Meyssa, a Monarca Desvalorizada

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Ao acordarem, Saiph e Denebola perceberam que Meyssa estava novamente do lado de fora, conversando com Risen.

-O que é aquela coisa? - Perguntou a moça de cabelos curtos.
-Aquele é o Monarca da constelação de Dourado. Uma máquina consciente.
-Conhece ele?
-Eu já não te contei que fui embaixadora?
-Ah, é mesmo. Não deveríamos estar espionando, é assunto deles.
-Eu sou a futura Monarca do Reino Azul, então... Podemos sim.

Elas conseguem ouvir um pouco da conversa.

-Não posso ir ao poder deste jeito, sem o movimento das pernas é inútil lutar ao lado de Esparta.
-Mas você não depende das pernas... O que tanto te incomoda?
-O povo. Eles amam cegamente Rígel. A direita não está conformada em ter governantes mulheres, nunca entendi o porquê.
-Deixe que se mordam.
-Espero que Aldebarã esteja cuidando de tudo.
-Você pretende se calar? Novamente?

Um pouco de silêncio, ela pensa sobre suas ações e como isso pode refletir sua imagem.

-Sim.
-É por isso que te chamam de tola.
-Por favor, não me humilhe mais do que já faço diariamente.
-Você não se arrepende? Seu povo está morrendo.
-Me diga o que posso fazer!?
-Pare de ter dúvidas. Você já não é mais aquela mulher que me programou ou ainda não percebeu?
-Aquilo foi diferente! Como eu poderia esperar que o maior projeto da Renascença iria pegar todos os vírus que existem.
-Você acha que me criar foi um erro?
-Sim, um erro de cálculo tremendo.
-Ah... Mas não foi... "Mamãe". Você, mesmo sentindo insegurança, dúvidas e sentia que nada estava bom o bastante, você fez o melhor que pôde. Fez melhor do que qualquer um na verdade. Pare de se punir.

Novamente um silêncio, acompanhado das lágrimas de Meyssa.

-Você ficou ofuscada no projeto, mesmo sendo a principal desenvolvedora, nem sequer faço questão de engrandecer a sua imagem em meu Reino.
-O que você fala é muito bonito e tudo, mas, eu já desisti.
-Eu não queria apelar para isto... Pense no que sua filha vai pensar sobre você, uma mulher tão imponente que se esforça para não ser reconhecida e ser submissa à opiniões que são de fato, idiotas.

A máquina se teleporta, deixando o gramado em que estava pisando queimado.

-Por que está fazendo isso comigo? Não posso fazer isso de novo, Risen... Não posso.

Então, as nuvens no céu começaram a se formar em palavras. "Você consegue". Saiph aparece logo em seguida.

-Por favor. Ao menos me conte o que te fez ser assim.
-Você estava ouvindo!? - A cadeira de rodas aos poucos chega nas duas meninas. -Escute bem: Se eu quisesse contar a minha vida para qualquer pessoa, eu mesma faria autobiografia!

É duro de ouvir... Então, mais tarde a garota pergunta ao seu tio Mintaka.

-Temos de ir pra longe dela se quer mesmo que eu te conte.

Quando a estrela de Rígel alcançou o maior ponto, eles correram até acharem uma distância segura.

-Pronto, daqui não tem perigo.
-Para quê correr isso tudo?
-Se soubesse quem é a sua mãe entenderia o motivo de eu ter medo dela.
-Primeiramente, como meu pai e minha mãe se conheceram?
-Então... Aquele péssimo exemplo de pessoa era um Príncipe que não tinha amor na vida, sua mãe foi obrigada a casar com ele pois Arcturus, havia prometido dar riquezas para a nossa família. Ela nunca gostou dele, você nasceu quando ela tentou fazer o relacionamento dar certo...
-Que horror.
-A nossa família aceitou o acordo, pois estávamos vivendo em vilarejos que eram saqueados ou então destruídos por Dragões do Infinito. Eu tinha a missão de interromper o casamento no último momento.
-Como nos filmes?
-Na minha época, filmes não existiam.

SaiphOnde histórias criam vida. Descubra agora