelo que apenas resto eu, a Raquel, a Nonô e a Madalena, que neste momento, é a única solteira entre nós. Acho que ela e Zayn têm algo, tipo uma curte, mas como nenhum deles a admite, eu não me vou meter.
Entramos todos no autocarro e vamos até àquela espécie de sala onde estivemos com os rapazes quando fomos para Lisboa. Dispomo-nos pelo sofá de forma a tentarmos caber todos, mas o Liam e o Zayn decidem ir para o chão. Encosto a cabeça ao ombro do Louis e fecho os olhos, aproveitando o facto de o sol estar a bater-me mesmo de frente.
"Queres ir deitar-te?" - Louis sussurra-me e eu aceno afirmativamente.
Caminhamos ambos até àquilo a que os rapazes chamam dormitórios, mas que na verdade são apenas algumas camas, umas em cima das outras, tapadas por cortinas. Louis pede-me que suba umas pequenas escadas para a cama que ele indica como sendo a sua. Sobe comigo e deitamo-nos os dois, eu com a cabeça descansada no seu peito, enquanto ele brinca com os meus cabelos. Ele tira o seu telemóvel do bolso e começa a mostrar algumas fotos suas com elementos da sua família, falando das suas irmãs. Mas há algo que quebra dentro de mim quando, no meio dessas fotos, aparece uma dele e da sua família, onde também a Eleanor está presente. Eu não tenho mesmo nada contra ela, é só que é estranho pensar que era ela quem estava no meu lugar até há tão pouco tempo e que ele ainda mantém recordações com ela, recordações essas que nunca serei capaz de apagar. Eu sei que nunca serei a Eleanor e, por vezes, isso assusta-me porque pode querer dizer que o Louis nunca gostará de mim como gostou dela. Afinal, um namoro de dois anos não se esquece assim.
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Dream | l.t. ☑
Hayran KurguNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...