Saiph

Kaizer Velic

Meyssa causa uma reforma nas leis de Esparta, agora sem os malditos apoiadores de Rígel por perto, ela pode governar sem dificuldades. Começando no parlamento, boicotando os políticos com maiores índices de corrupção, afastando-os do cargo até provarem inocência. Nunca. Cobrando o dinheiro de sonegadores de imposto e movimentando a classe trabalhadora, então Risen se teletransporta até ela.

-Como vai indo o seu governo, minha criação sem defeitos?
-O de sempre, Monarca Meyssa. Não interferindo nas ações deles.
-Ainda são capitalistas?
-Sempre.
-Eles se sentem bem?
-A classe trabalhadora nem muito, mas acionistas e empresários ainda amam o sistema econômico.
-E como vão as pessoas de classe média e classe baixa?
-Não existe mais classe média, foram milênios de capitalismo.
-Como assim? O sonho liberal aconteceu? Todos ficaram ricos?
-Pelo contrário. Ricos ficaram tão ricos que o resto é comparável à morador de rua. Uma pessoa só é considerada rica se comparada à alguém pobre. A vida é normal, se acostumaram com o salário graças a diminuição de inflação, eu havia sugerido isso.
-Ah, isso que me dá raiva em você. Você é a criação perfeita! Pode criar universos e destruí-los sem precisar pensar, mas não interfere nem no próprio Reino.
-Eu desisti de tentar ajudar as pessoas. Se eu impedir roubos de acontecerem começam a dizer que estou manipulando eles; se eu não impedir, sou um inútil; se eu os fazer imortais começam a dizer que certa pessoa era melhor morta, se deixo morrer eu sou um deus cruel e injusto que deixa os malignos vivos... Se eu ajudo alguém, aparece outro dizendo: "Na minha vez nem me ajudou". É horrível ser um deus perfeito. Decidi que era mais simples deixar a vida acontecer. Antes de me criar, Fantasia não precisava de um deus. Eles conseguem se virar.
-Tem que ajudar... Tem que ajudar os pobres, tem que ajudar as crianças, tem que ajudar os jovens que não tem dinheiro pra comprar um livro.
-Eu tentei... Me chamaram de comunista. Fizeram campanhas contra mim, inclusive.
-Que tipo de campanhas?
-Ah, foram conspiradores científicos e extremistas que apoiam o Rígel. - O robô dourado mexe seus braços em "W" como se não estivesse entendendo. -Disseram que eu implantei doenças em vacinas infantis, que eu comia fetos abortados.
-O Reino Dourado decaiu muito, que lástima. Vocês toleram muita coisa errada.
-Exato, é um governo de direita libertária! Só por existir um estado, ainda por cima, estado burguês, sou chamado de comunista.
-Eles iriam odiar me conhecer.
-E eles usam sua imagem junto da minha com um monte de legendas: "Ele não é um salvador, é um ditador criado por uma comunista esquerdopata", "Globalismo--" ou ainda mais engraçado: "Universalismo, a nova ordem". - Meyssa tentou adivinhar o quê seria universalismo, tentando buscar sentido.
-E eu nem dei permissão pra usarem minha imagem...
-Sei disso, eu proibi as difamações à você, a figura feminina mais importante da nossa ciência. Proibi qualquer propaganda, saudação, expressão usada pelo "fã-clube" de Rígel. Então vieram os defensores da liberdade de expressão me acusarem de ditadura. É mole!? - Exclama enquanto cruza os braços. -Então uma inteligência artificial o criticou de difamação, analfabetismo político. Ele abriu processo contra ela... Liberdade de expressão apenas pra eles, o resto que se vire na justiça.

Parece a situação do Brasil.

-Tristeza... Apenas vejo tristeza neles.

Enquanto isso, Rígel está num planeta habitado por uma população seltene macht, num deserto cheio de pedregulhos inimagináveis de gigantes. Estes assim como Arneb, possuem olhos mais fechados, se vestem de um estilo Ásia feudal.

-É belo ver as diferentes etnias de nossa espécie se propagarem pelo cosmo, mas horrível ver que não estão conquistando-o. - Disse o ditador para um exército à sua frente.

Então aparece um soldado em chamas em todo seu corpo, elas se apagam e é um garoto de altura pouco abaixo da média, castanho-ruivo de cabelos espetados, olhos azuis de privilegiado, vestindo laranja e azul. Ao lado dele, mais XI pessoas aleatórias com pouco ou sem destaque e um cachorro porte grande.