Capitulo XVIII - Amortentia

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Alya Black

Chego enfim na mansão que um dia foi meu lar praticamente feliz. Ok, não praticamente, eu era feliz. Apesar de ficar triste pelo estado da minha mãe, eu era feliz, eu era amada. Eu não era sozinha.

Minha vida era fácil, resumida em decidir alguma coisa para estudar, andar de vassoura como vovô, conversar alternando três idiomas com a vovó, ou me preocupar em comprar novas sapatilhas de ponta para a aula de balé.

A alegria e magia desse lugar era absurda. Quadros se mexendo para cima e para baixo, uma cabeça de lobo animada, que sempre fazia barulhos nas horas mais aleatórias, corujas voando para todos os lados, louças se lavando sozinhas, risadas ecoando em algum canto, e a música que mamãe sempre escutava ecoando.

Agora, o nada, além de Atria piando em sua gaiola.

Meu lar feliz, agora é cinza.

Me lembro de quando fui na mansão Malfoy, e tudo era tão triste e sem vida. É assim a minha casa agora.

Havia libertado o nosso elfo doméstico, que era mais um ajudante da vovó do que um empregado, assim que elas faleceram, então absolutamente ninguém esta me esperando.

-Somos só nós agora- sussurro para Atria, abrindo a gaiola da mesma, que começa a voar em círculos, piando animada.

Subo as escadas que costumava brincar, e vou direto ao meu quarto.

Observo a decoração, que ainda é a mesma de quando eu fiz onze anos, todo estilo princesa, com a cama branca delicada, as estantes de livros e mais livros empoeirados, que me fazem espirrar, e brinquedos de pelúcia, pois sempre odiei me sentir sozinha.

Acho que no fundo eu sempre soube que ficaria assim.

Começo a chorar ao perceber o que minha vida era agora, e diferente de quando eu tinha onze anos, ninguém vai vir me consolar.

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Me arrasto até a porta, arrumando o grande moletom em meu corpo, para tentar cobrir um pouco mais do que apenas minha bunda, já que decidi não usar nada por baixo.

Abro a mesma, colocando apenas o rosto para fora, e na hora reconheço a silhueta alta e malhada.

-Achou mesmo que iria vir para a França, e eu não iria descobrir?- Adrian questiona com um sorrisinho, e várias sacolas em suas mãos.

-Achei- respondo honestamente, porque ignoro todos desde que saímos da escola, e consegui me esconder um mês antes de ele me encontrar.

-Você não pode se isolar de tudo Alya- ele começa a bronca, e suspiro quando ele abre o resto da porta, entrando antes que eu o expulse.

Por um momento fico envergonhada da bagunça que meu quarto está, a mala cheia de roupas espalhadas, que aproveito para pegar um shorts, além de vários brinquedos da coruja que dorme confortavelmente no meio da cama.

Mas me lembro que não o convidei, então ele não tem que opinar em nada, se surtar, deixo que ele arrume tudo.

-Por que está aqui?- questiono parada perto da cama, enquanto ele tira os livros de cima da mesa, esvaziando a sacola.

Na mesma hora, o cheiro da comida italiana invade meu nariz, e quase solto um gemido baixo apenas por isso, sentindo o gosto da folha de mandragora na boca, e percebo que é a única coisa que "mastigo", há pelo menos dois dias.

A Black [REPOST] // Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora