A Black [REPOST] // Draco Malfoy

Capítulo XXVI - É você mesmo

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Draco Malfoy

Cansado. É o que me define perfeitamente agora.

Estou extremamente cansado de tudo. Pensei que depois da guerra, eu poderia enfim relaxar e ficar em paz, mas não.

Saio do Ministério, querendo loucamente ir beber alguma coisa, mas sabendo que não posso agora, por ainda ter coisas para resolver.

Ser um comensal desertor consegue ser um misto de calmaria e pesadelo. Todos sabiam que eu era um, já que Voldemort me chamou na frente de todos durante a batalha, e por tal motivo, não consegui só fugir como outros.

Mas, por não ter lutado de fato, exceto alguns feitiços para me defender, e a merda que fizemos, que nos tirou Crabbe, eu sou considerado apto o suficiente para dar diversos depoimentos, como se eu soubesse onde estão todos fugitivos.

Incluindo meus pais.

Desde que fugiram, não tive quaisquer notícias deles, procurei saber em todas propriedades que temos espalhadas por aí, por outras que conheço, e absolutamente nada.

Minha cabeça dói, de tanto ter que abaixar minhas barreiras mentais, tendo minha mente toda vista por diversos aurores, apesar de dessa vez, não precisar esconder nada.

Minha mãe, tecnicamente não era uma comensal já que ela nunca teve a marca e acabou não lutando também, então não estão muito a procura dela, querem mesmo meu pai, e sei que ele nem sempre foi o melhor ou mais presente, ainda sim é meu pai e não o quero sofrendo em Azkaban.

Apesar de desconfiar que ele não ligaria muito se eu fosse, meio que o envergonhei na frente do seu Lorde e amigos.

E faria denovo.

Ok, talvez não faria se ela não tivesse me dado coragem, se eu não tivesse motivos para continuar naquela escola de merda, sem dúvida teria ido com minha mãe.

Suspiro ao ver meu relógio, vendo que sim da tempo de eu passar em minha casa antes de ir encontrar os idiotas, e aparato, parando no saguão, começando a acostumar com tal sensação.

Digito a senha da porta, entrando enfim no meu apartamento.

Meu.

Por terem visto o cenário de torturas e reuniões que minha mansão era, o Ministério a tomou, ficaram em semanas de investigação, tendo sido liberada apenas essa semana, e já botei para reformar. Eu não conseguiria me sentir em casa, tendo uma câmara de tortura por exemplo, apesar de ter crescido lá.

E, mesmo tendo outras opções, decidi ficar longe de tudo e todos. Os sangue-ruim sabem fazer moradias, tenho que admitir isso.

Caminho até a janela que dá vista para toda Londres, vendo o dia cinzento de sempre. Gosto de ficar aqui vendo o céu, me sinto algo perto de livre. Apesar de estar longe disso.

Faço uma careta quando um pássaro passa, se assemelhando a um pomo de ouro, e dou as costas, indo tomar um banho para me livrar da sensação de ser invadido em minha própria mente, mesmo sabendo que vou me atrasar.

-Porra- resmungo sozinho, quando abro a manga da camisa, sentindo a coceira absurda da tatuagem em cicatrização.

Remerber.

Hell is empty and the devils are here.

E agora uma cobra contornando meu pulso, onde costumava ficar a marca negra, marcam minha pele, numa tentativa de manter meus pés sempre no chão, ao mesmo tempo em que me proíbem de esquecer por tudo o que passei.