Magno e Ligno

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O universo está no ápice de sua Terceira Guerra Intergalática, diversas raças se aniquilando por política... Já outros... Em um lugar de nosso vasto universo uma grande nave-mãe está sendo destruída, mas não por causa da guerra, é por motivo pessoal. A capitã da nave, a Rainha Cassiopeia I está morrendo pelas mãos de um Kaizer enquanto o resto da tripulação corre por suas vidas, Kaizers são um império de renegados que buscam a conquista de territórios estelares e tomam recursos para vender à um preço moderado. O líder do esquadrão Kaizer mata a Rainha e segue direto para a Princesa Andrômeda II que está sendo algemada, agora a nova rainha. 

-Tudo isso só por causa de catorze meses de aluguel atrasado, podia ter pedido um empréstimo! Vê se cresce.

O homem em uma armadura torácica negra e máscara idêntica às de corvo e um chapéu responde:

-Olha como fala comigo, sua fedelha. Em primeiro lugar, a sua mãe fica aumentando esses malditos impostos, eu acho que merecia mais aquela corrupta. Em segundo, eu disse que iria pagar ainda esse mês! Levem ela daqui, vamos faturar negociando o resgate dela.

O homem da máscara de corvo dá meia volta e sai, sua capa preta se destacava a cada passo. Um homem o acompanhava.

-Senhor, hoje é o aniversário do seu pet. O que vai dar para ele?
-Pet? Sei lá o que é isso. 

O homem levanta o queixo, sua expressão facial representa a inesperada resposta de um dono que nem liga para seu animal de estimação.

-Eu só estava brincando, compra umas alguns quilos de ração por mim.
-Aí sim, hein.

Ao virar o corredor, outro homem de armadura negra aparece, este utilizava uma macabra máscara de bode com chifres atravessando o capuz. Ele diz ao da máscara de corvo:

-Ligno, eu acabei de receber uma ligação de emergência. O seu filho foi sequestrado.
-Filho? Eu tenho fil- AH... Tô nem aí.

O cara de bode e o homem ao lado de Ligno começam um olhar sério.

-O que foi!? Eu já pago pensão.

O cara de bode começa a mexer na cintura buscando alguma coisa.

-Hm...
-Certo, manda alguém lá.

O homem ao lado de Ligno foi correndo à central de comunicação da nave. Enquanto isso os dois mascarados andam lado à lado sem pressa para chegar à central.

-Tenha mais responsabilidade pelo seu filho.
-Magno, minha mulher me traiu! Como vou saber que o filho é meu?
-Já fez um exame?
-Não.

O cara de bode suspira profundamente e diz:

-Não tem vergonha na cara? Assume o filho, pai é quem cria.
-O que você sabe sobre ser pai?
-Nada, eu matei o meu.
-E quer me dar sermão!?
-Eu não sinto remorso, meu pai me batia todo dia. Aí chegou um dia que eu bati nele e ele morreu... Resumo da história: Você apanha da vida todo dia, mas um dia o sofrimento acaba.
-E eu que nem pai tive.
-Eu entendo sua dor, mas nem por isso você devia ter abandonado o seu filho.

Enquanto isso na central, todos organizados em uma grande mesa em forma de "U" falando mal do próprio capitão.

-Ele não me deixa nem usar celular.
-E eu que não tenho um minuto de paz.
-Pelo menos vocês tem um trabalho importante, eu estou quase sendo demovida de operadora para entregadora de refrigerante.
-Não reclama disso, sou eu quem tem que limpar esse chão imundo de tanta gente passando toda hora. Será que ninguém sabe ler "Piso molhado"?
-E eu não posso nem sair dessa sala sem que ele perceba, eu vou mandar aquele cosplay de urubu tomar no meio do...

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