Capítulo 1 - O aniversário

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Aviso: A ação da história e o tempo real não serão os mesmos, por isso é necessário que tenham isso em atenção. 

(1 de maio de 2014)

Depois de arrumar as coisas na minha mochila, fechar o computador e avisar os meus pais, saí de casa em direção à casa da minha vizinha, mais especificamente, a casa de uma das minhas melhores amigas. Se há algo que adoro é mesmo o facto de poder viver perto de ambas – e quando digo perto é realmente perto, porque uma é a minha vizinha do lado e a outra vive algumas casas à frente, em dois minutos facilmente estou em casa dela. Toco à campainha e a mãe da Madalena vem abrir a porta.

“Boa noite, querida.” – cumprimentou-me – “A Madalena está no quarto à tua espera com a Nonô, vai ter com elas.”

“Obrigada, tia.” – sorri-lhe, subindo para o andar de cima, até ao quarto da Madalena.

Já estavam as duas com o balde de pipocas na mão, sentadas no chão do quarto, à minha espera para a sessão de cinema. Isto é algo que fazemos sempre na véspera de aniversário umas das outras: combinamos em casa da Madalena, uma sessão de cinema depois de jantar e ficamos lá a dormir. Costuma ser sempre em casa da Madalena pois é a, de nós as três, que tem o quarto maior. Pouso a mochila ao lado da mochila de Nonô e vou sentar-me ao lado delas.

“Pronta para o teu último filme com 17 anos, Carolina?” – Nonô encara-me, sorridente, e pergunta.

“Claro que sim. Honestamente, não poderia estar mais ansiosa por fazer 18 anos.” - eu sei que os meus pais me vão dar mais um pouco de liberdade depois de os fazer e isso é, realmente, algo que quero.

“Então, só por seres a aniversariante, tens direito a escolher o filme.” – a Madalena estende-me o seu computador, para eu vasculhar a sua pasta e escolher um filme.

This Is Us?” – eu pergunto, fazendo um dos meus maiores sorrisos, ao que ambas assentem freneticamente.

Uma das coisas, provavelmente, mais importante que me une às raparigas é o nosso amor incondicional pelos One Direction. Chamem-nos infantis, se quiserem, mas eles realmente para nós são mais que uma banda. Eles uniram-nos ainda mais e eles deram-nos o mote para que nunca desistíssemos dos nossos sonhos. Isto pode parecer uma parvoíce e eu sei que muita gente o encara dessa forma, mas é aquilo que nós sentimos. Infelizmente, no concerto do ano passado, aqui em Lisboa, eu e elas não pudemos ir, mas desta vez nenhuma de nós vai faltar. Estamos super entusiasmadas.

“Vocês estão-se a imaginar no concerto?” – a Nonô perguntou, enquanto a Madalena punha o filme.

“Não…” – confessei – “Eu estou tão ansiosa por esse dia. Eu vou finalmente realizar o meu sonho, mal posso acreditar.”

“E vamos realizá-lo juntas!” – Madalena participou na conversa, sorrindo.

Entrelaçámos as nossas mãos e fixámos o olhar na tela do computador.

***

Uma almofada a embater no meu rosto fez-me despertar do meu sono de beleza. Abro apenas um dos olhos, para encontrar ambas as minhas melhores amigas a olharem para mim, feitas de parvas.

“Parabéns!” – elas gritaram ao mesmo tempo, despertando-me completamente.

“Obrigada, meninas.” – sorri, sentando-me.

“Como é que te sentes, finalmente, com 18 anos?” – a Madalena perguntou.

“Apenas… Mais velha?” – meio que perguntei, o que nos fez gargalhar às três.

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