Um Caminho Para a Vitória

32 14 0
                                    


Ela volta ao sonho que teve com Hatysa.

-Você voltou,que bom.
-Eu morri?
-Está quase lá. Está vendo tudo ao nosso redor?

Tudo estava destruído com a exceção do castelo,as flores morreram,as muralhas derrubadas. Saiph toca em uma das pedras e lembra-se do jogo de queimada. 

-Todas essas muralhas eram proteção contra algo que você... A outra você...
-Eu... Eu nunca iria optar por me destruir.
-Você tem certeza? Cada uma dessas rochas representa uma memória feliz... Haviam tantas aqui,mas agora elas se tornaram tão poucas. Diz que nunca iria optar por se destruir... Mas você buscou o conhecimento.
-Quanto mais alguém sabe,maior a noção de sua existência insignificante... E noção do sofrimento.
-Você se lembrou... Durante a história de nosso povo,eles tiveram dificuldades pra passar... O que você aprende hoje,foi a maior descoberta da vida de alguém ontem. Está apoiada em ombros de gigantes e assim temos uma visão de como nosso mundo é.
-Eu não quero mais viver,se viver significa ficar longe de você. 
-Eu também te amo,irmã... Mas essa não é você. Nunca foi. 
-Por que me diz que essa não sou eu? 
-A Saiph que conhecia suportava a dor,não importa o que aconteça. Mesmo sentindo estar morrendo,continuava escalando a montanha.
-Eu...
-Você vai sofrer,mas eu estarei aqui quando precisar.

Saiph sente-se tão pra baixo. Hatysa olha para ela e começa à cantarolar,Saiph reconheceu o som e começa a canção. 

-Esse mundo nunca vai ser o que eu esperava. 
-E se eu não pertenço.
-Quem teria adivinhado?
-Eu não deixar só.
-Tudo o que eu tenho... Para fazer você sentir que não é tarde demais...
-Nunca é tarde demais.

Neste momento,Hatysa coloca sua mão no peito de sua irmã levantando o astral de Saiph. Enquanto isso no mundo real,seu enorme vazio no peito se regenera.

-Eu odeio ver você cair. 
-Eu não vou conseguir me erguer sem você.
-Você vai,eu serei o ombro que irá se apoiar. E eu já lhe disse,não sou mais seu futuro. Quero que crie um novo. 
-Entendido.

Saiph ergue sua vontade,então ela diz:

-O que faremos aqui?
-O castelo. 

Hatysa aponta para ele e juntas começam a correr de mãos dadas novamente. Até chegarem na montanha do enorme castelo.

-Saiph,sabe o que fazer. Escale a montanha,a vida é mais dura quando se está perto do topo... Te vejo na próxima vez.

Saiph acorda,dessa vez as figuras embaçadas dos médicos que estão espantados. 

-Como essa garota ainda está viva?
-Ela é a filha do Rei Rígel.
-Ah,assim está explicado.

Ela recupera a visão e se levanta da cama como se nada tivesse acontecido.

-Garota,como você fez isso? Você tinha um buraco enorme! Quando você caiu nas minas,a temperatura foi tão alta que vaporizou o tungstênio!
-Sim,além disso você caiu numa rocha que perfurou o teu torso inteiro! Você é o Highlander por acaso?

Ela apenas respondeu,sem olhar para eles:

-O que não me mata,só me torna mais forte.

Ela sai despreocupada,quando então gerontocratas aparecem e abordam a menina.

-Olá,Princesa Saiph... Gostaria de-
-Estou sem tempo. Fica pra próxima.

Ela passa por eles,o enrugado não desiste e volta à ficar em sua frente.

-Princesa,me ouça. O nosso Reino ficou muito preocupado com seu estado.
-Estou sendo educada,por favor saia da minha frente.
-Espere,minha senhorita... Eu preciso te falar uma coisa.
-Diga rápido.
-É sobre sua mãe,ela foi diagnosticada com depressão por não conseguir superar o trauma de perder a Princesa Hatysa.
-Onde ela está?
-Ela está na sala XII. 

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora