Epílogo

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Quando eu era pequena, ia em alguns casamentos e ficava imaginando o quão lindo era amar alguém. Eu era uma criança, nem entendia muito sobre o amor, mas eu sabia que esse lindo ato, era algo bem complexo e intenso. Eu fui crescendo e com isso, aprendi sobre os lados ruins do amor, o lado oposto para ser sincera. A dor. Meus pais se separaram por uma traição, meu mundo se quebrou e desde nova não sabia o que era ter uma "família". Eu olhava as outras crianças com seus pais e ficava pensando o quanto era legar ter um pai e uma mãe. Mas hoje eu até prefiro só ter a minha mãe mesmo, pois o que adianta ter essa imagem de família perfeita se não tem o essencial e o mais importante, o amor.

  Enfim, nessa jornada da vida eu aprendi muito, me machuquei, sofri, mas fui feliz e agora mais do que nunca eu estou muito feliz. Eu vou casar com o amor da minha vida, construir a minha própria família, agora com uma conduta madura eu consigo ver que me tornei uma grande mulher, falo em questão do caráter né, porque de altura isso não foi possível.

  Recentemente, tive uma conversa franca com meu pai, o perdoei por tudo, mas não quis ele perto de mim. Eu apenas o perdoei por não querer que essa mágoa, esse assunto pendente do passado, interfira na minha vida futura. Ele pediu perdão a minha mãe também, ela se tornou uma mulher tão forte e agora está reconstruindo sua vida amorosa. A senhora Ronnie estava focada em ser independente, ter suas próprias coisas, seu próprio dinheiro e agora ela também encontrou seu novo amor. Ele é um homem tão gente boa, generoso, companheiro, fico tão contente pela minha mãe, ela merecia ser feliz.

  Um campo com flores das mais diversas, a brisa da primavera, o pôr do sol de fundo. Era assim que eu sempre imaginei meu casamento.

  Hoje era o grande dia! Meu tão esperado casamento. Eu estava com uma vontade imensa de gritar aos quatro cantos desse quarto, que em poucos horas iria me casar!!!

  Levantei da poltrona que estava sentada, escrevendo sobre esse dia e fui até a janela enorme que tinha no local. Lá embaixo as pessoas iam e vinham, no grande gramado, mesas estavam espalhadas, flores decoravam e davam um ar aconchegante no local. Estava tudo tão perfeito, uma pequena lágrima escorre em meu rosto, não sabia como agradecer por esse dia.

- E como você está mulher? Já está pronta? - diz Josh entrando eufórico no quarto.

- Eu estou quase. - falo secando a lágrima que teimou em cair.

- O que aconteceu? - diz preocupado.

Sorrio, ele era meu amigo para todas as horas, estava nos piores e melhores momentos comigo.

- Obrigada por sempre estar comigo, eu amo muito você e agradeço por tudo que você já fez por mim. - falo e ele sorri.

- Nem precisa me agradecer, eu que tenho que agradecer por você ser a melhor amiga que eu já pude ter, também te amo, Anne. - diz me abraçando. - Agora chega de agradecimentos e bora se arrumar para o seu casamento! Falando nisso, seu futuro marido está um gato. - diz e eu rio de seu comentário.

Meu coração acelera ao pensar como ele deve estar.

- Josh, eu quero fazer um pedido. - digo e ele fica confuso.

-Qual? - pergunta.

- Eu quero que você me acompanhe até o altar. - falo segurando em suas mãos e ele fica espantado com o meu pedido. - Por favor, você sempre esteve comigo é o único digno de me acompanhar...

-Anne. - diz com os olhos marejados. - Obrigada. Eu vou amar levar você até o seu grande amor. - diz e eu sorrio o abraçando forte.

  Minha mãe veio me ajudar a me vestir, choramos um pouco e tive que dar uma retocada na maquiagem. Aquelas coisas de mãe e filha, principalmente, quando se teve que uma apoiar a outra para passar por certos desafios que a vida nos deu.

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