Separados

26

  Passou uma semana, desde a morte da senhora Aurora, várias notícias sobre mim e Noah surgiram em sites de fofoca. Fotos, vídeos e milhões de teorias sobre nós eram cada vez mais frequentes agora. Lutava para não ver essas notícias. Minhas músicas de alguns forma só aumentavam as polêmicas, mas eu precisava escrever esses desabafos e cantar o que sentia.

  Estava em meu apartamento, era de manhã, tinha acabado de tomar banho até que escuto a campainha tocar. Acho que era Josh, mas ele não tinha avisado que viria hoje, tão cedo. Saio com o roupão mesmo e vou atender a porta até que me surpreendo com a pessoa que estava na porta.

-Noah? - falo surpresa e ele me olha de cima a baixo, sinto minhas bochechas queimarem por um momento.

-Oi, eu vim trazer um negócio para você. - fala depois de alguns segundos.

-O quê? - falo e o mesmo olha em meus olhos e eu tento desviar, tentando manter o mínimo de contato.

-Você não vai me convidar para entrar? - fala e eu me surpreendo, será que eu deixaria ele entrar?

-Ok. - falo abrindo a porta completamente, dando passagem para ele.

  O mesmo entra e analisa o local, fecho a porta atrás de mim e pergunto se essa foi a melhor decisão que tinha tomado.

- Como você conseguiu o meu endereço? - pergunto.

-Josh. - fala sentando no sofá.

  Meu amigo não perdia tempo. Noah me encarava de uma forma misteriosa e eu me sentia desconfortável com seu olhar sobre mim, além do mais pela forma como eu estava vestida.

- Eu posso só me vestir? - falo tentando desviar seu olhar. O mesmo sorri.

-Anne. - fala como se isso fosse algo normal.

-Isso não é algo normal... Não mais... - falo e ele ri. - Eu já volto, ok? - falo saindo da sala, mas sou impedida com o mesmo segurando em minha cintura, sinto meu coração acelerar as batidas. - O que você está fazendo aqui, Noah? - sussurro olhando em cima do ombro.

-Eu só quero que você pare de fugir de mim. - fala em meu ouvido.

-Eu não estou fugindo de você. - falo ficando de frente para ele. - Eu só sei os nossos limites e que você está noivo. - falo e o mesmo ri com isso. - Eu contei alguma piada? - digo séria.

-Anne eu vim trazer a carta que minha vó escreveu para você. - diz e eu deixo meus ombros relaxarem por um instante. Pego a carta de sua mão, evitando o contato ao máximo. Analiso o envelope, parecia estar bem fechado. - Ah e fica tranquila, que eu não li, como ela pediu para entregar diretamente para você.

-Obrigada. - o que será que estaria escrito nessa carta? - Bom, obrigada. Você já fez seu trabalho... Pode ir.

-Você está me expulsando, Anne? - me encara sorrindo. Porque ele ficava sorrindo? Que dificuldade, Senhor.

- Eu só estou avisando que você já cumpriu sua missão, de entregar a carta... Já pode ir, obrigada. - o mesmo parece não me dar ouvidos e anda até a cozinha. - Você é pior que criança, não obedece. Que saco, viu. - falo estressada.

- Eu saí muito cedo de casa, será que você nem vai servir um café para seu convidado? - o olho incrédula. Não acreditando, que ele estava mesmo falando aquilo.

-Aonde você quer chegar? Você chega de repente, nem dá tempo para mim trocar de roupa e ainda pede para mim servir um café para você? - o mesmo pega em minhas mãos e eu me surpreendo com seu gesto. Ele estava sendo muito direto ultimamente e isso de alguma forma, me fazia ligar um alerta, para evitar menos danos em meu coração.