A Santa da Guerra

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Mintaka e Saiph chegam até a estrela de Meyssa, a estrela brilha um pouco acima de Betelgeuse no céu noturno, a garota diz:

-Isso é tão maneiro, estou com mais vontade ainda se ser astronauta.
-Acho que você deveria fazer teste vocacional, sei que você gosta de física, mas é possível que tenha ainda mais algo em que seja fera no assunto.
-E no que eu seria boa? Sempre me dizem que sou... "Inteligente", mas eu não acho isso, apenas sou curiosa.
-Fazer o quê, né? Não tem como definir alguém em palavras.
-Posso definir meu pai com todos os xingamentos que existem.
-Seu pai é outro caso.
-Hey, a estrela da minha mãe até que é bem nova! Vamos procurar algum planeta em formação?
-Certo. Nave! - Disse ele acionando comando de voz. -Faça análise sobre zona habitável e em seguida a influência gravitacional ao redor da estrela!
-Começando análise... Carregando... Carregando... Carregando...
-Ela só sabe falar isso?
-Tive que comprar a versão pirata... - Saiph olhou para a cara de pau que o tio fez. -O que foi? Se tem produto idêntico pelo menor preço, eu vou comprar pelo menor preço!
-Carregando... Carregamento concluído!
-Ótimo. Agora calcule objetos de grande massa por perto.
-Começando análise... Carregando...
-Isso é tão chato...
-Não é você que tem que aguentar isso toda hora que vai sair para algum sistema estelar. Agora, aproveitando que estamos na estrela de sua mãe, vamos falar sobre ela. Quando eu era garoto, não existia o Teste de Esparta, pude ficar com a família e por isso conheço Meyssa melhor até que seu pai.
-Sorte sua, tive que ser obrigada pensando que seria apenas algum tipo de competição... Aquilo foi pura carnificina.
-Eu sei.
-Me conta como minha mãe conheceu meu pai.
-A história é bem longa... Seu pai era total fracasso no amor, todo relacionamento dele durou bem pouco.
-Você sabe até da vida pessoal dele.
-Eu já fui o melhor amigo dele antes de virar aquele ditador... Fui o único do círculo de amigos que se voltou contra ele.
-Isso é sério?
-Sim, e tenho saudades daqueles momentos que a vida era boba e tudo era brincadeira. Eu fiz alguns esquemas para o Rígel, mas ele era tímido demais.
-Não consigo imaginar meu pai sendo tímido.
-Quando tinha mulher perto dele, era apenas qualquer garoto tentando virar homem. Pra piorar ele era gago.
-Haahhaha! - Ela não aguentou essa última parte. -Eu juro, não consigo acreditar que está falando sobre ele, vivi minha vida ao lado daquele sádico que sente prazer em torturar por pura xenofobia e racismo que não consigo encontrar humanidade nele.
-Deveria, todos nós tivemos infância... E como foi boa... E como... Eu empurrei ele para beijar a menina da sala que ele gostava. A gente apanhou feito condenados daquela menina.
-Essa menina era minha mãe?
-Não. Cruzes, se fosse sua mãe você iria preferir o colo das criaturas do Tártaro.
-Ela era tão ruim assim? Qual era o nome dela?
-O nome? Era difícil de lembrar... O nome era Antares Alsumu.
-Eu conheço esse nome, os meus tios falaram sobre ela.
-Aquela mulher é doida, era a menina chata da sala... - Ele deixou um sorriso escapar.
-O que foi?
-Lembrei de quando tinha educação física, fazíamos competição para acertar ela jogando queimada.
-Vocês tem algum vídeo? Agora quero muito ver.
-É realmente triste... Não tem.
-Tem alguma foto?
-Isso eu tenho. - Ele procura numa bolsa que estava na espaçonave.
-O que você carrega tanto nisso? Parece pesada.
-Lembranças e algumas coisinhas... - Ele pega um aparelho celular como os que são usados por nós hoje em dia. -Não ligue para o celular, sei que a tecnologia é muito ultrapassada.
-Muito? Muito é pouco! Hoje nós temos celulares virtuais, celulares hologramas...
-Eu sei que sou pobre...
-É pirateado?
-Ainda pergunta? Veja as fotos.
-Quem são todos eles? - Ela vê quatro garotos e duas garotas na foto, uma tinha tinha pele parda escura e cabelos negros, passando atrás de todos, um uniforme escolar vermelho e a outra era loira de cabelo preso, baixinha, pele parda clara, vestindo roupas de dormir e estava em cima dos ombros de um dos garotos.
-Essa que está nos meus ombros é a sua mãe. A preguiçosa nem coloca o uniforme.
-Ela ia de pijama pra escola?
-Sim.
-Carregamento concluído!

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora