Monarcas

27 12 0
                                    


Rígel e Meyssa finalmente conseguiram desfrutar de momentos de companhia, o casal tinha vários problemas e mesmo assim, não desistiam do outro. O Monarca voltou à sorrir depois daquele momento, eles voltaram para o castelo e ao anoitecer... Eles tiveram momentos muito longos, Meyssa depois de semanas, ela chamou sua filha para lhe dar certa notícia de que haveria inclusão na família.

-O quê!? - Exclamou Saiph. -Você e o pai... Estão bem de novo?
-Sim.
-E você está grávida à quanto Chronos?
-Bom, não sei se ainda sou fértil como antes, o nascimento da Hatysa teve complicações... Mas bem, foi recentemente.
-Pensei que tinha desistido do casamento.
-Eu desisti sim... Mas não vou deixar que ele jogue você na rua se nos divorciarmos.
-E já sabe quando vai nascer?
-Não.
-Então vou consultar as estrelas hoje.
-Saiph! - Disse Rígel descendo as escadas colocando sua coroa de modelo atômico. -Tenho trabalho pra você.
-Ahn? Ah, diga.
-Você hoje se tornará a embaixadora, vai representar o nosso planeta para as outras civilizações.
-O quê!?

Ela ficou tão confusa, isso a pegou muito de repente.

-Mas eu sequer tenho cidadania no registro.
-Shh... - Ele retira de suas mangas, deixando a garota sem palavras.
-Desde quando?
-Desde algumas translações, estava esperando o momento para te dar.
-Mas... Isso é certo? Você disse que eu te decepciono.
-E me decepciona... Na sua idade, eu já tinha conquistado meu primeiro planeta!
-Mas, como que eu vou chegar no centro da Via Láctea? Não tem transporte, mesmo na velocidade da luz demorariam anos pra ir e voltar.
-É pra isso que temos os buracos de minhoca,pequenina. 
-Mas isso é tecnolo...
-Shh... O Sirius não sabe que roubamos.

A garota foi toda animada com seu passaporte para a AETHER (Aeronáutica de Espaço-Tempo Histórico para Exploração Relativa), ao entrar na cabine, encontra algumas pessoas e acena de volta para elas.
A Princesa senta-se na cabine de frente,quando então alguém entra na cabine.

-Você não pode sentar aí, é o lugar do piloto.
-Ah, desculpa. - Disse ela indo ao banco da direita.
-Também não pode sentar aí,esse banco é meu. Eu sou o co-piloto.
-Desculpa, desculpa. - Disse ela se levantando.
-Primeira vez indo para a lá?
-Sim.
-Assustada?
-Pouquinho...
-Nervosa?
-Muito...
-Ha... Deixa eu te mostrar como funcionam algumas coisas. Gosta de filmes de guerra espacial?
-Não muito, mas sim.
-Já se perguntou como é travar batalhas com feixes de luz?
-Sim, mas é muita fantasia. 
-Por que?
-Porque no espaço não tem som, então é muito chato na vida real.
-E é por isso que... - O rapaz apertou o botão escrito "Som" e em seguida o "Disparar". -Por isso que nós gravamos todos os sons de disparos aqui, o Monarca Rígel morria de tédio com guerras sem som e emoção. É algo muito satisfatório.
-Acho que foi a única vez que meu pai foi inteligente.
-Única? Ele está no ranking de maiores quocientes de inteligência do planeta.
-Isso não tira a ignorância que ele mostra sempre que quer.
-Okay que você não gosta dele, mas nós temos orgulho de tê-lo no poder.
-Vocês são loucos, isso sim.
-Você já passou do ensino superior?
-Não.
-Então, já sabe... Estagiária. Vida longa ao Monarca Rígel.

Saiph imediatamente saiu do lugar e foi para a cabine de trás, a conversa lhe fez parecer a única que tinha noção da realidade. Mesmo o racismo, a brutalidade e as notícias horríveis que saem no telejornal são ignoradas ou silenciadas pela população, como se tivessem sofrido lavagem cerebral.
Ela veste seu traje espacial cor de vinho com ornamentos dourados, coube perfeitamente em seu corpo, por precaução ela pega o capacete e os tanques de Carbono, é o elemento químico que seus pulmões usam para respirar.
A espaçonave não demora para decolar e ir até a estratosfera em poucos minutos, é tudo muito lindo ver como os motores de hidrogênio são superiores em comparação aos da Terra, as camadas de metal Astronita conseguem barrar a pior das camadas do Cinturão de Van Allen, com a radiação da estrela Rígel, uma gigante azul. O piloto apertou os cintos ainda mais, ele apertou a sequência de botões que abriam o buraco de minhoca, é algo muito rápido e incompreensível, estava tudo escuro e então houve um clarão enorme. Ao entrarem pelo buraco de minhoca, eles se veem como em um túnel esticado, vendo as estrelas e galáxias se deformarem pelas janelas.
É tudo tão estranho e ao mesmo tempo belo, Saiph nunca havia pensado em como seria a experiência, logo nota-se sua admiração pelo cosmo. Em poucos instantes eles chegam ao centro da galáxia, há inúmeras naves e planetas em sistemas solares tão perto, com poucos anos-luz de distância, eles se aproximam do que parece ser o satélite natural do planeta destinado, mas ao passar perto, pode-se notar que não é o satélite natural, em si artificial, uma Lua criada por tecnologia funcionando como uma.
Ao pousarem no planeta, Saiph sai com seu traje espacial e retira seu capacete, usando pela primeira vez a sua coroa. Era belíssima e vale muito dinheiro, ah... Muito mesmo, sua coroa era azul tendendo ao claro muito reluzente, de tamanho médio ficando um tanto frouxa para sua cabeça por conta da idade da Princesa, ela tinha acima de cada ponta um átomo flutuando e girando sem parar, os elétrons tinham bolinhas em seu círculo de rotação que lembravam planetas orbitando estrelas, além de ter como brasão a constelação de Órion com safiras. Ela foi forjada pelo próprio Rígel, que queria fazer a coisa mais especial e rara que alguém poderia ter,seus sentimentos foram tão grandes que usou o elemento químico mais resistente ao calor para não derreter facilmente, caso a Princesa tenha de se defender e usar suas chamas,o material chama-se Hypérion, em homenagem ao titã da luz, há uma lenda entre seu povo sobre este titã e seus outros companheiros, Prometheus e Crios, lutaram contra Erebus, a própria escuridão, tornando-se os Titãs da Luz, como são conhecidos em Esparta. O material é duro,porém não é frágil, além de ter uma temperatura de fusão superior ao núcleo do Sol, tanto que o material só pode ser encontrado em explosões de Hipernovas.
Saiph corria animada quase se perdendo por admirar a vista de tal planeta, a atmosfera era baseada em hidrogênio e oxigênio, a falta de carbono começou a fazê-la se sentir mal. Quando entrou no local de reunião entre os Monarcas, a sensação parou misteriosamente.

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora