CONFLITOS DE PENSAMENTOS

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Estou no segundo ônibus de volta para casa. É assim todos os dias, mas hoje parece que minha casa está mais longe, não consigo prestar atenção no caminho, não sei onde estou assim como na minha vida, parece que fiz tudo errado até hoje. Quando penso que estou acertando e finalmente estou pronta para dar o próximo passo, algo acontece, parece que estou dando um passo para a frente e dois para trás. 

Aos 28 anos, solteira, morando com a mãe e um irmão. São amorosos, somos uma família unida e ainda tenho uma irmã casada que mora perto da minha casa, tem dois filhos lindos que são meu amores não gosto do seu marido, as vezes me olha estranho é um cafajeste, mas minha irmã não percebe isso. 

Quase passo da minha parada. Moro em uma comunidade com uma boa vizinhança, na rua em que moro as pessoas gostam de ficarem nas calçadas, uma pracinha bem em frente a minha casa favorece muito para isso, com uma árvore imensa no meio e os bancos de cimento, um ótimo local para ver quem passa.

Tenho amigos, mas cada um já está com suas vidas caminhadas e eu continuo sozinha. Melhor eu desejo estar sozinha, casar não faz parte dos meus projetos de vida, viajar, conhecer vários países isso sim desejo fazer um dia, mas para isso minha família não pode saber o que está acontecendo comigo

— Cheguei família! – Minha mãe, Sara, está na sala com a tv ligada.

— Como foi seu dia filha? – Ela me olha por cima dos óculos, deixando de lado o livro que estava nas mãos. — Chegou uma encomenda para você, deixei no seu quarto.

— Normal mãe, cansativo, mas produtivo. E o mano onde está?

— Saiu com os amigos e a Fernanda para comemorar o aniversário de um deles.

— Está certo, mãe vou tomar banho. – vou para o meu quarto disfarçando para minha mãe não ver meus olhos vermelhos por ter chorado.

Sento em minha cama o meu quarto tornou-se há  muito tempo, a ser o meu refúgio e hoje mais do que nunca gostaria de não sair daqui enfrentar o mundo novamente. Depois de muito tempo vou tomar banho só consigo tomar um copo de suco, não tenho fome. Olho a caixa com a encomenda que minha mãe falou, como sei que foi o Alan, um amigo, que me enviou, deixo ela no mesmo lugar, em cima da minha escrivaninha.

Pego novamente o relatório para ler e só me pergunto; como isso aconteceu, o que vou fazer pra conseguir esse dinheiro?

Não posso contar pra minha família. Eles já fizeram muito por mim, deixaram de viver suas vidas pra me proteger, se souberem o que está acontecendo serão capazes de  mais uma vez  abrir mão de tudo e tentar pagar minha dívida.

Dessa vez resolverei sozinha! –falo para a folha de papel sobre a cama, ando dando voltas no quarto

Decidida a buscar uma solução, uma delas é falar com o Victor, do setor financeiro, mas para isso preciso da  autorização do Marcos. Ele é o melhor amigo do meu chefe, mas é o oposto, principalmente no que se refere à educação.  Já imagino o seu olhar de desdém do senhor meu chefe.

—O que tem bonito, tem de arrogância!

Já é de madrugada quando adormeço. Amanhã é sábado, terei dois dias para descansar antes de enfrentar o Senhor arrogante.

 Amanhã é sábado, terei dois dias para descansar antes de enfrentar o Senhor arrogante

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O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora