A INIMIGA

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Sinto o cheiro que há muito tempo não sentia, busco na minha memória o que aconteceu para estar aqui. Tento me sentar, mas meu ombro direito dói.

— Dil, o que está sentindo? Deita vou chamar o médico.

— Marcos, a Clara como está? O que aconteceu com ela?

— Ela está bem, foi examinada e está em casa. Voces tiveram sorte, quando eu pegar quem estava dirigindo aquele carro vou matar.

— Eu também já posso ir para casa, não quero passar a noite aqui.

— O médico é que vai dizer, mas se você não se acalmar vai ficar difícil já te deram medicação mais cedo porque estava muito nervosa.

— Eu não gosto de hospital me traz memórias ruins. Eu estava com medo. – Ele segura minha mão e beija minha testa.

—Eu sei, Pequena, estou aqui não vou te deixar sozinha.

— Licença, eu sou Jônatas de Carvalho o médico responsável por  seu atendimento. Como está se sentindo?

Marcos fica ao meu lado enquanto o médico faz todo o procedimento de perguntas e exames.

Não foi detectado nenhuma fratura, porém meu corpo está  dolorido. Tudo o que mais quero é vestir minha roupa e ir para casa.

—Está doendo, Dil? O porquê dessa cara?

— Onde estão minhas roupas? –Procuro pelo quarto com os olhos e vejo uma bolsa em cima de uma poltrona.

— Sim, suas roupas estão ali. Pedi a Joana que me enviasse roupas limpas para você.

— Quem te avisou que eu estava aqui, você não estava na empresa na hora  do acidente.

— O Alison ligou para o Victor, eu estava com ele em um restaurante. Ele passou um tempão aqui comigo, como você demorou a acordar ele foi embora.

— Depois eu ligo para  ele. Você não avisou a minha família? –Marcos pega a bolsa e tira um vestido.

— Não. Achei melhor depois que você acordasse, já é noite não queria deixar eles preocupados, senão já estariam todos aqui.

— Obrigado, eu vou ligar só amanhã, você não acha que é melhor? –Ele me ajuda a sair da cama.

—Sim, com certeza! Vem vou te ajudar a se vestir. –Sento de novo na cama.

— Não, você não vai, chama uma enfermeira!

— Dil, eu sou seu marido, como vou explicar a enfermeira: minha mulher não quer que eu a veja nua. –Ele olha para mim, com um vestido nas mãos.

—Marcos, eu estou só com essa camisola do hospital. – Ele ri e se aproxima.

— Esposa, lembra eu já te vi nua e é muito lindo seu corpo sem roupas. –Ele avança para tirar a camisola.

— Era uma outra situação. –Fico sem argumentos.

— Eu só vi uma vez, mas  lembro de cada parte que eu toquei e...

—Marcos você não está ajudando. Me dê vou vestir sozinha, vire!

Tento tirar um braço, mas não consigo, o ombro dói limitando meus movimentos.  Olho para suas costas e suas mãos que estão no bolso da calça, ele deve estar cansado, está comigo esse tempo todo. Será que comeu? Ele olha para cima parece impaciente, rendida eu o chamo.

— Marcos! Por favor me ajuda.  Ele vira, com um sorriso no canto da boca.

—Sempre minha Pequena. Vem. –Ele solta a fita que prendia a camisola e deixa ela sobre minhas pernas. Cubro os seios com o braço.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora