Capitulo V - O retorno

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Alya Black

Os últimos meses foram, provavelmente os piores e mais intensos de toda minha vida.

Vovó, havia deixado uma carta pronta, contando de um sonho que teve, mostrando que sua morte estava próxima, e ela lutaria até o fim para me proteger. E foi exatamente o que fez, morrendo com sua varinha em mãos.

Mamãe, apesar de sua fragilidade, também tentou combate, mas não resistiu.

Por isso, em seus testamentos, alegavam que em caso de falecimento, ou ferimento, sua única herdeira seria completamente responsável por si só, e todos os bens de ambas famílias.

Resumidamente, me emanciparam, deixando absolutamente tudo para mim.

Papai tinha vindo durante o enterro das duas, aparecendo como o cão preto, que tanto gosta, e me chamou para morar com ele em seu esconderijo, que infelizmente não podia me contar onde era, até minha mudança.

Mas eu não aguentava. Tantas fotos, tantas lembranças delas, tanto medo, tanta desconfiança, papeladas. Não aguentava.

Não preciso de riquezas, mansões, nada disso importa agora. Eu preciso delas. Só delas.

O velório havia ficado completamente lotado de pessoas com falsas condolências, como os pais de Draco. Que foram, exclusivamente ao sangue puro que corriam nas veias delas.

Não respondi quando vieram me cumprimentar, Narcisa completamente impassível, enquanto Lucius exalava seu nojo. Draco não olhou em minha cara, sempre olhando para o chão.

Provavelmente, ele sabia o que havia acontecido aquele dia, talvez era aquilo que queria me contar, mas seu orgulho ficou ferido quando me viu com Adrian. Eu deveria o odiar.

Deveria o odiar tanto. A tia dele quem torturou minha mãe, Bellatrix quem destruiu boa parte de minha vida. Além dos boatos do envolvimento de seus pais com o lorde das trevas.

Não duvidaria que estiveram envolvidos no ataque a minha família.

Mas não consigo o odiar. Queria perguntar o por que não me contou, por que se afastou tanto de mim após aquele beijo, sendo que havia sido uma das noites mais divertidas que tive.

Eu deveria o odiar.

Naquele mesmo dia, conheci os pais de Adrian. Que foram mais simpáticos do que eu imaginava. Me ofereceram toda assistência possível, para tudo o que eu precisava.

E eu precisei.

Eu queria fugir, fugir disso tudo, tantas responsabilidades.

E foi exatamente o que fiz.

Adrian iria se mudar temporariamente para a casa de Paris de sua família, para estudar. E não pensei duas vezes antes de ir junto à ele.

Deixei um único recado para meu pai, dizendo que entraria em contato quando me sentisse melhor.

Fui egoísta ao ignorar a dor dele, e irresponsável, mas foi necessário para minha saúde mental, que já estava péssima. Agora, mais do que nunca, tenho que me preocupar comigo.

Não gosto de lembrar do berrador que recebi dele, quando enfim informei onde estava, mas por algum motivo, ele respeitou quando implorei para me deixar sozinha um pouco.

As semanas foram passando, e se não fosse pelo apoio que recebi de todos, mas principalmente de Adrian, eu teria me afogado profundamente no luto.

Cada noite em que ele me consolava em meio à crises, cada refeição que me forçava a comer, cada voo de vassoura que me levava numa tentativa de me trazer a minima alegria, cada beijo, a primeira vez em que pedi para que me tocasse, e todas outras depois.

A Black [REPOST] // Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora