LUCIANA

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Segurar as mãos do Marcos me dá segurança para entrar na casa dos meus sogros e falar com a Luciana. Preparei‐me para isso, mas agora estou nervosa. Não é medo o que sinto, entretanto uma inquietação no meu coração que está me deixando trêmula, preciso acalmar‐me, ela não pode perceber meu descontrole emocional.

— Fica calma, Pequena! Estou aqui com você. – Marcos com o meu rosto em suas mãos fala antes de abrir a porta.

Em outro tempo eu estaria tendo um ataque de ansiedade, sabendo de tudo que ela foi capaz de fazer por um amor que diz sentir pelo o Marcos, não quero ter em mim um sentimento de vingança ou justiça, desejo olhar para ela e dar um ponto final nessa história.

Entramos de mãos dadas, a voz da Valéria que ouvimos ao abrir a porta, estão na sala, carlos conversando com a Luciana, Henrique sentado em uma poltrona, a Cris com ajuda da dona da casa servindo café.

O silêncio se faz ao nos verem, percebo o olhar da Luciana para nossas mãos, Marcos não solta nem para abraçar  sua mãe.  A Cris retira‐se   da sala para pegar um suco para mim, após todos cumprimentaram‐se.

— Estou muito agradecido por vocês estarem aqui hoje. – Henrique fala devagar, parece cansado com um semblante triste.

Sentamos em um sofá de frente para ela que estar em uma poltrona ao lado do pai. A sala é bem iluminada com uma parede de vidro, decoração clássica mas com muitos detalhes modernos, bem o estilo da Valéria. Marcos põe nossas mãos em cima da sua perna. A Luciana parece fixar seu olhar para elas.

É a primeira vez que vejo‐a de calça jeans e regata, mas no salto e uma bolsa de glifer ao seu lado no sofá, talvez queira demonstrar que algo mudou e hoje é uma pessoa diferente. Unhas bem feitas, seus cabelos loiros impecáveis como sempre, tenta sorrir quando percebe que estou analisando‐a, não desvio meu olhos ao encontrar os seus.

— Faço das palavras do meu pai as minhas, e acrescento que estou muito arrependida por tudo que fiz, nunca quis prejudicar você Marcos.

Fala olhando para o Marcos ignorando‐me. sinto o aperto dele em minha mão. Sei que está se controlando para não gritar, quando seu pai olha para ele pedindo calma em um movimento de lábios.

— Não foi só a mim que fez mal Luciana, o que está fazendo para mudar e não fazer de novo? – Marcos não usa de meia palavras nem lhe sorri.

— Eu iniciei um tratamento... bem meu pai pediu e não pude recusar. – Ela ainda não me olha.

—Dr. Saulo Formiga, um psiquiatra, recomendou que ela pedisse desculpas para vocês já que está arrependida. – Henrique fala para amenizar seu constrangimento.

— Estou há dois meses com ele e me fez ver muitas coisas, eu perdi a cabeça, foi um momento de loucura... você me conhece Marcos e não é de hoje, já passamos por muita coisa...

— E você usou todas as coisas para tentar  matar minha mulher e... –Aperto a mão do Marcos para não perder o controle.

— Foi um acidente, eu realmente não tive intenção, fiquei com medo e fugi, desculpa, Dilen. –fala e dá um meio sorriso.

Não posso negar que ela é uma mulher linda e sabe usar isso a seu favor, mas deve ser frustrante para ela não ter o Marcos mesmo usando de muitos artifícios, ele não rendeu‐se aos seus encantos. E agora está usando seu pai para os Gouveia terem compaixão por  ela.

Disposta a observá‐la permaneci em silêncio, ela estava no controle da conversa, deixou seu lado presunçoso enquanto falava, embora seu olhar mostra o desprezo que sente quando Cris entra e serve o suco para mim e lhe  oferece.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora