O VESTIDO DA DISCÓRDIA

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      Hoje  o meu dia não vai ser normal, tive oito dias de sossego com ele viajando, agora tenho que me adaptar à nova rotina de ser a namorada do Marcos.

     Ontem quando o levei até o carro por insistência dele, me informou que hoje iríamos almoçar, depois ir a oficina do Tony.

Estou indo em direção ao elevador quando a recepcionista me chama.

—Bom dia. Você poderia me acompanhar por favor!

Ela me leva a um elevador separado por um biombo quatro folhas de madeira vazado

—A partir de hoje,  por ordem da direção, este elevador será exclusivo para os funcionários da Construção Gouveia. –ela informa.

—Obrigada. Isso é muito bom. –aperto o  botão.

      Passo pela recepção pego uns documentos para entregar ao Marcos. Clara me informa que ele está na empresa.

Após confirmar o que tenho que fazer, bato em sua porta.

—Bom dia! Esses documentos são para o senhor.

—Bom dia Dilen. Você pega pra mim a pasta do projeto AZUL.

—Sim. Mais alguma coisa?

—Eu quero um café da manhã, hoje não comi antes de sair de casa.

—Algo especial?

—Não o de sempre, obrigado.

Saio da sala, peço seu café, procuro o projeto Azul, digitar dois documentos, fazer e receber algumas ligações. Uma  manhã normal.

O anormal é o que estou fazendo agora,  esperando meu chefe para almoçarmos.

—Podemos ir, Dilen? – Desligo o computador e me levanto.

Como é hora de almoço tem mais pessoas pelos corredores da empresa. Sinto o olhar de algumas sobre nós,  mas ele não dá bola.

No elevador ele se coloca ao meu lado não permitindo que se aproxime de mim.

—Dei o seu número para a Nathália, ela me pediu ontem. –ele me fala já no carro.

—Ela me enviou uma mensagem.

—O que você achou do elevador exclusivo para a nossa empresa?

—Muito bom. Agora é mais fácil reconhecer quem entra, sendo da empresa.

—Dil, quando acontecer algo desse tipo chame a segurança.

—São homens que sempre usam a mesma desculpa: o local estava cheio.

—Eu sei, já ouvi alguns relatos desse tipo.

—Foi o senhor que colocou o elevador exclusivo?

—Sim. Afinal o prédio pertence a minha empresa e pedi a segurança pra ficar de olho nos engraçadinhos.

—Obrigada senhor.

Ele escolheu um self‐ service e churrascaria na orla marítima  para almoçarmos.

—Você gosta mesmo de camarão e verdura. –ele comenta ao sentarmos.

—Aqui tem peixe no churrasco, você quer?

—Eu sei que tem, já vim aqui outras vezes e não precisa ficar espantado não é porque sou pobre que não posso pagar.

Ele me olha mas não pede desculpas.

—Eu tenho um salário bom, posso me dar esse luxo.

—Por que o Tony te chama de "Pequena" se de pequena você não tem nada, nem a língua pelo que tô percebendo? –ele pergunta após uns minutos de silêncio.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora