Meyssa e a Representatividade

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Meyssa, a Rainha de Esparta observa comentários sobre ela, comentários... Misóginos. "É melhor a gente não eleger mais as mulheres na política, assim elas não carregam a culpa", "Era melhor quando o Rígel estava no poder", mais e mais comentários do tipo... "A mulherzinha do Rígel, nem é forte como ele para nos defender", "Feminista porca", mas é claro que ela não iria deixar essas ofensas de lado. Junto a Hera caminhando pelas ruas, ela se inscreve numa luta onde quem ganhar do campeão, ganhará prêmio em dinheiro.

-Você não acha que está exagerando? O que vai ganhar com a carnificina e brutalidade?
-Primeiro quero descontar a minha raiva em alguém, depois eu cuido daquela gentalha.

A Monarca caminha com uma armadura prateada com tecido azul por baixo, as proteções estão nos ombros, cintura, torso, braços, mãos e joelhos.

-Não acha melhor usar um capacete?
-Não precisa, eu me garanto com o que tenho.

Ao entrar na arena, a plateia fica surpresa, no caminho apenas derrotados ensanguentados, ela os ignora totalmente, subindo no ringue, olhando para o homem que precisa derrotar, ele possui um corpo strongman ao contrário dos outros, sem armadura, apenas bermuda de tio do churrasco, os músculos de seus braços contraídos eram bizarramente maiores que a cabeça. O gongo bate, começa a luta sem demoras, o inimigo começa com um golpe de direita, ela salta, ficando em pé tomando cuidado para se equilibrar nos ombros dele. Indignado com a zoação, tenta tirar ela, mas ela pula novamente e fica com os pés em cima de seus cabelos.

-Você é forte, mas nem tanto. - Disse enquanto salta outra vez, para o outro lado do ringue.
-E você é tão boa pulando que pulou a cerca.

Ela gargalhou, ela esqueceu que o chifre dado em Rígel se tornou viral pois estava preocupada demais com Bellatrix. Ele novamente tenta atacá-la, mas, ela foi ligeira e desviou.

-Vai ficar a luta inteira desviando!? Vem cá! Deixa eu acertar o primeiro golpe que tu vai acordar daqui a milênios. - Disse enquanto tentava acertá-la.
-Embora velocidade perca para força bruta na maioria das vezes, essa matemática não deve se aplicar em pessoas como eu. Porque... Velocidade é o que gera a força do ataque. Você não é tão forte assim, é muito lento, posso contar até milhões e até lá, não vai ter conseguido me acertar.
-Se acha tão boa, por que não ataca?

Ele por acidente toca nos cabelos curtos de Meyssa.

-Se tu não soltar meu cabelo, eu vou te bater. Eu quero te levar pra fora da arena, mas se não me soltar eu vou--
-Vai fazer o quê? BO-NE-CA?

E com a cara de quem tem ódio em acordar cedo, a mulher acertou em cheio a barriga daquele ser, na hora ele ficou sem ar, de joelhos perante a Rainha. A velocidade e força de seu punho, fez ele ser encaminhado para o hospital.

-Você venceu ele com apenas um golpe! - Exclamou Hera.
-Na verdade eu estava em alta velocidade, bati nele até soltar meu cabelo.

A plateia achou ruim.

-Isso é mentira! Esse combate foi feito pra ela ganhar! - Disse um torcedor.
-A mulher do Rígel nem sabe lutar, como ela ganhou desse cara!? O braço dele é maior que ela! - Disse um puxa-saco.

Insatisfeita como o cliente que recebe balas invés de moedinhas, ela diz:

-Venham tirar satisfação comigo, lutem. - Ela terminou bocejando.

O resto dos lutadores que não haviam apanhado para o ex-campeão, acharam uma boa ideia tomarem uma surra de mulher bonita. Não tem outra explicação quererem lutar contra quem venceu o outro com facilidade... Enfim, aos montes vieram guerreiras e guerreiros. "Cinema fazendo dinheiro, nunca vi tanto figurante" é o que Denebola falaria se estivesse no local. O aglomerado de pessoas vem com tudo, espadas, escudos, armas brancas, lanças e alabardas, o primeiro começou errado, vindo a toda velocidade e tudo que Meyssa fez foi pegar seu braço e jogá-lo na direção que vinha, acertando o segundo que vinha. O terceiro utiliza sua lança como vara de olímpiada e vai para o alto, carregando sua força de ataque e virando a lâmina com tudo, mas Meyssa o atinge com sua rajada ainda em pleno ar. Ela ouve comentários misóginos da plateia, dizendo para ela ficar no seu lugar.

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