Capitulo XIX - Ele é um comensal

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Draco Malfoy

Me sinto preso no lugar, completamente paralisado, vendo o ser com máscara de ferro andando em minha direção calmamente.

Observo passo por passo dele, sem domínio do meu próprio corpo, apenas sendo obrigado a ficar ali, existindo.

Não me surpreendo nem apavoro quando ele retira a máscara, revelando meu próprio rosto. Essa é a realidade, é para isso que cresci.

Preciso me apegar a ideia de que isso não tem mais opção, é isso e pronto.

Mas essa realidade muda. Sinto meu coração acelerando, a vontade absurda de gritar e correr, quando vejo meu primo, sua mãe, e meu pai, os três chegando juntos.

Com Alya sendo puxada pelo Lestrange.

Foram poucas as vezes em que minha noiva pareceu pequena e indefesa, mesmo quebrada ela sempre se demonstra forte, lutadora. Mas não é essa imagem que está em minha frente.

Os olhos enormes e azuis, estão completamente apagados, um misto de desespero e desistência gritam em seu rosto. Ela sequer tenta se levantar, apenas se entrega.

Tento gritar quando meu pai faz um sinal, e meu outro eu, caminha parando em frente a ela. E então, sem qualquer sentimento na voz, ele, eu, falo levantando a varinha.

-Avada Kedrava.

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Acordo ofegante, extremamente suado apesar do frio que faz. Tateio a cama ao meu lado, a procura dela, precisando ter a certeza de que aquilo foi apenas um sonho, que minha noiva está bem, ignorante com relação à como sou agora.

Suspiro aliviado quando sinto a mesma, poucos centímetros à minha frente, e puxo seu corpo para mim, sem cuidado com a força que aplico, o que a faz resmungar.

Fico nervoso quando ela se vira, ficando com o rosto literalmente em cima de meu antebraço. Em cima da marca. Me sinto sujo em tocá-la, com isso.

Cresci sabendo qual seria meu dever, aceitando, e por boa parte de minha vida, desejando isso.

Mas tudo isso, acabou com a vida dela.

Eu devia ter escutado Tessa, ela tentou me alertar várias vezes. Só Merlim sabe quantas vezes tive que enfaixar o braço dela, porque esfolado a pele na tentativa de tirar a marca. Sinto falta dela, ela saberia como me ajudar agora.

Acho que ela estaria decepcionada comigo, eu não a ouvi, mesmo que isso a tenha feito tirar a própria vida.

-Você não consegue ficar com as mãos longe do meu peito?- ela murmura sonolenta, e consigo sentir seu sorriso, mesmo que esteja de costas.

-Não- respondo simplesmente, aliviado quando ela vira de frente para mim, e disfarço ao empurrar novamente minha manga para baixo.

-Sabe que horas são?- questiona, me olhando por entre os cílios, com esses olhos que mais parecem um portal para outra dimensão de tão azuis.

Sei que é errado, mas gosto de quando a gente briga. Não nos desgrudamos depois disso, ela está aqui desde o jantar, e não tenho ideia de que horas sejam.

A Black [REPOST] // Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora