Mundo Espartano

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A fera parou, e rapidamente outro comando é feito.

-Você consegue me entender? Sabe acenar?

A fera balançou a cabeça em movimento de recusa, deixando a garota confusa.

-Bom, acho que não dá para entender tudo nesse mundo.

A garota estica sua mão e a criatura aos poucos abaixa sua cabeça, Saiph acaricia o focinho e é recompensada com um "Lambeijo" no rosto. De repente Rígel quebra a cela e cai do alto como um meteorito.

-O que isso significa?

A criatura sente medo na presença de Rígel, ela anda de lado e fica atrás de Saiph como se estivesse pedindo proteção.

-Sai da frente, eu vou assar esse calanguinho.
-Não,pare! E a gente vai ser desclassificado!
-Hm... Eu já interferi, acho justo classificá-los. Enquanto à você, fêmea... Volte à sua jaula!

A criatura enorme fugiu acovardada para sua cela.

-Eu não estou entendendo... O que você fez?
-Eu não sei... Ele do nada estava... Me obedecendo.
-Depois vamos conversar.
-Por que?
-Não me questione,eu sou seu pai.

Rígel sai furioso, mais tarde ela vai ao hospital para comemorar sua cidadania com sua mãe. Ela bate na porta e pergunta:

-Toc, toc, tem alguém com saudades aqui?
-Pode entrar, você conseguiu ou foi desclassificada?
-Eu consegui e não precisei matar ninguém.

Ela se aproxima de sua mãe e senta-se na cama.

-Eu trouxe visitas.

Outra vez a porta se abre e ali estava Denebola com seu sorriso simpático.

-Chegou a pizza!

Ela tem consigo uma caixa de pizza e sacos de guloseimas.

-Vamos aproveitar que o médico disse que estou abaixo do peso. Passa pra patroa!

A diversão é tão boa, ao anoitecer Denebola teve de voltar para sua casa. Então Rígel aparece na porta.

-Saiph, vem aqui. 
-Calma aí, me deixa terminar de comer.
-Venha logo.
-Mas...
-Não começa.

Ela vai ao seu pai e se sentam nos bancos do outro lado.

-Você falou com aquele dragão do infinito?
-Bem, acho que sim... Afinal ele me obedeceu.
-Me mostre as suas chamas.

As chamas estavam num amarelo dourado puro como a visão do Sol se pondo.

-Você sente alguma coisa de diferente?
-Eu... Estou bem.
-Não, você não está.
-Pai.
-Diga.
-Por que aquele dragão me obedeceu?
-Você deve estar doente... A sua estrela não pertence à Constelação de Dragão.
-O que isso tem haver?
-É uma individualidade... Uma característica única da família Draco. Eles conseguem comandá-los.
-Eu sei disso... Mas a minha estrela fica na Constelação de Órion, como a sua e a da "mami"...

Rígel se levanta e vai à caminho do quarto de sua esposa,Saiph interfere dizendo:

-Ela está doente, deixe ela descansar.

Ele passou a mão no rosto, suspirou e disse:

-Certo, agora não é hora para ter essa conversa. E amanhã começa a sua escola.
-Tão cedo?
-Sim, não gostou?
-Eu esperava passar um tempo de férias.
-Acostume-se.

Assim ela ficou no hospital com sua mãe até o amanhecer, enquanto sua mãe ainda está dormindo, ela vai à escola.
Estes se tornaram seus piores momentos, os professores tinham total permissão para espancar seus alunos, usarem chicotes e eram treinados à não demonstrar dor, separados dos pais, viveriam como num internato. Os alunos haviam de batalhar uns com os outros à cada intervalo, toda rotação.
Aqueles que tentavam fugir eram caçados e desmembrados, um modo de colocar a regeneração em prática para estimular o corpo. Saiph teve de ver um garoto que tinha saudade de sua família perder a mão enquanto chorava, clamando por misericórdia até o machado lhe fazer este trauma. Ali ela passou uma década.
Ela estava prestes à se formar, assim como Denebola que também passou. Ali ela procura por sua amiga e acha ela num banco de concreto, lendo um livro. Denebola envelheceu bem, pele rosada, sarda nas bochechas, era alta, cabelos curtos, usava óculos para leitura, geralmente utilizava boina. Vestia-se de maneira elegante: Suéter preto, saia xadrez rosa de listras pretas, botas pretas e meia-calça... Já Saiph, não conseguiu se adequar à moda... Seus dentes eram tortos, utilizava aparelho, seu cabelo era geralmente preso, suas roupas não combinavam, era baixinha e não era contente com o corpo e aparência, além disso muitas vezes era chamada de magrela. Não havia seios grandes ou glúteos atraentes.

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora