69 - Delusions

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  - Você é a última pessoa que eu gostaria de ver agora. - O menino suspirava, raiva transparecia de suas orbes verdes azuladas enquanto encarava a tapeçaria dos Black.

   - Eu sei que é muita coisa. - Ela se aproximou por suas costas e parou ao seu lado com as mãos nos bolsos de sua jaqueta de couro negro.

    - Não, você não sabe, Merlin. - Harry tentou se manter paciente. - Eu perdi á todos, pessoas morreram! E se eu não sou o Eleito, então o que eu sou? Por qual causa eles morreram? - Ele estava magoado, sua vida fora uma grande mentira contada por todos ao seu redor. - Você sabia! E não me disse, mesmo quando fingia ser minha amiga! Sirius ele...

    - Não coloque Sirius no meio dessa discussão. - O olhar dela se tornou rígido e sombrio, inóspito, como se faltasse vida á ele. - Existe um motivo para que as coisas não lhe fossem ditas, existe um motivo para que Sirius não lhe dissesse, e eu sinto muito em ter lhe dito.

  - E iam fazer o quê?- os dois encaravam a parede manchada - Mentir pra mim até Voldemort me matar? - ele suspirou, Dumbledore e até mesmo o clã dos Merlin nunca faziam nada sem um motivo, e ele duvidava que seu padrinho lhe omitira a verdade sem um motivo válido. Se virou para ela com os olhos molhados. - Que motivo?

   - Incerteza.E na situação em que você se encontrava incerteza era tudo o que menos precisava. - ela lhe encarou séria com os olhos acinzentados. - Existem duas profecias, a de Jodue Merlin é a mais antiga, data da época dos fundadores. E existe a sua, um pouco mais recente e não menos importante. Dumbledore achou pouco provável a existência de dois eleitos, mas não podia negar as palavras de Merlin ou Trewlaney, Você tem dons, Potter, e você já enfrentou á Riddle muitas e muitas vezes, nem sequer ele ousa duvidar de seu propósito.

   - Eu não entendo onde você entra. - ele a olhou com a dúvida pairando em seu olhar.

   - Acredite, Potter, nenhuma profecia de meu avô deixou de se cumprir, nunca. - ela sorriu ladina e arrogante e ele a encarou. - Slytherin era ambicioso, jamais deixaria apenas um herdeiro com o risco ao fracasso. Mas o universo precisava equilibrar as coisas, deixar como as estrelas, perfeitamente alinhadas no Céu, como deve ser. Não pode haver dois herdeiros de igual poder e vida interligada, isso traria destruição aos dois mundos.

   - Então os dois precisam morrer. - ele pareceu juntar as peças. - Se você morrer, Voldermort se torna mortal, como uma Horcrux.

   - E eu quero que quando eu tombar ao chão, você derrube aquele maldito, crave a primeira espada afiada que ver pela frente ou a primeira maldição imperdoável em que puder pensar. - as palavras saíram raivosas da boca dela e ele a olhou espantando.

    - Não existem dois eleitos Lyra! Isso é impossível! - ele a encarou desacreditado e indignado.

  - Quando as pessoas dizem impossível, elas geralmente querem dizer improvável. - ela deu seu sorriso ladino característico e convencido.

    Harry se manteve em silêncio, encarando o brilho do sol reluzir sobre o retrato queimado de Sirius na parede. Ele não sabia o que pensar ou dizer, naquele momento só queria que Hermione e Ron estivessem ali para lhe dar bons conselhos e risadas. Ele ouviu o riso convencido da Sonserina na sua frente, voltando á realidade e percebendo que estava lendo sua mente.

    - Foi por isso que eu os trouxe aqui. - Ela sorriu convencida e ladina, dando espaço para um Ronald Weasley preocupado e uma Hermione apressada adentrarem a sala.

    Harry não podia acreditar! Sentira tanta falta deles, todo esse tempo sem trocar uma correspondência, sem poder trocar uma palavra. Viu Merlin passar por eles e receber um olhar feio e desconfiado de Hermione antes de sair da sala e fechar a porta.

'Till Forever Falls Apart - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora