O mal usa coroa

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-Aproveitando que Risen saiu deste planeta, eu também estou indo. - Disse Mintaka.
-Você vai mesmo? - Perguntou Meyssa. -Fique.
-Agora que você voltou a ser você mesma, não preciso mais proteger a Saiph. Me desculpem por isso ser inesperado, mas aqui em Esparta tenho muito peso no peito... Foi aqui que todos os nossos companheiros e parentes foram mortos em nome de Rígel. Tenho a sensação de não estar bem. É como estar preso, a atmosfera deste planeta é a jaula invisível.

Saiph abraçou bem forte o tio, não querendo largar, mesmo conhecendo-o tão pouco, ela sente que se tornou uma conexão muito forte.

-Você vai voltar, não vai? - Disse a garota.
-Se for por você? Sempre. - Isso a reconfortou, estava com ele ao redor de seu braço esquerdo e a mão direita que lhe falta... E já sentia saudades. -Eu vou ficar longe... Vou estar em Andrômeda. Mas eu voltarei por você.
-Promete?
-Claro, minha tulipa ascendente. Quer me acompanhar e me ver partir?

Ela acenou com a cabeça.

-Denebola. Cuide do planejamento, faça-me este favor, eu vou ir me despedir de meu irmão.
-Sim, Senhora.

Assim foi feito, Meyssa, Saiph e Mintaka foram até as florestas, a espaçonave foi ligada, elas falam com o cabeludo antes dele fechar a porta e ir.

-Saiph. Antes de ir, tenho que te dizer algo antes que seja muito tarde... Pare, apenas pare de usar a dor como força para seguir em frente. Sofrimento só trás mais sofrimento. Tome.

Mintaka jogou sacolas de sementes.

-Isso aqui é para plantar o quê?
-São do planeta Vanasa, se chama girassol. Achei que gostaria de ter alguma lembrancinha de mim, estas flores são as minhas favoritas. Dá para fazer comida usando o óleo delas.

E então chegou a vez de se despedir de Meyssa, que transformou a roupa de tulipas em seu antigo traje de batalha, deixando a filha surpreendida.

-Bela roupa.
-Só vai me dizer isso?
-O que posso fazer para alegrar a minha irmã chatinha?
-Me explicar o motivo de não ter impedido meu casamento.
-Eu sei... Não tem como me desculpar por isso? - Mintaka deixou algumas lágrimas escorrerem. -Sabe que eu faria absolutamente qualquer coisa por você.
-Então me explique.
-Você vai entender... Mas isso vai ser tarde demais.
-Disse que faria qualquer coisa.
-Sim, mas eu não posso te dizer. Sinto muito. Até a próxima.

Mintaka foi embora... Até o vasto cosmo, Saiph tinha suas dúvidas.

-Algo não se encaixa. Ele é analfabeto, sabe pilotar essa coisa como mestre do conhecimento. Espartanos só começaram a fazer as próprias naves depois que o teste foi inventado.
-Nunca vi isso como problema. Seu pai tem mestrado em genética e é ignorante feito porta.
-Mas... Isso não justifica.
-Deixe de lado, está esquecendo com quem o meu irmão aprendeu tudo?

Pareceu válido, a garotinha também aprendeu tudo com a mãe e os estudos, afinal, construiu sua própria espaçonave com apenas algumas translações de vida. Para Mintaka, não seria tão difícil assim.

-Pode me dizer qual é a dessa roupa?
-Conto no caminho. - Elas começaram a andar.

A Princesa olhou bem para o símbolo estranho no traje, lembra a raiz de árvore. Não soube o que dizer sobre aquela marca, não sabia o que perguntar.

-De toda a Renascença, quantos sobraram?
-Eu, Mintaka e Ankaa. Foi por causa de Ankaa que o nome "Renascença" foi escolhido.
-Por que? O que essa pessoa tem de especial?
-Ela, a Ankaa, é da constelação que marca a Fênix.
-Por que escondeu o traje?
-Ninguém deve saber quem eu fui no passado, isso condenaria a minha vida e por consequência, destruir a esperança de quem ainda luta por direitos. Saiph.
-Diga.
-Esta guerra foi iniciada por nossa espécie, até agora, só estive matando pobres escravos... Mesmo que tenha sido algo que salvou nosso planeta, eu não quero fazer isso nunca mais. Estava cheia de ódio, tentaram me abusar.
-É o quê!? Quem foi?
-Não sei o nome dele... Ele já morreu. Transformei ele em blocos de construção subatômicos.

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