O ALIADO AMIGO

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Acordo com o barulho irritante do despertador do celular. Mais uma noite que dormi mal. -Por que ainda não coloquei uma música pra me despertar?

Não preciso ter pressa, por exigência do meu noivo sou obrigada a pegar o cartão e chamar um carro de aplicativo para trabalhar todos os dias a partir de hoje.

E está com o anel de noivado no dedo. Fico admirando as nove Zircônias white na aliança de ouro amarelo e procuro alguma emoção de uma noiva apaixonada.

— Você é meu passaporte para libertar minha família dos meus fantasmas. – falo tocando na aliança.

Antes de sair vejo que o Alan respondeu meu email.

Lugar Mágico
"Pode deixar vou providenciar nossas passagens. Vamos aproveitar o feriado do final de semana para isso."

E com um sorriso começo meu dia.

— Bom dia, Dilen. – Cumprimenta Humberto no refeitório da empresa.

— Bom dia Beto! Desculpa ontem demorei para te responder, estava muito cansada.

— Não se preocupe, acredito que noivar deve cansar mesmo. – fala e segura minha mão para ver a aliança.

— Sim, cansa. – falo rindo da sua cara. – Mas se você quiser podemos almoçar hoje.

— Se seu noivo não se importar eu quero, estou precisando de suas dicas.

— Não se preocupa com nosso chefe, ele não está na empresa foi vistoriar uma obra. -digo já levantando da cadeira.

— Passo lá na sua sala e vamos juntos.

Me afastei do grupo de colegas de almoço, não suportei ouvir as indiretas, apenas uma me defendia e pra não afastá-la do grupo eu saí.

Marcos pediu um relatório do Rio de Janeiro, essa é a principal tarefa desta manhã. Tinha que entregar até o fim do dia.

— A secretária está subindo de cargo?

Ergo a cabeça, estava tão concentrada que não vi Luciana se aproximar da minha mesa.

— Bom dia Luciana, deseja alguma coisa? – pergunto sem sair do meu papel de secretária.

— Marcos ainda não chegou? Estava com ele na supervisão, estou lhe esperando para almoçarmos.

— Não, senhorita, o senhor Marcos ainda não chegou.

— O seu noivo é um homem muito atraente,  na obra tive que explicar que não era sua namorada. – fala, pega uma caneta e fica batendo na mesa.

Sei que vai aprontar, da última vez derrubou uns papéis no chão e disse que foi sem querer.

— Sim. É verdade. – respondo com desinteresse, sei que isso a irrita.

— Despedi dele dizendo que vinha direto para a empresa, Dilen, será que ele foi almoçar com a Ana ou outra amiguinha?

— Isso só ele pode responder, senhorita. – Giro a aliança e vejo que ela fica um tempo olhando para ela.

— Marcos já teve bom gosto, mas nos últimos dias ele parece que perdeu, só sabe escolher porcaria.

Está com a mesma caneta batendo em sua mão enquanto fala.

— Quanto a isso, só o meu noivo poderá responder. Se quiser pode se sentar e aguardar seu retorno à empresa.

Ela me olha com ódio e derruba o porta caneta ao guardar à de sua mão e sai sem pedir desculpas.

Mais uma coisa que vou tirar da minha mesa. Bufo.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora