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-O que estamos fazendo aqui? - falo para Noah, assim que chegamos na entrada do nosso restaurante favorito, o restaurante Saint Francisco.

Ele pega em minhas mãos e sorri.

- Eu queria que você viesse aqui, porque desde que você acordou do coma, não veio até o nosso restaurante de uma forma agradável... - fala e assinto sorrindo.

Lembro de nosso primeiro contato desde meu acidente e de como eu sentia sua falta. Quando vi ele com Charlotte na mesa que sempre sentavámos, isso tinha me destruído de tal forma, que achei que nunca mais conseguiria entrar novamente nesse restaurante e me sentir bem por toda a história afetiva que tinha com o estabelecimento, principalmente, por ser um dos locais mais especiais para mim e para Noah.

- Obrigada. - sorrio pela forma como ele se importava comigo. Beijo sua bochecha e logo um garçom chega para nós guiar dentro do grande restaurante.

O local não estava muito movimentado, ainda estava entardecendo, era umas seis horas. O garçom nos levou até a nossa mesa.

-Fiquem à vontade, é uma honra receber vocês novamente aqui. - diz o garçom que sempre servia a gente anos atrás.

- Obrigada. - falo sorrindo.

Ele distribui o cardápio, deixando eu e Noah sozinhos.

- Então, o que você vai pedir? - diz olhando para o cardápio.

- Eu vou pedir um burrito e você? - falo fechando o cardápio.

- Eu vou pedir o mesmo. - sorri.

Fizemos os nossos pedidos ao garçom e ficamos conversando sobre todas as coisas que tinham mudado no período que estava em coma. Ele me contou sobre o dia do nascimento da sua sobrinha, dos seus novos trabalhos com a música, da forma como ele se sentia estando longe de mim. Era tão bom assumir o controle novamente da minha vida e principalmente estar ao lado de Noah. Eu ainda era a dona de seu coração, não veja isso como uma forma obsessiva, mas como uma recuperação do amor que sentíamos um pelo outro. Ele tinha o meu coração também.

Nossos pratos chegaram e a comida desse restaurante era excelente. Estava sendo uma noite agradável, no nosso lugar favorito e com a companhia um do outro, como nos velhos tempos.

-Anne. - Noah me chama e eu o encaro. - Eu sempre sonhei com o momento de estar novamente com você, principalmente quando eu soube do seu acidente. Mas além disso, o meu maior sonho era poder fazer um pedido à você... - diz e eu fico confusa. Ele me encarava de uma forma tão amorosa, que por um breve momento me perdi em seu olhar.

-Que pedido? - pergunto e o mesmo sorri.

Ele tira do seu bolso, uma caixinha. Não! Ele não ia fazer isso ou ia? Eu estava ficando nervosa, sempre vi isso em novelas, livros, mas na vida real nunca. Realmente eu nunca imaginei vivenciar isso. Tudo bem que era meu sonho lá no fundo.

- Você lembra do nosso jantar, aqui mesmo. Quando eu toquei no assunto do nosso casamento? - diz e minhas memórias vagam nesse dia.

Flashback on

"...- Mas enfim, vamos falar sobre o nosso casamento... - falou esperando minha reação.

- Nem vem, Noah, você sabe... A gente tem 20 anos ainda, somos muito jovens para casar agora. Precisamos terminar a faculdade e daí quando tivermos lá para 24 anos a gente pensa... Pode ser? - falei segurando em sua mão, sei que ele só tocava nesse assunto para me irritar, mas sei que lá no fundo era o desejo dele.

- Eu sei, amor. - sorriu. - Mas fala se não é tentador acordar todos os dias com esse ser humano incrível, vulgo eu, ao seu lado? - falou arqueando uma sobrancelha.

- Noah, Noah. Pode parando. - ri. "

Flashback off

Sorrio. É claro que eu me lembrava, sempre que me sentia insegura ou incapaz de ser amada por alguém, principalmente, uma pessoa perfeita dessas, como Noah era para mim. Eu me lembrava de suas palavras desse dia. Ele queria se casar comigo e eu me sentia a pessoa mais feliz em pensar nessa hipótese.

- Então, lembra quando você disse que quando tivéssemos lá pra 24 anos, a gente poderia pensar nessa hipótese? - eu estava tão em choque, que eu não sabia o que dizer.

-Aonde você quer chegar? - falo sorrindo.

Ele levanta e vem até mim, se ajoelhando e abrindo uma caixinha com duas alianças. Ai, meus Deus, ele realmente ia fazer isso? Meus olhos começam a se encher de lágrimas.

-Eu sempre soube, desde o início, que você seria a mulher da minha vida, o amor mais lindo e sincero, que eu poderia vivenciar. Eu nem sei dizer em palavras ou me expressar de forma adequada, porque eu amo muito você para simplesmente descrever em palavras, o que eu sinto por você, Anne. - sorri, segurando em minha mão. - Você aceita se casar comigo? - diz olhando em meus olhos.

- Noah...-falo e lágrimas escorrem. - É claro que eu aceito!- falo e ele me abraça. Ficamos por um breve momento, nos braços um do outro. Sentindo o quanto isso significava para nós. Ele coloca o anel em meu dedo e eu coloco nele.

-Eu amo muito você e prometo fazer você a mulher mais feliz desse mundo. - diz e eu sorrio.

-Eu também amo muito você e sei que sua promessa será cumprida, porque eu já sou a mulher mais feliz do mundo ao ter você do meu lado. - falo e ele sorri, selando nossos lábios.

Está bem, eu iria casar. Meu Deus, EU IRIA CASAR!!!! Noah seria meu marido e juntos iríamos construir uma linda família. Sorrio ao pensar nisso.

- Eu sei que nesses últimos tempos, ficamos distantes um do outro, mas eu não queria simplesmente namorar você novamente, sendo que eu já tenho a certeza que iremos ser muito felizes como marido e mulher. - fala acariciando meu rosto.

-Sim. Acredito que já esperamos o suficiente para finalmente nos casarmos e darmos esse grande passo no nosso amor. - falo passando a mão em seus cabelos.

-Eu sempre me perguntei se iríamos ser inseparáveis ou separados... - falo relembrando de tudo que tínhamos vivido.

-Sempre seremos inseparáveis, Anne. - diz e um sorriso escapa de meus lábios.

Eu não poderia estar mais feliz, eu o amava. Noah era o único homem que me fazia feliz, com ele não me importava com as consequências de nossos atos, já vivemos tantas aventuras malucas, momentos engraçados, constrangedores, alegres, tristes, mas independente de todos eles, ninguém conseguia separar ou tirar de nós dois, o que sentíamos um pelo outro. Nos amávamos, até mais, depois de tudo que tinha acontecido em nossas vidas. Isso só nos provou o quanto conseguiríamos superar e lutar pelo nosso amor. As consequências poderiam mudar, o destino poderia ter que fazer novas rotas, mas não conseguiria nos deixar separados.

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