28- Bellatrix Lestrange

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- Você precisa mesmo ir? - Merlin disse dramática ao professor.

Estavam na plataforma de trem. Naquela noite de primeiro de setembro, um novo ano letivo se inicaria e portanto, o acordo de Dumbledore e Lupin chegava ao fim. Ele precisava voltar, não podia ficar ali para ser visto pelos alunos e terem pais raivosos reclamando sobre sua presença, além do mais, ele e o resto da ordem precisavam bolar uma estratégia de defesa contra Voldermort.

- Você sabe que sim. - Ele sorriu. - Eu devo chegar lá antes que os alunos cheguem aqui.

- Para onde vai?

- Para a casa de um amigo, ele anda tendo alguns problemas com suas... almofadinhas.

Merlin sorriu ladina, era óbvio que ele iria se encontrar com Black e o resto da ordem.

- Bom nesse caso...- disse desdenhosa. - apenas diga á ele para conseguir um remédio para as pulgas.

- Certo, Certo. - Lupin riu, entrando no trem. - Professor Snape. - despediu se.

- Lupin. - Um Snape desdenhoso respondeu antes de o trem partir.

Ela retornou ao castelo com seu pai, toda a escola estava sendo preparada para receber novamente as centenas de estudantes animados em apenas algumas horas. Dumbledore havia lhe dito que gostaria de conversar com a mesma, e por isso, ela foi até seu escritório.

- Senhor...- cumprimentou enquanto entrava no lugar, vendo-o com a expressão preocupada e sentado atrás de sua mesa.

- Olá, minha cara Merlin. - sorriu docemente. - como vão os preparativos para esta noite?

- Vão muito bem. - ela se sentou na cadeira á sua frente. - Com certeza existe uma razão pra eu estar aqui...

- Sim, claro.

O velho senhor jogou sobre a mesa uma edição do Profeta diário, a mais recente. Merlin olhou para a grande foto na primeira página, uma mulher de cabelos desgrenhados, dentes podres e aparência lunática mostrava a língua para a câmera. A manchete dizia: "Bellatrix Lestrange: Foragida de Azkaban." Isso não era nada bom, Merlin bufou.

- Sabe o que isso significa? - Dumbledore perguntou.

- Ele está reunindo seus seguidores...eles estão indo até ele. - ela concluiu a frase e em fração de segundos se lembrou, olhando preocupada para ele.

- Susan continua em sua cela. - O diretor a confortou.

- Lestrange está de volta...- ela era um dos braços direitos de Voldermort, considerada uma dos comensais mais cruéis e letais. - Isso não é nada bom.

- Em breve teremos um confronto. - Dumbledore continuou. - Precisamos estar preparados, acima de tudo, você e senhor Potter.

Ela asentiu, se levantando dali e pegando o jornal em mãos.

- Posso ficar com isso? - mostrou para o senhor que assentiu sorrindo. - até mais tarde.

Ela deixou a sala, indo até seu salão comunal para ler a matéria. o lugar estava calmo, a luz refletida pelo lago negro entrava esverdeada na sala, a lareira acesa por conta do inverno que havia chegado e as luminárias brilhando. Ela se jogou na poltrona e pegou o jornal em mãos, uma das matérias, no entanto pareceu lhe interessar mais, o longo artigo dizia no título: " O ministério versus Dumbledore: Albus acusa Fudge de tentar abafar o caso."

Ela leu aquilo sentindo ódio do covarde ministro da magia, Cornélius se negava á admitir que Lord das trevas havia ressurgido, invés disso, continuava acusando Potter e Dumbledore e tentar tomar o ministério.

" O ministro da magia - continua o professor e diretor de Hogwarts - não quer que eu lhes diga isso. É possível que alguns pais se horrorizem com o que acabo de fazer, ou porque não acreditam que Lord Voldemort tenha ressurgido ou porque acham que eu não deva informar isso aos alunos um tanto jovens de Hogwarts ou ao resto do mundo bruxo. Creio, no entanto, que a verdade é, em geral, preferível á mentiras, e qualquer tentativa de fingir que Cedric Diggory morreu em consequência de algum acidente ou de algum erro que cometeu, é um insulto á sua memória."

Dumbledore estava certo, não havia necessidade de mentir ao povo do mundo bruxo. Quanto mais mentiras contassem, mais chances de conseguir novos seguidores Voldermort conseguiria. Ela jogou o jornal ao fogo, subindo as escadas para se preparar para o jantar de boas vindas.

As horas passaram rapidamente, e quando se deu por conta, já estavam todos ali, de volta á escola e sentados nas grandes mesas do salão principal. Após a cerimônia de seleção dos primeiranistas, Dumbledore se levantou para os avisos costumeiros. Ella viu curiosa uma mulher baixinha e com cara de sapa se levantar e parar ao lado do diretor, ela tinha um sorriso forçado e frio, que causava arrepios á qualquer um, sem falar nas roupas totalmente rosa.

- É um imenso prazer para mim anunciar que este ano, teremos uma nova professora conosco, vinda diretamente do ministério da magia, a Professora Dolores Umbridge. - Dumbledore apontou para a mulher e todos aplaudiram educadamente. - Bom, agora...

-O ministro da Magia sempre considerou a educação dos jovens bruxos de vital importância. Os dons raros com que vocês nasceram talvez não frutifiquem se não forem nutridos e aprimorados por cuidadosa instrução. As habilidades antigas, um privilégio da comunidade bruxa, devem ser transmitidas às novas gerações ou se perderão para sempre. O tesouro oculto de conhecimentos mágicos acumulados pelos nossos antepassados deve ser preservado, suplementado e polido por aqueles que foram chamados à nobre missão de ensinar. Espero e tenho certeza de que vamos todos ser grandes amigos! - ela deu uma risada irritante.

Era óbvio que ela estava ali como inquisitora, já que Fudge não confiava em Dumbledore, ele precisava de alguém lá dentro, observando cada passo dele e manipulando a escola á seu favor. o resto do jantar correu normalmente, Merlin estava sentada ao lado de Theodore, que estava entre ela e uma Pansy claramente emburrada. Ella olhou pela mesa e viu Draco sentado ali perto, entre seus dois brutamontes.

- Ei, Malfoy! - Chamou provocante. - Como foi o jantar em família ontem?

Draco a olhou irritado, é claro que ele sabia do que a garota estava falando, ela fazia menção á fuga de sua tia.

- Maravilhoso! - sorriu mais provocante ainda. - Mas foi uma pena que sua mãe não pode comparecer.

- Ela anda meio ocupada, sabe... Preparando uma cela bem aconchegante pra vocês - a garota disse sarcástica e ele sentiu a raiva lhe subir.

Depois do jantar, todos rumaram de volta ás comunais, Merlin se jogou na poltrona em frente a lareira novamente, a briga pelas camas ia começar lá em cima, e ela sinceramente preferia ficar de fora, desde que não pegassem a cama dela.

- Senti sua falta, sabia? - Theo pulou as costas do sofá e se sentou. - E meu pai fica engraçado quando está resfriado.

- Também senti saudades. - ela riu, imaginando a imagem de um Professor Slughorn de olheiras e um nariz bem grande, inchado e vermelho.

- Por que você não voltou pro Surrey dessa vez?

- Eu... - ela suspirou, odiava mentir para o amigo, mas saber de tudo alguma hora poderia colocá-lo em risco. - Bom, eu odeio te falar isso, mas...

- Snape te colocou de castigo? - ele se inclinou na cadeira preocupado.

- Não. Tá legal, com tudo que rolou ano passado, minhas notas caíram, eu passei as férias estudando. - Suspirou com cara triste.

- Poxa...eu sinto muito. - ele a olhou com pena. - mas esse ano é um novo ano! Vai ser um dos melhores!



'Till Forever Falls Apart - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora