Formatura e os Estudos

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Este será o último momento de Saiph na escola,ela não compareceu por falta de vontade.

-Eu me despedi dos professores ainda ontem, apenas trouxa vai para a escola no último dia. - Disse ela falando no telefone com seu pai. -Eu não volto naquele Tártaro de ensino médio, agora para de ficar reclamando.
-Mocinha, você está muito estressadinha pro meu gosto.
-Obrigada, aprendi com você.
-Você vai ir para a escola sim,ou amanhã ficará do período da manhã até anoitecer.
-Você não pode me obrigar, além disso a escola vai estar fechada.
-Se esqueceu quem é o governante supremo?
-Não, todos sabemos que é o cara da pamonha. - Ela desliga o celular ao terminar.

Meyssa lhe serviu o café da manhã.

-O seu pai gosta de fazer tempestade em copo de gotículas compostas de hidrogênio e oxigênio, não é?
-Pra quem ia para a escola só pra comer parece estar estudando.
-Você fala essas coisas enquanto dorme.
-E como você sabe disso?
-Eu gosto de ir no seu quarto as vezes... As vezes significa sempre... Para ver você dormindo, isso me faz bem.
-Se fosse outra pessoa, isso seria estranhamente sinistro.
-Eu sei, assim que seu pai fazia comigo pensando que era romântico.

Certo silêncio começou a tomar conta do lugar.

-Você bem que poderia soltar esse cabelo, balançar ele como as atrizes do cinema.
-Gosto do meu cabelo assim. Ele incomoda, fica voando na minha cara.
-Corta ele.
-E ficar careca?
-Deixa na altura do pescoço.
-Não, gosto do jeito que está.
-As vezes precisa mudar um pouco... Sair da zona de conforto.
-Nossa, zona de conforto? Jura? Se já está ruim na zona de conforto imagina fora.
-Por que está fazendo problema? Só falei para soltar o cabelo.
-Eu não estou fazendo problema... 

Meyssa liga a TV, novamente falando sobre os terraplanistas.

-Onde moram? Onde vivem? O que comem? Como se reproduzem? Amanhã, no Jornal Agora. A seguir nós vamos entender o curioso caso da família que nega vacinação de uma doença mortal, mas vai ao hospital nos primeiros sinais da doença. É com você Nyous.

Saiph desligou a TV imediatamente.

-Hoje uma centena de Kreelans foram mortos pela polícia espartana, mas o mundo quer dar atenção aos terraplanistas. Coisas assim me fazem desistir da vida.
-O mundo não é perfeito, para isso é necessário sacrifício.
-Ao que se refere?
-O que você aprendeu sobre história?
-Existem pessoas que dão suas vidas por um mundo melhor, e existem aquelas que usam vidas para destruí-lo.
-Você entende bem as coisas, mas me refiro à outra coisa: "A história mostra que o homem não aprende nada com o passado". 

Neste momento, ela não teve o que dizer. Meyssa ligou a TV novamente.

-Seu pai adora alienar as pessoas. Sabe o que ele disse no discurso quando foi eleito?
-Você já me contou... 
-Então conto outra vez: "A história é um conjunto de mentiras sobre qual se chegou um acordo"... E há quem defende ele.
-É difícil, monarquia é complicado... Ficar no poder até a morte, sendo basicamente imortal.
-Ele pode morrer... Existe uma arma que ele mesmo desenvolveu.
-A Dâmocles?
-Não... Chama-se Catástrofe de Órion. Essa arma tem potencial de perfuração enorme. Ela literalmente destrói tudo que a corta.
-Você quer que eu mate o papai?
-Claro que não.
-Por que está me contando isso?

Meyssa então suspira.

-Aquela foi a arma que destruiu os Haos e acabou com a Primeira Guerra.
-Eu sei, estudei isso quando os livros não eram queimados e notícias falsas não eram opiniões.

Mensagens são enviadas ao seu celular e Saiph as olha.

-Não acredito...
-O que?
-Ele comprou a escola só para me fazer ir amanhã ou vai me repetir.

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora