Capítulo XXIII - Cruciatus

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Alya Black

     Gemo baixo conforme sou jogada na sala, tentando falhamente me levantar tonta. Consigo esticar a mão até minha tempôra esquerda, sentindo ali o corte, que deve ter me desacordado. Está bem profundo, para ser na cabeça.

     Não tenho forças para lutar enquanto amarraram minhas mãos em correntes presas nas paredes, por maior que seja a dor no momento em que isso acontece.

      Encolho de dor na cabeça quando o que me trouxe bate a porta ao sair, e puxo meus pulsos, tentando encontrar alguma brecha para fugir. Isso tem que ter uma saída.

       Tento me levantar quando a porta se abre novamente, suspirando quando ele entra.

      Não preciso pensar para saber o que me espera. Dor, muita dor, por dias e dias, até enfim a morte.

     -Olá Black- ele sorri, um sorriso largo, que não chega à seus olhos, por só transmitirem dor e sofrimento. -Pensei que pudesse estar com sede- avisa, indicando para o elfo abatido e claramente mal tratado, que trás um carrinho.

      Não o respondo, simplesmente encarando em seus olhos, sem querer me render, até mesmo acorrentada.

       -Seus pais não te deram educação?- provoca, numa tentativa de arrancar algo de mim, mas não posso me deixar cair nessa, não vou me render. -Vamos tentar começar de uma forma decente, onde está Potter?- questiona com uma falsa calma.

     -Não o conheço- minto, soando ríspido, com a garganta arranhando para dizer apenas isso.

      -Talvez eu precise refrescar sua memória, o baixinho que usa óculos, tem uma cicatriz enorme, estava na morte do seu pai, que você acolheu naquela casa velha que chamam de sede da Ordem da Fênix- ele explica, e sinto meu coração acelerando. Como ele sabe tanta coisa?

       Não o respondo. Não sei o quanto os outros sabem, não quero por a ordem em risco.

       -Apenas eu sei de tantas coisas, o que acha de manter apenas entre nós, se você colaborar, o que acha? Até mesmo deixo sua coruja patética em paz, faz semanas que tento a pegar, e ela sempre foge- provoca, e dessa vez não consigo me controlar, tentando avançar em sua direção. Sendo totalmente impedida pelas algemas, o que o faz rir.

       -Eu não sei do que está falando- insisto.

      -Então vamos refrescar um pouco sua memória- murmura agachando em minha frete, e ameaço morder quando tenta acariciar meu rosto. -Deprimo- ele fala com um certo divertimento, e na mesma hora sinto a pressão absurda em meu corpo.

     Sinto que grito, pela dor, mas não consigo ouvir, por meu ouvido ter essa impressão de tampado, e até sinto um algo quente escorrer pelo esquerdo, o que julgo ser sangue. Não consigo ouvir nada, mas minha cabeça dói, meus ouvidos estão me matando, minha garganta parece estar inchada.

      Não sei quanto tempo leva, após o efeito passar, mas tudo o que consigo ouvir é um longo ruído branco.

      -Já está assim? Acabamos de começar a brincar, princesa- ele fala rindo, e ouço isso bem distante, vendo que de fato meu ouvido sangrou, quando ele passa a mão. -Onde está Potter?- insiste.

     -Eu não sei de quem está falando- também insisto.

      Em qualquer outra oportunidade, não pensaria duas vezes antes de entregar o Potter. Metade da minha vida fodeu pela ligação dos meus pais, aos pais dele. Mas ele é literalmente a última esperança de matarmos o lorde das trevas, apenas ele pode fazer isso.

A Black [REPOST] // Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora