31- Made for this

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   A garota andava apressada pelos corredores da escola. Havia se atrasado para seu infame e doloroso castigo, que já se estendia por dias. Suas mãos já estavam doloridas e com cicatrizes horríveis, para sua alegria, esse seria o último dia.

     Ela abriu a porta de supetão, vendo ali um Draco com expressão dolorida no rosto e uma Umbridge nada feliz. A sala era inteiramente rosa, decorada com pratarias cheias de gatinhos nas paredes, que ficavam miando irritantemente em meio á todo aquele Rosa nas mesas, cadeiras cadernos e acessórios.

    - Está atrasada senhorita. - a mulher disse sorridente. - sente-se e comece á escrever.

     Merlin adentrou o lugar calada e já sentindo a raiva lhe tomar. Se sentou ao lado de Malfoy na pequena mesa, pegando uma das penas e começando a frase: " Eu devo obedecer sempre" ela sentia sua pele arder e queimar, enquanto as palavras apareciam escritas em seu pulso.

    - Á quanto tempo estava aqui? - olhou para o loiro ao seu lado.

    - Quinze minutos antes de você. - eles já haviam terminado duas folhas, e sua mãos pingavam sangue. - Onde se meteu?

    - Silêncio! - Dolores ralhou impaciente.- Como consequência pelo atraso da Senhorita Merlin, vão ficar até mais tarde hoje.

    - Isso não é justo! - Malfoy argumentou. - Eu tenho um jogo importante amanhã!

     - Bom, deveria ter pensado nisso antes de apoiar a desobediência de sua colega, minha criança. - ela se sentou na mesa cor de rosa. - Quando eu escolho alguém para a brigada inquisitorial eu espero que saiba o tamanho da responsabilidade.

     - Ele sabe. - Merlin rosnou com a dor no punho. - Deixe-o ir. Afinal, você não vai querer provocar os Merlin.

    - Ah minha querida. - a mulher riu sínica. - Eu tenho grande admiração por ambas as famílias. É uma pena que você ainda seja muito jovem para cuidar da ordem de seu avô, Te contei que sou da segunda classe da Ordem de Merlin?

    - Então coloque-se no seu lugar.- a garota rosnou com os olhos cintilando em roxo novamente.

    A mesa em que estavam começou á tremer e Draco a encarou assustado. Os gatos das paredes agora se escondiam, rosnavam ou choramingavam alto.

    - Ou eu a rebaixo para a inexistência. - Merlin concluiu a frase e Dolores a olhou medrosa e irritada.

    - Isso é uma ameaça?

   - Um aviso. - a olhou com raiva.

  Duas longas horas depois e ambos estavam livres daquela mulher. Eles desciam as escadas apertando lenços brancos contra o pulso, sentindo a dor dos cortes latejar. Merlin se sentia fraca pela perda de sangue, e pior ainda, se sentia uma decepção ao se lembrar das palavras de seu pai.

     - Isso é um absurdo! - Draco ralhava enquanto eles entravam na comunal de madrugada. - Vou mandar uma coruja para meu pai assim que isso sarar!

   - Ela é louca! - Merlin revirou os olhos. - Aposto que se meu avô estivesse aqui ela nem sequer ousaria tocar em mim!

   - Ou se sua mãe...- ela encarou feio o garoto pálido e ele se calou.

     Draco se jogou no sofá, vendo a garota fazer o mesmo ao seu lado. Eles estavam exaustos e cansados. Merlin sabia que aquilo era tudo culpa dela, ela novamente havia machucado alguém, dessa vez não tão bom, mas havia. Ela se lembrou novamente de seu objetivo ali, e percebeu o quanto estava fazendo tudo errado.

      - Pelo menos não estamos discutindo. - Draco disse desdenhoso.

    - Vai conseguir jogar amanhã?

'Till Forever Falls Apart - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora