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  Estar sozinha com o Noah, me deixava tensa, mas ao mesmo tempo era tudo que eu mais queria. Só que tinha uma coisa nele, que estava diferente hoje.

-Você vai me falar o que está acontecendo? - pergunto e o mesmo me encara relutante.

-Não está acontecendo nada... - fala e eu me levanto do sofá, me aproximando dele.

-Noah. - falo o repreendendo. - Por que tanta movimentação na saída do hospital? Que novidade você tem para me dizer? - pergunto e ele respira fundo.

-Anne, você confia em mim? - pergunta sério. Fico confusa com isso.

-Confio. - falo sorrindo e ele sorri fraco. - Mas seu silêncio está me incomodando.- digo por fim.

  Me afasto dele e pego o controle para ligar a TV e sou impedida pelo mesmo.

-Que foi agora? - ele pega o controle da minha mão e deixa em cima da mesinha novamente.

-Anne, você precisa descansar.

-Noah, eu quero assistir TV. - falo e ele revira os olhos impaciente. - Eu que tenho que ficar impaciente com você, eu não posso nem assistir TV? Você fica com mistério, não estou entendendo mais nada.

  Ele puxa meu corpo, colando ao seu e coloca seus dedos em meus lábios, para mim ficar em silêncio. Reviro os olhos e ele sorri com a minha atitude.

-Você é tão teimosa. - diz me beijando em seguida, sorrio em meio ao beijo com a forma que Noah sempre gostou de lidar com seus problemas.

-É incrível como você sabe muito bem mudar de assunto. - falo ainda próxima ao seu rosto.

-Gostou? - diz acariciando meu rosto.

- Eu gostaria mais se você contasse o que está acontecendo. - falo e ele senta no sofá.

-Eu tenho medo de contar e você passar mal, por não poder se alterar. Principalmente hoje, que seu pai... - ele ia falando, mas se interrompe e imagino o porquê. - Eu sinto muito, Anne. - diz e eu sento ao seu lado.

-Você não precisa sentir, eu acho que eu estou bem com isso. O que me preocupa é como a minha mãe se sente em relação à isso. - falo e ele assente. - Eu espero que ela não saiba do ocorrido de hoje, não gosto de imaginar o que aconteceria se ela soubesse que eu parei no hospital por causa dele. - fecho meus olhos e Noah me abraça de lado, deito em seu ombro.

-Não fique remoendo a raiva dentro de você, mesmo que você nunca o perdoe, tente não ficar sentindo ódio dele, porquê isso acaba fazendo mal. - assinto.

-Eu sinto mais dor, por tudo que ele provocou. - falo e deito minha cabeça em seu colo.

-Você conversa com a sua mãe sobre isso? - diz mexendo em meu cabelo.

-Não muito, eu não me sinto muito à vontade para falar sobre isso e também tenho medo de como ela se sente.

-Entendo.

  Um silêncio reina no local, eu não me   sentia muito bem para falar disso, era um assunto delicado para mim, mas o Noah conseguia deixar um pouco mais leve e eu me sentia bem em estar com a sua companhia e poder me abrir em relação ao assunto que eu mais temia em formular em palavras o que eu sentia.

-Agora você pode falar o que é a novidade? - falo e ele ri.

-Você não consegue aguentar uma surpresa né? - sorrio. - Você está bem? - pergunta e eu assinto.

-Quando você está aqui comigo, eu me sinto muito bem. - ele dá um beijo em minha testa.

-Ok, eu vou contar o que está acontecendo. - diz e eu levanto, me sentando ao seu lado.

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