DE VOLTAAAAA
BOA LEITURA !!!!
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Dentro da delicatéssen, o ar era mais gelado e cheirava a café, salmão defumado e pão quentinho. Ela bebeu a água que Remke lhe ofereceu. Agora, ele já não tinha a aparência de um foguete prestes a ser lançado. Parecia exausto.
Pela experiência de Clarke, as pessoas geralmente ficavam assim depois de testemunhar um ato violento.
— Qual foi a última vez que usou o reciclador, S r. Remke? — perguntou-lhe Clarke.
— Às sete da noite de ontem, logo depois de fechar a loja. Quem fecha geralmente é o meu sobrinho, mas ele está de férias esta semana. Levou a mulher e os filhos ao Planeta Disney, sabe Deus porquê.
Com os cotovelos sobre o balcão, pousou a cabeça sobre as mãos, apertou os dedos sobre as têmporas e disse:
— Não consigo tirar o rosto daquela menina da minha cabeça.
Nem conseguirá, pensou Clarke. Nunca por completo.
— A que horas o senhor veio para a loja hoje de manhã?
— Seis. — Ele suspirou longamente e deixou as mãos caírem. — Percebi o.... o fedor logo que cheguei. Chutei o latão com raiva. Por Deus, eu chutei o reciclador e a menina estava lá dentro!
— O senhor não poderia tê-la ajudado nessa hora, mas poderá ajudá-la agora. O que fez em seguida?
— Liguei para a manutenção e pedi um técnico com urgência. Costello e Mind chegaram logo depois, creio que às seis e meia, e reclamamos muito, entre nós, por causa do problema. Tornei a ligar para a manutenção às sete, porque ninguém tinha atendido ao chamado. Tornei a ligar não sei quantas vezes, fiquei muito pe da vida, até que Poole apareceu. Tinha chegado havia dez minutos quando eu lhe dei aquele soco.
— O senhor mora no andar de cima?
— Sim. Eu, minha esposa e nossa filha mais nova. Ela tem dezesseis anos. — Sua respiração ficou mais ofegante. — Poderia ter sido ela a estar ali dentro. Ela saiu ontem à noite, mas voltou às dez. Essa é a hora fixada para ela voltar para casa. Saiu com alguns amigos. Não sei o que faria se... não sei o que eu faria. — Sua voz falhou. — O que um pai faz nessas horas?
— Sei que é difícil. O senhor se lembra de ter ouvido ou visto alguma coisa ontem à noite? Algo lhe vem à lembrança?
— Shelley voltou para casa dentro do horário. Somos muito rígidos quanto à hora de ela chegar em casa, por isso eu sei. Eu assistia ao jogo de futebol na tevê, mas basicamente estava à espera dela. Fomos todos para a cama antes das onze. Eu tinha de abrir a loja cedo, então dormi logo. Não ouvi nada a noite toda.
— Muito bem. Fale-me de Rachel. O que sabe sobre ela?
— Não muito. Ela trabalha na loja de conveniência há um ano, mais ou menos. Está lá quase todo dia. Algumas vezes trabalha à noite, mas seu horário geralmente é diurno. Quando não atendia ninguém, ela estava sempre estudando. Queria ser professora. Tinha um sorriso doce.
Sua voz falhou novamente. — A gente se sentia bem só de olhar para aquela menina. Não sei como alguém poderia tratá-la daquela forma.
Ele se virou na direção da vidraça e fixou os olhos no reciclador.
— Não sei como alguém poderia ter feito isso com ela — tornou a dizer. Com Peabody ao lado, Clarke caminhou até a loja de conveniência.
— Preciso que você entre em contato com Lexa. Pergunte como está Summerset.
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Deadly Serie
Action[ Continuação de IN DEATH ] A destemida tenente de Nova York, Clarke Griffin acaba de passar por uma prova de fogo. Um casamento, e não por um em que foi convidada ou que teve que ir por obrigação do ofício. Na verdade era o seu momento, era o seu c...