Na Noite do Pânico, um garoto corre procurando por abrigo com um bebê em seus braços. Após o evento começar, o garoto observa os destroços da capital voarem pelos ares, fogo em toda parte, uma mulher é jogada com muita força bem na frente do rapaz, morta. O garoto vê figuras se aproximando, com medo ele foge e um ancião abre seu porão camuflado.
-Entre aqui! Rápido, rápido!
O garoto tenta correr, mas desmaia de cansaço. O ancião rapidamente leva o garoto... Passa certo tempo, o evento acaba e o garoto acorda num colchão velho e acabado.
-Cadê a minha irmã!?
O ancião vira, estava fazendo a comida para os abrigados.
-Achei que tinha morrido de desgosto, não se preocupe com sua irmã. Ela está bem,toma.
O ancião lhe deu um prato de sopa.
-Ela está acordada, mas está com fome. Leve pra ela, está no quarto VIII.
O garoto assim que começou a procurar os quartos passa direto pelo quarto, ainda tonto pelo desmaio. Então o ancião percebendo a idiotice do garoto, fica ao lado da porta VIII e chama a atenção do menino.
-Obrigado.
-Agradeça à minha esposa por não ter me deixado matar ela, essa criança grita muito.O garoto coloca a sopa na cômoda, a pequena menina de pé, sentou-se numa cadeira cheia de insetos e começa a alimentar sua irmã.
-Por favor, preciso que você cresça bem. Agora come, ou eu vou enfiar isso na sua garganta.
A menina era difícil de comer, o garoto quase batia nela. Ela começou a chorar alto e uma mulher entra no quarto.
-Algum problema?
A garota que nem falar direito sabia, disse para a moça:
-Ele me bateu.
-Mentirosa, eu não te bati.
-Me dá essa menina.A moça pega a criança nos braços.
-Qual é o nome dela?
-Denebola.
-E o seu?
-Regulus.
-Bom, você não sabe cuidar da própria irmã? Ainda fica batendo nela?
-Mas eu não bati.
-A menina está chorando e disse que você bateu nela.
-Está me acusando sem evidências.
-Bateu ou não bateu? Fale a verdade.
-Não bati.
-Por que essa menina está chorando?
-Fazendo graça.
-Não estou vendo ela rir. Anda pirralho, me passa essa sopa.Ela se senta no chão e vai dando a comida, agora a menina está comendo bem. Regulus olha com desgosto a irmã.
-O que foi agora? Está fazendo cara feia pra mim?
-Essa menina agora pouco não queria comer, ainda fala que bati nela e agora está se fazendo de santinha.
-E você de coitado.A jovem moça começa a fazer caretas e a criança começa a rir, Regulus se sente mal. Uma estranha consegue cuidar de sua irmã melhor do que ele, se sente constrangido.
-Vou por ela para dormir, tem alguma história que você conhece para contar e fazer ela dormir?
-Bom, meus pais me contavam histórias de como nós nascemos.
-Tem algum conto?
-Eu sou péssimo em histórias... Eu vou contar como ela nasceu.A moça põe ela na cama e o menino Regulus começa a contar sua história.
-Era uma vez... Uma noite com tempestades fortes, nossos pais rezavam para os deuses clamando por proteção, você estava nascendo e o hospital era muito longe. Papai foi buscar ajuda, mas ele demorou muito. Nossa estrela Rígel estava tendo sua luz bloqueada pela tempestade, parecia o fim do mundo.
A criança ficou mais calma e tentava tocar o nariz de seu irmão.
-Mamãe estava sentindo muita dor, ela olhou para mim chorando e dizia "Por favor, me mata! Ou essa dor vai me matar! Eu não estou aguentando". Nós tentamos caminhar até o hospital, mas a mamãe não aguentou e teve que te parir ao lado de um lago... Os gritos dela eram altos, mas caiu um raio muito perto da gente que acabou me deixando surdo por um tempo.
A moça saiu pela porta, deixando os irmãos sozinhos.
-E então você nasceu, a tempestade parou e nossa estrela raiou. Mas a mamãe teve remorso e não queria ver você, você quase a matou... Nós voltamos para casa e ela me mandou procurar nosso pai, ele nos abandonou... Quando precisávamos dele.
A criança dormiu, Regulus escutou um barulho no corredor e se surpreendeu. A moça estava sentada do outro lado, estava ofegante e lacrimejando, ela se sentiu emocionada pela pobre garota. Regulus ficou curioso.
-Por que está chorando?
Ela vira o rosto para o outro lado.
-Qual é o nome do seu pai?
-Rasalas... Rasalas de Leão.
-Ele não abandonou vocês... Ele veio nos pedir ajuda nessa rotação, gritando sobre a mulher grávida... Ele morreu...
-O que aconteceu?
-Ele foi assassinado... Um clarão caiu em nós e seu pai desapareceu... Um ataque dos renegados. Antes dele morrer a carteira dele caiu, não havia dinheiro, mas tinha isso daqui...Ela coloca as mãos em sua jaqueta e retira fotografias, Regulus estava abraçado com seus pais em um jantar com todos sorrindo. Na fotografia seguinte, o garoto tocava a barriga de sua mãe, que estava dando a notícia de estar grávida... A outra está borrada, Regulus tenta enxergar direito e no canto superior esquerdo há uma figura de um homem barbudo com cicatriz no pescoço de mãos dadas com uma mulher grávida. A outra fotografia tinha muitos prédios, nela todos estão sorrindo.
-Eu sinto muito... Em ter que te falar isso. Onde sua mãe está?
O garoto que já estava em lágrimas, começou a chorar incessantemente.
-Eu não sei...
Em um ato de carência, ele abraça a moça buscando conforto.
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Saiph
Science FictionO universo está em um de seus maiores conflitos, reis sendo destronados, ditadores no poder e sangue inocente sendo derramado à preço de nada. A Terceira Guerra Intergaláctica, o universo está separado em dois lados, não há certo ou errado, apenas o...