ENCONTRO DO CHÁ

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Estamos no início de dezembro faltando poucos dias para o Natal, por esta razão foi antecipado o chá de bebê da Débora que está com um barrigão de sete meses, Benjamim, que ainda nem nasceu e já é paparicado. A festa é mista, sendo assim todos os amigos estão presentes a fim de que a mesma seja direcionada para arrecadar donativos para o Victor  entregar no orfanato onde ele faz trabalhos voluntários.

A Débora é a menor de todas, mas é a que fala mais alto, expressa‐se gesticulando com as mãos e ri com uma facilidade que nos contagia, durante a gravidez ficou mais evidente seus cabelos escuros e curtinhos que sempre faz um movimento gracioso enquanto conversa.

Como não caberiam todos em seu apartamento, ela alugou um espaço de festa. Eu e a Dilen estamos ajudando na brincadeira dos papais adivinharem uns objetos. O Pedro está com o rosto todo pintado e  não conseguiu acertar nada.

— Cara, você não reconhece uma mamadeira! Passa o vermelho, Marcos, tem glitter vai ficar lindo! – grita o César para riscar o rosto do Pedro de batom por não adivinhar o presente em suas mãos.

— Ainda bem que é o último. – Pedro responde aliviado e não contém o riso ao ver seu rosto todo pintado. — Amor, espero ter mais sorte no próximo.

— Deus me socorre! Esse nem nasceu você está falando "próximo", está maluco? – responde a Débora cansada mas sem esconder sua felicidade através do seu sorriso. — Vamos deixar para o próximo casal de amigos, já que nós dois abrimos a porteira da maternidade.

Ela fala e aponta para o César e a Samantha que faz o sinal da cruz, arrancando risos de todos os presentes. Aproveita a deixa e sai para limpar o rosto convidando todos para o lanche.

— Falando em porteira, temos uma novidade para contar. –Beto que está de mãos dadas com o Samuel que lhe sorri de volta. — Iremos ser papai, decidimos por uma barriga de aluguel.

— Viajaremos no próximo mês para os Estados Unidos, já que as leis de lá são mais favoráveis para nós. –Complementa o Samuel.

— Nossa família terá mais sobrinhos, que felicidade. –Expressa‐se a Samantha radiante.

— Samuel, quero uma menina para o meu menino, ai meu Deus, já imaginaram uma ruivinha, meu bebé já está apaixonado, fala meu amor para o titio Beto – Débora fala e passa as mãos em sua barriga.

Nos tornamos uma família, compartilhamos dos mesmos sentimentos, torcemos um pelo outro, como agora, todos dão os parabéns ao casal, opinam e se dispõem ajudá‐los para que realizem mais rápido o desejo de serem pais.

A Dil está ao meu lado, cabelos soltos, em um vestido acima dos joelhos, estamos em lua de mel, ela não mais esconde‐se de mim. A cozinha, sala de TV são testemunhas das nossas noites de paixão. Tomar banho juntos é a minha hora preferida, vê‐la e tocar sem reservas. Todos estão sabendo o que aconteceu com ela, pois tivemos que explicar após a Naty postar nossa foto na praia, não tinha como não vê sua tatuagem.

A Dil e eu carregamos por tanto tempo um sentimento de culpa em nosso corações por não termos protegidos nossos filhos, que de certa forma nos fez prisioneiros e incapacitados para amar e viver um romance, nos resgatamos quando revelamos as aflições dos nossos corações e assim como eu também fez uma carta para seu bebê. Disse que teve essa inspiração em um livro.

Contamos toda história da Dil quando estávamos na casa da praia em jacumã para minha família e em contraponto falei da minha para a dela, expliquei do porquê a Luciana querer machucá‐la, foi um reboliço na hora, principalmente o Tony ficou aborrecido, mas minha sogra falou com ele a sós, acalmando‐o. Conversamos um outro dia como foi combinado. A Dil também ficou com raiva até então não sabia que continuavam enviando para ela buquê de flores nada agradável.

O Tony explicou toda situação atual, a única informação certa é que o Igor foi para São Paulo após sair da prisão, mas não podemos vacilar porque ele prometeu vingança ao ser preso. A Dilen por segurança física e sobretudo psicológica  não o viu no julgamento, também não pergunta nem o Tony informa nada sobre ele.

— Chefa, quando teremos os sobrinhos Gouveia? – Alison pergunta colocando o Lucas na sua frente.

— Do jeito que estão, logo seremos titios. – Cláudia fala e faz gesto com os dedos que estamos o tempo todo grudados.

— Só temos nove meses de casados, estamos ainda em lua de mel e por falar nisso iremos viajar para a Itália no próximo mês...

— Com certeza seremos tios antes de casarmos, Tony!

— Pequena, quero uma menina. – Declara meu cunhado.

Dil responde:

— Tem outros na fila Tony e contradizendo o que a Fernanda falou, quero vocês casados antes disso.

— Desculpa Marcos, mas falando em gravidez você irá perdoar a Luciana só por que o Natal está próximo ainda não acredito – Questiona a Samantha.

— Gente não iremos perdoar, mas eu preciso  fazer isso pelo meu pai, a Dil também concorda comigo.

— Eu concordo com o Alisson, quando ele diz: aquela mulher é estranha, tão bonita mas não é verdadeira. –  Lucas que não é de dar opinião manifestou‐se.

— Victor, explica por favor! – Dil pede.

— A Luciana iniciou um tratamento psiquiátrico -Explica o Victor .  – Vocês já marcaram o dia para encontrá‐la?

— Na próxima semana na casa dos meus pais.

No início eu e a Dil não aceitamos, mas meu pai nos convenceu a fazer pelo seu amigo, que além da saúde está passando por dificuldades financeiras. Queremos que aconteça antes do Natal para podermos aproveitar as festas de final de ano e nossa viagem. Nossos amigos receberam a novidade com desconfiança, mas creio que ela não pode fazer mais nada para nos prejudicar.

Enfim, o dia chegou para encarar essa situação juntos. Seguro a mão da minha esposa e seguimos em direção a casa dos meus pais, confesso que estou um pouco receoso para encontrar a Luciana, após todas as descobertas é a primeira vez que iremos vê‐la, tentei sentir compaixão, entretanto sinto antipatia até raiva em alguns momentos por ter sido enganado por ela. E mais uma vez a Dil fez a diferença em minha vida, fazendo‐me lembrar que atualmente sou um homem melhor. Falou do valor da amizade do meu pai com o Henrique e da dor do mesmo em ver sua única filha na situação atual.

Hoje de mãos dadas iremos confrontar a Luciana que usou o amor para tirar algo de mim, enquanto que a Dil em pouco tempo adicionou sentimentos bons e me fez de novo acreditar no amor.

Hoje de mãos dadas iremos confrontar a Luciana que usou o amor para tirar algo de mim, enquanto que a Dil em pouco tempo adicionou sentimentos bons e me fez de novo acreditar no amor

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O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora