EU NÃO SOU SUA

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Tento não demonstrar emoção ao ouvir o nome do Marcos, meu pés continuam amarrados, tenho que ficar em alerta pra me defender caso ele me ataque. Olho para o lado, uma janela, mas não dá pra ver nada.

- Já é noite, se é isso que está tentando descobrir. Eu vou soltar seus pés para que possa usar o banheiro para depois comer alguma coisa, viu como sou bonzinho!

Não digo nada, examino o quarto, além da cama, a cadeira ainda tem uma pequena mesa e um banheiro sem porta, ele parece perceber meu desconforto.

- Não precisa se preocupar, pode usar o banheiro, qualquer coisa te puxo... até porque esse corpinho eu conheço muito bem...

Comprova com a corda enrolada em sua mão e a outra ponta amarrada ao meu pé. Entro no banheiro e sei que não tem como fugir, só tem uma janela de vidro apenas para clarear e confirmo por ela que é realmente noite .

"Marcos deve está em casa, será que sentiu minha falta ao chegar?"

Tento ganhar um tempo lavando as mãos, mas sinto a corda ser puxada e volto para a cama onde ele me amarra novamente.

- Boa menina, como sempre obediente ao seu homem. Vou pegar sua comida. - Sai sem fechar a porta.

"Pensa Dil, pensa. O que meus padrinhos me diriam para fazer?" Fecho os olhos para visualizar o rosto deles e pensar melhor. Primeiro não perder a calma, responder toda as suas perguntas, não fazer ele perceber que quer fugir e o mais importante nunca falar que tem raiva dele.

- Aqui coma! - Ele ordena e só tenho que obedecer mesmo desconfiando que possa ter algo pra me fazer dormir, sei que não quer me matar, mas me dominar.

- Obrigada! - uma sopa, não sinto cheiro estranho, esperto me dar uma colher descartável.

- Pode comer, não têm nada adicional é apenas sopa. - E de novo acertando o meu pensamento.

Ele senta na cadeira e me observa enquanto como. Fico atenta para me certificar se têm mais alguém na casa, ou a mesma mulher de mais cedo. Termino de comer em silêncio, ele pega a bandeja que estava em meu colo e cheira meus cabelos, fecho minhas mãos para não mexer a cabeça e deixá‐lo irritado.

- Descanse amanhã conversaremos, bons sonhos minha, Dil! - Suspiro quando vejo fechar a porta e deixar a lâmpada ligada.

Eu não encontro vestígio de câmera no quarto. "Onde fica essa casa, pelo silêncio devemos estar afastados da cidade." Desde de quando ele estava me observando?" Lembro do seu carro no estacionamento do hospital, é o mesmo que o Eduardo entrou na frente da oficina do Tony.

"Meu pai, o Eduardo estava lhe ajudando, então a mulher que esteve aqui mais cedo só pode ser a Luciana!"

- Como eles se conhecem? -murmuro. - Agora é que preciso ser mais cautelosa ou estarei perdida.

Sou acordada por ele me mandando para o banheiro, sinto meu corpo mole e ando com dificuldades, vejo no banheiro roupas e produtos de higiene.

- Agora que está alimentada, vou te levar para andar um pouco, mas só se prometer se comportar.

- Eu prometo! - falo manso para ele não duvidar, assim posso ver onde estou.

Com a corda amarrada ao meu pé sou guiada para fora do quarto, não é uma casa grande, uma cozinha com uma mesa, geladeira e um armário, muito utensílios sujos na pia, mais um quarto com uma cama casal e duas malas no chão aberta. Janela com grade. Ando devagar ele me mostra o outro banheiro e me leva até a sala com duas poltronas um rack com uma TV e mais uma janela gradeada, já do lado de fora da casa é que percebo que é uma chácara.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora