AMIZADE ABALADA

11.1K 727 25
                                    


— Aonde vai tão cedo? –  Ouço o Marcos perguntar entrando no closet.

— Vou na casa da Cláudia. Respondo sem me virar para ele.

— Precisamos conversar, você não pode ir mais tarde? Eu te levo.

— Não precisamos conversar e eu vou sozinha, obrigado. – Pego minha bolsa para sair.

— Dil, por favor deixa eu te explicar aquilo não foi nada. – Ele segura meu braço.

— Se você diz eu não tenho nada com isso, não somos casados, lembra? Temos apenas um contrato para cumprir. – Puxo meu braço e saio do closet.

— Somos casados, a Isabella é alguém do meu passado não significa mais nada para mim...

— Marcos, você não precisa me explicar , está no contrato...

— Quer parar de falar no contrato, nesses últimos dias não estamos vivendo por ele, agora temos uma relação...

Ele fala mais alto eu o corto.

— Então vamos parar de ter porque o que estamos fazendo é brincar de casinha, não somos marido e mulher...

— Não somos ainda porque você não quer. O que mais quero é te fazer minha mulher. – Me afasto dele.

— Marcos, eu agradeço tudo que você tem feito por mim... Eu não estou com raiva de você, podemos continuar sendo amigos,  mas eu não vou continuar com isso.

Ele tenta se aproximar, eu peço para ficar onde está com o braço estendido.

— Você conseguiu o que queria e eu também com esse casamento então vamos deixar assim!

— Deixar você longe de mim é isso o que quer, você sabe que não pode ir embora o...

— O contrato diz que só você pode me mandar embora ou se eu te pagar eu não esqueci, só vou falar com a minha amiga mais tarde eu volto.

Lhe dou as costas para sair, ele me abraça por trás. Fecho os olhos para não me render a ele.

— Me desculpa Pequena, você vai conversar com a Cláudia, eu sei que ela deve está me odiando, mais tarde quando você voltar eu te explico tudo, está bom assim? –Ele beija minha cabeça.

— Tudo bem, Marcos. Preciso ir não posso dar chance da cal fugir de mim.

— Dil, só não passa o dia sem me dar notícias, não desliga o celular promete?

— Prometo, afinal agora tenho duas querendo me matar. Tchau Marcos. – Saio praticamente correndo dos seus braços.

Eu sei que ele entrou no quarto depois que eu estava fingindo dormir. Passou um tempão me observando na cama, teve um momento que pensei que me pegaria pelo braços e me jogaria para fora de casa e colocar a mulher que estava beijando no meu lugar.

Depois de tomar banho se deitou ao meu lado, me abraçou e sussurrou: "Eu sou seu minha, Peqena. Seu." De certa forma dormi em paz ao ouvir ele falar e ver que passou a noite em casa comigo.

Como o Marcos falou ainda é muito cedo, não posso chegar na casa da Cláudia à seis horas da manhã. Por isso, vou para o meu apartamento.

Passo em uma padaria para comprar algo para tomar café. Vejo que está tudo no seu lugar, Lúcia como sempre deixa meu cantinho arrumado e cheiroso. Vou trabalhar um pouco no notebook  que tenho aqui, dessa vez meu cliente é  um homem.

"Vamos conversar senhor Martiniano."

As dez horas da manhã bati no portão da minha amiga, preparada para ouvir suas reclamações e esperando que me perdoe por trair sua confiança.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora