Capitulo 34 - You can not lose hope

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A sensação de perda nunca é das melhores, talvez, possa se dizer que é umas das piores dores que o ser humano é capaz de sentir e das mais dolorosas que pode suportar. Ninguém nasceu preparado pra perder nada e nem ninguém nessa vida, ainda mais perder a quem mais ama. Isso é incoerente, por que temos que perder prematuramente aquilo que nos completa e nos faz bem? Não faz sentido, a gente só deveria perder o que não nos faz bem, o que nos machuca. É insano ter que nascer sabendo que no final, tudo que vivemos e fizemos nesse mundo vai ser esquecido. É errado a gente ter que aprender a conviver com a dor quando algo de nós é retirado sem aviso. Eu sei que tudo faz parte da vida, que a gente deveria tá preparado para esse tipo de acontecimento, mas é impossível! Atire a primeira pedra aquele que está preparado para dar adeus a quem ama.

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Roberta estava devastada, nunca na vida tinha se sentido tão impotente. Ver Mia se queixando de dor não era fácil, ainda mais quando ela não tinha como fazer nada para diminuir o que sua menina estava sentindo.

- Você vai ficar bem meu amor – Alisa seu rosto – Eu acredito que tudo vai da certo – Voz trêmula – Eu sei que vai

Josy olhava aquela cena com o coração apertado. Era angustiante ver alguém da sua família passar por isso, desesperador ver o quanto aquela pessoa está sofrendo e o pior ver o restante da família sofrendo com toda a situação. Ela percebia o quanto Roberta estava tentando ser forte, o quanto ela tentava não desmoronar na frente de Mia, a admirava pela determinação que tinha em confiar cegamente que por mais que a situação no momento estivesse complicada tudo daria certo e voltaria a ser como antes.

Com Alma e Franco

Os procedimentos de compatibilidade entre Mia e Franco já estavam sendo feitos. O material de Franco já a via sido recolhido a algumas horas, doutor Henrique já estava com os papeis em cima da sua mesa.

- E agora Henrique qual será o procedimento em relação a Mia a partir de agora? – Pergunta Franco aflito.

- A situação de Mia está se agravando a cada dia – Henrique olha sério para Alma e Franco – Seu corpo está começando a ficar debilitado – Alma já sentia as lágrimas escorrer por seu rosto – Precisamos urgentemente fazer esse transplante nela, a quimioterapia e a rádio não vai o suficiente. Eu tinha pensado em outro método para ela assim que deu entrada no dia anterior porém depois do resultado do exame que foi feito hoje – Coloca os papéis em cima da mesa – Vejo que essa esperar mais não vai possível.

- O que o senhor está querendo dizer com isso? - Pergunta Franco –

- Os exames que foram feitos hoje mostraram que as minhas suspeitas estavam certas – Suspira – Os pulmões de Mia já está começando a ser afetados por conta da leucemia e não podemos de forma alguma deixar que isso se propague por mais órgãos ou até mesmo se espalhe por todo seu pulmão.

- Ai meu Deus – Alma leva sua mão a boca.

- Vocês vão ter que ter calma e fé nesse momento – Diz – Precisamos arrumar com urgência o doador para ela. Os resultados dos seus exames Franco sairão ainda hoje e dependendo da compatibilidade marcaremos o transplante pra logo.

- E se não for compatível? - Pergunta suspirando.

- Ai começaremos a busca por um doador de fora – Diz – Mas, mesmo assim dependendo de quanto seja compatível contigo teremos que fazer o transplante. Você como pai tem chances de ser e é a essa chance que temos que nos agarrar.

- Como pode tudo ter se agravado assim de uma hora para outra? – Pergunta Alma inconformada.

- Não foi de uma hora para a outra Alma – Henrique explica com calma – A condição da Mia já não estava tão boa, não era tão favorável – Suspira.

- O que vai ser feito com ela até esse doador aparecer?

- Então, eu disse que tinha pensando em uma forma de procedimento com ela, porém, devido as circunstancias vai ser preciso modificar isso.

- E o que seria?

- Introduzir um cateter nela, onde a quimioterapia vai ser passada diariamente. Em vez de ser aplicado uma vez por semana, será algo que ficará com ela como um soro o dia todo durante essa semana. Depois que esses dias passarem, vamos refazer seus exames e ver como seu corpo está reagindo a isso e assim marcaremos a cirurgia.

- Mas, não acha que assim ela ficará mais debilitada? - Alma fala assustada.

- É um risco, mas é a grande carta na manga que podemos ter agora para ajudá-la

- Tudo bem – Franco diz suspirando – Precisamos tentar de tudo para salvar a minha menina

Alma levanta seu olhar para Franco, tentando buscar nele algum conforto mas só encontra medo e desespero. A situação e a calmaria do começo já não existia e agora eles teriam que encontrar forças um no outro para não deixar seus medos tomarem conta e o desespero vir destruindo tudo.

- Eu vou pedir para a enfermeira prepara tudo para ser colocado em Mia – Henrique diz se levantando – Iniciaremos o quanto antes para obtermos um bom resultado, precisamos que as células cancerígenas diminuam consideravelmente do corpo dela para podermos assim fazer o transplante.

Franco apenas assente e continua olhando fixo para a parede a sua frente. Sua mente vagava, estava tudo uma bagunça que ele mal sabia como arrumar. Tinha começado essa luta tão confiante e agora tudo estava desmoronando, como lutaria com isso? Como poderia passar para sua própria filha essa confiança e essa certeza que tudo ficaria bem?

Com Mia

Roberta não largou sua menina em nenhum momento desde que ela a via voltado para o quarto, lá estava ela, sentada ao seu lado com a mão apertando a sua. Pedia o tempo todo a Deus que cuidasse da sua menina, que não a deixasse agora. Mia tinha que ser forte, ela tinha que demonstrar isso por que se não, Roberta não saberia lidar com tudo que estava acontecendo. Ela dizia que estava forte e confiante, mas só seu coração sabia como realmente se sentia e como estava se despedaçando a cada suspiro de dor que Mia lhe dava.

- Roberta – Josy a chama.

- Oi – Fala baixinho.

- Quer comer alguma coisa? - pergunta – Desde que cheguei aqui não vi você comer nada

- Estou sem fome – Deita a cabeça no cantinho da cama.

- Roberta você não pode ficar sem se alimentar

- Depois que a Mia acordar eu como, por enquanto eu não quero nada

- Se quiser eu vou buscar algo pra você – Insiste.

- Agora não – Fala.

- Ok – Suspira – Eu vou comer alguma coisa, já volto - Avisa.

- Certo – Alisa o braço de Mia. Assim que Lujan deixa o quarto, Roberta fecha os olhos e deita sua cabeça ao lado do brado de Mia. Não sairia daquele lugar por nada, queria está ao lado da sua menina quando ela despertasse.

- Prometi que ficaria do seu lado pra tudo – Sussurrou – E daqui eu não saiu – Beija sua mão.

Continua

Nascer de um sentimento - Mia & RobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora