Príncipe Chiclete

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Quinze dias depois Chiclete criou coragem para visitar o que restou da cabana incendiada. Segurava seu guarda-chuva para se proteger da chuva torrencial que caia desde o dia que havia acontecido o atentado. A população do Reino concordava que o responsável tinha sido o Príncipe de Fogo, mas Chiclete acalmou eles informando que ele não tinha culpa de nada. Chiclete segurava uma flor branca e um papel com a caligrafia caprichosa do Príncipe Papel.

Na carta dizia as seguintes informações para o Chiclete:

Caro Príncipe Chiclete, estou saindo do meu Reino se é que posso chamá-lo assim. Está havendo uma guerra interna no meu Reino. Você sabe que eu tenho um irmão mais velho que renunciou o trono, mas algo fez ele mudar de idéia.
 
Chiclete conhecia sim, mas nunca chegou a ver ele, o irmão mais velho do Príncipe Papel, era um liberal, e não gostava muito da ideia de ter um Reino. Depois de relembrar várias coisas sobre o irmão do Papel, Chiclete voltou a ler:

Como a coroa passou para mim, ele convocou uma reunião que exigia a coroa de volta, óbvio que não aceitei de primeira. Então, graças aos milhões de leis aprovadas pelos Magnos Cartórios (lembra deles, são aqueles papéis verdes com todas as escrituras do meu Reino?), havia uma lei criada na época do meu bisavó Pergaminho, que diz "a renuncia poderá ser absorvida por aquele que renunciou e se, e somente se, ele tivesse fazendo algo em nome do Reino". Bom, meu querido irmão estava lutando contra a  Terceira Queima de Livros, que tinham um trato com o nosso Reino do Papel.

Resumindo tudo, eu e meu irmão teremos que lutar pelo trono. Agora, eu desisti, não desisti por medo. Desisti por você, se meu irmão quer o trono que fique com ele. Eu ficou com algo que ultrapassa as riquezas de reinos e qualquer outras coisas valiosa, que é você. Estou avisando que estou voltando para seu Reino (se me aceitar é claro). Me mande uma resposta, quando necessário.

Atenciosamente.

Ex-Principe Papel.

P.S.: Tenho certeza que você lembra dos Magnos Cartórios, eu e você queimamos um deles escondidos. Lembra? Quando ele estava querendo aprovar um projeto de lei que negava romance entre Príncipes ou algo do tipo, ainda bem que fizemos isso, esse assassinato a queima roupa, foi essencial.

No dia anterior ao incêndio, Chiclete organizou uma homenagem ao Príncipe Papel. Que contava com a colaboração e a presença de muitos seres do mundo de OOO. Depois de ter lido a carta por pelo menos umas mil vezes e decorado cada palavra que foi escrita, Chiclete se sentia melhor. Ele se sentia culpado, pela morte do amigo, culpado pelo beijo no...

Ele tentou não falar o nome do vampiro, embora sua mente já tivesse pronunciando antes mesmo de ele sequer ter a ideia de pronunciar "Marshall Lee".

Ele decidiu que não iria retirar os escombros da cabana iria deixar assim, seria o túmulo em homenagem ao amigo. Chiclete suspirou, as lágrimas quentes faziam um choque térmico com tempo chuvoso e frio.

- Achei que encontraria você qui - disse uma voz conhecida atrás do Príncipe.

Era o Marshall Lee, embora estivesse chovendo ele usava roupas para o calor, de certa forma não fazia sentindo. Apesar das lágrimas, Chiclete arriscou supor que era mais umas das coisas esquisitas que vampiro fazia quando estava chovendo, aproveitando a ausência do sol.

- Ah... Olá - cumprimentou o príncipe vagamente, voltando sua atenção ao túmulo improvisado - notícias do seu amigo Lass?

Chiclete sentiu-se mal por ter ultilizado a palavra amigo, ao perguntar sobre o Lass, e até por ter enfatizado ela. Ele até considerou a possibilidade do vampiro ficar irritado por ser chamado de amigo de um ser que despareceu e numa mais apareceu.

- Ainda não - respondeu sem emoção o vampiro -, mas as buscas estão sendo feitas. Estou contando com a ajudas das duas melhores aventureiras do mundo de OOO. Não vou descansar até encontrá-lo.

- Você encontrou o rubi do Príncipe de Fogo?

Marshall Lee falou isso para ele depois da sua saída do Reino. Chiclete pensou até que havia sonhado com isso, mas lembrou-se que havia feito um convite ousado para o vampiro dormir com ele, e o sol no horizonte já estava nascendo, não seria legal para ele.

- Não. Quero saber por que o Lass pegou ele. Eu não compreendo.

Chiclete ficou pensativo. Se sua jóia azul serviu no passado para despertar o Lass da maldição, então o rubi do Príncipe de Fogo provavelmente serviriam para fazer a mesma coisa, mas ele não tinha certeza, ele só estava seguido a lógica.

- Aí, você ainda tem aquelas seringas que você vida usou em mim...você sabe? - perguntou o Marshall Lee de repente.

- Tenho, mas não aqui. Só no meu quarto. Você quer para fazer o quê com elas?

- Usar no Lass...duas serve.

Chiclete concordou, embora não se importasse, ele poderia até perguntar para que ele queria, mas não conseguia. Seus pensamentos ainda estavam no seu... Chiclete dobrou a carta e depositou a rosa nos degraus carbonizado da casa. Ele pensou que o Marshall Lee iria fazer algum comentário sarcástico, mas não, ele ficou calado, respeitando o momento de luto do príncipe.

- Você acha que o Príncipe Papel foi um bom príncipe? - perguntou Chiclete sem um pingo de vergonha com as lágrimas que caiam assim como a chuva. Ele tinha sua opinião sobre o príncipe Papel, mas queria ouvir de outra pessoa.

- Hmm...Papel é... - disse Marshall Lee foi pego de surpresa - ele é sim um bom príncipe, embora idiota, me desculpe, mas sou sincero. É sempre assim sabe, pessoas boas e idiotas tendem a ir, a única certeza que não temos é se elas foram para um lugar bom também. Então...sim, entre mim e ele, escolho ele como uma pessoa boa.

- Obrigada - Chiclete suspirou - bom, vamos para o Reino Doce. Em seguida, eu entrego para você as seringas.

- Beleza... Aí, Chiclete, sei que você esta triste pelo morte do Papel, mas isso não significa que...que...- por um momento, pareceu que lhe faltou as palavras que seriam ditas, mas na verdade, ele estava começando a ganhar uma cor que parecia que estava com vergonha -... É... você sabe ...está ...sozinho. Quer carona, estou com o carro enferrujado?

Mas uma vez Chiclete concordou, mal sabia ele que Marshall Lee sentia uma certa vontade de abraçar ele e dizer que queria ajudar a ele a superar isso. Porque ele não estava só, nunca esteve. No entanto, Marshall Lee e o príncipe caminharam juntos até o local que o carro estava estacionado. A chuva banhava o vampiro deixando o encharcado, enquanto Chiclete caminhava tristemente com seu guarda-chuva.

Uma vez no carro, dirigindo em uma velocidade razoavelmente lenta, como se o vampiro quisesse que durasse mais aquele momento entre eles dois, porém, quando chegaram no Reino, ele ficou esperando o Príncipe pegar as seringas. Ele entregou os objetos dentro de uma caixa, Marshall Lee, pois dentro do carro e virou-se para encarar o príncipe.

- Bem - disse o vampiro por fim - vejo você de noite?

Chiclete concordou novamente, pensando o que usaria em um encontro com um vampiro.

Aventuras de Marshall Lee e Príncipe Chiclete ( Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora