Carol's P.O.V.
Quando acordei ainda não eram nove da manhã. Sentia-me bastante cansada, porque ontem já nos deitámos tarde e eu não dormi nada de jeito, para além de ainda ser muito cedo. Contudo, não consigo dormir. Estou super preocupada com o Louis, porque sei que isto não está a ser nada fácil para ele – e como tal, não está a ser nada fácil para mim também.
Deixo-me ficar deitada na cama, enquanto observo o meu namorado a dormir ao meu lado. Apesar de estar a descansar, ele tem uma expressão cansada. Há pequenos papos escuros debaixo dos seus olhos e no seu rosto não descansa a expressão leve e bem-disposta do costume. Odeio vê-lo desta forma, mas sei que nesta situação é complicado estar de qualquer outra forma.
"Bom dia..." – ele murmura num tom rouco, enquanto esfrega os seus olhos.
"Bom dia." – respondo, fazendo com que os nossos lábios se toquem suavemente – "Dormiste bem?"
"Sim, dentro dos possíveis." – ele responde, abraçando o meu tronco e puxando-me para si, para poder encaixar a sua cabeça na curva do meu pescoço – "E tu?"
"Sim." – menti, para não o preocupar mais.
"Que horas são?" – ele questiona e eu estico um pouco o braço, sem o magoar, para chegar ao meu telemóvel.
"Nove e um quarto." – respondo – "Devíamos levantar-nos."
"Eu sei, mas não quero encarar a realidade." – Louis suspira contra o meu pescoço – "Se eu pudesse, ficava aqui contigo, para sempre."
Sorrio com a sua pequena declaração e deixo um beijo doce no topo da sua cabeça.
"Babe, temos mesmo de nos levantar." – eu digo e ele assente.
Ele levanta-se da cama e eu faço o mesmo, indo depois até à minha mala tirar alguma roupa para vestir, enquanto o Louis toma um duche rápido. Depois de ter a roupa escolhida – uma jeggings pretas, uma camisola de malha de gola alta cinzenta, um casaco preto que me chegava abaixo das coxas e, por fim, umas Dr. Marten pretas para calçar – decidi abrir os estores do quarto, tendo depois a visão de uma rua toda coberta de um lindo manto branco. Desde que vivo em Londres, que passei a adorar neve. Lá em Portugal, na região onde vivo, não neva, então sempre que neva aqui é como uma grande festa para mim.
"Já podes ir." – Louis avisa-me, chegando ao quarto.
Deposito um leve beijo na sua bochecha, antes de abandonar o quarto com a roupa na mão e vou para a casa de banho. Tomo um duche rápido e visto-me lá, porque está mais quentinho. Quando estou pronta, saio da casa de banho e vou até ao quarto, encontrando um Louis que parece algo nervoso.
"O que se passa?" – pergunto-lhe.
"Estou com medo de descer." – ele diz, mas depois solta uma gargalhada sarcástica – "Sou tão fraco, Carol... Nem coragem de encarar a minha mãe e as minhas irmãs tenho. Sou tão egoísta que só me preocupo em como estou a sofrer e em como não as quero ver sofrer. Sou um filho e um irmão horrível. Mais, provavelmente, fui também um neto horrível. E devo ser um namorado horrível. Eu sou uma pessoa horr..."
"Louis, cala-te!" – quase grito – "Tu nunca mais vais dizer uma barbaridade dessas, ouviste? Tu não és uma pessoa horrível; pelo contrário, tu és uma pessoa incrível, foi exatamente por isso que me apaixonei por ti, está bem?" – faço uma pausa e puxo o seu rosto na direção do meu, para que não possa voltar a desviar o olhar – "Tu estás a sofrer, Louis, e não és mais fraco por isso. Esse sofrimento e esse medo de veres os outros sofrer só te torna um humano igual a todos os outros. É perfeitamente normal." – os olhos azuis pelos quais estava apaixonada brilhavam intensamente e eu sabia que, a qualquer momento, ele poderia desabar mesmo aqui – "Elas vão-te apoiar, eu vou-te apoiar. Não precisas de ter medo. Eu amo-te e eu vou estar aqui, do teu lado, sempre."
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...