DEPOIS QUE TE CONHECI

11.9K 865 27
                                    

— Após um ano de namoro noivamos, minha família ficou feliz com a notícia como eu disse, ele era muito inteligente, em nenhum momento ele deixou transparecer o que era quando estávamos com outras pessoas, mas quando a sós ele mudava, ele me subjugava, talvez por saber das minhas fraquezas.

Dou um sorriso triste e olho para a varanda que não mais se faz necessário está iluminada.

-...Eu sempre gostei dos meus cabelos, então comecei a prendê‐los para não aborrecê‐lo. "esses seus cabelos estão longo!" -Ele sempre reclamava, acho que o incomodava até na hora do sexo. No dia em que surtou cortou...pegou uma tesoura comum e... segurou em um rabo de cavalo e foi cortando...

Mostro como ele segurou para o Marcos, erguendo meus cabelos para cima.

— Ele não usou essa tesoura em você? -pergunta passando a mão no meu corpo.

— Não. Acredito hoje que essa foi minha sorte, só de pensar o que ele poderia ter feito com ela, você não sabe o alívio que senti ao vê-lo abrir a gaveta da cômoda e a colocar no mesmo lugar. – Passo a mão nos meus cabelos para senti‐los.

Marcos faz o mesmo, continuamos sentados de frente na cama, sinto que ele não quer deixar de ver o meu rosto.

— Eu gosto muito deles, são lindos! – Ele fala e passa uma mecha em seu nariz. — Provavelmente ficaria chateado se os cortasse. Por isso você usa eles sempre presos! – fala como se tivesse feito uma grande descoberta, confirmo com um gesto na cabeça.

— Eu fui em seu apartamento terminar o noivado, eu não mais suportava aquela relação e quando soube que estava grávida tive a certeza que não o amava! A mãe, o Tony e principalmente a Mary que já estava casada me deram apoio, ninguém mais do que eles sabiam das minhas inseguranças, só falei que ele era muito ciumento e já não o amava.

Marcos beija meu ombro e arruma meu cabelo.

-...Fui sem avisar, como tinha as chaves entrei sem fazer barulho, eu ouvi sem querer ele conversando com a Jeny no celular: "A Dil não pode descobrir que ficamos juntos"... "você não vai contar Jeny." Na hora até senti um certo alívio e pensei: " vai ser mais fácil ele aceitar a separação já que tem outra."

Dou um sorriso amargo.

— Foi o meu engano pensar assim naquele momento. Ainda ouvi por um tempo sua conversa ou melhor sua discussão, ele começou ameaçá‐la, o certo era para eu ter saído, mas ele me viu, então o meu inferno começou.

O Marcos levanta e me dá água ao ver minhas mãos começarem a tremer quando todas as lembranças vem em uma enxurrada de uma vez na minha cabeça.

-...Júlio era contador, tínhamos gostos parecidos, ele me ajudava no escritório. O Igor nem meu deu tempo de acusá‐lo de nada quando me viu: "A Jeny me confirmou seu caso com o Júlio!" Já veio gritando como um louco pra cima de mim, segurando meu braço e me jogou na cama. – Tomei mais um pouco da água e lhe devolvi o copo.

Percebi que o Marcos tentava controlar sua raiva, acho que lembrou o mesmo episódio com o Beto. Mas não me interrompe, encho meu pulmão de ar e continuo.

"Eu e o Júlio somos amigos, você e a Jeny"...

— Não terminei a frase, levei o primeiro tapa no rosto, acredito que passei mais de um minuto para retornar à realidade e ver o que estava acontecendo.

— Ele andava de um lado para o outro falando das vezes que saí com o Júlio do escritório para almoçar: "por isso sempre estava sorrindo quando retornava ao escritório," "por isso você não aceitava dividir trabalho com os outros só com ele." Essas eram algumas de suas acusações. E quando eu tentei falar ele segurou meu rosto e ordenou:

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora