VAMOS DANÇAR CHEFA?

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—Alison, você falou com o Beto, ele me mandou uma foto com o Samuel.

Estamos almoçando na empresa, o Marcos  não me deixa sair sozinha, eu estou ficando estressada com isso, eu tenho medo, porém  não posso viver de novo assim, encurralada, como se eu que tivesse feito algo errado.

— Isso é o que dá não ter redes sociais, fica limitada para ver a vida dos outros. –Alison resmunga.

— Me mostra logo. - Peço e espero ele abrir para me mostrar, vem para o meu lado no sofá, estamos no escritório do Marcos.

— Gostei dessa, olha como estão lindos! Desculpa chefa, sei que não gosta de água, mas o lugar é lindo.

— Calma garoto eu não gosto é uma coisa achar feio é outra, você está certo o lugar é lindo e eles então, como estão felizes curtindo as férias do Beto.

— Ele disse que a família do Samuel que mora no Maranhão o recebeu muito bem, como um casal que são, estão aproveitando o máximo e estão felizes.

— É uma pena que não estarão aqui para irmos à boate do seu amor – Coloco a mão no peito como ele faz.  — Por que ficou triste de repente?

Ele me olha e dá de ombro, sentando afastado de mim. Aguardo em silêncio sua resposta.

—É que deve ser tão bom ter família, tem noites que sinto falta disso, de ter para quem contar minhas vitórias e derrotas sabe... pareço um bobo, deixa para lá, chefa.

— Senta aqui garoto!  – Bato no sofá para que venha sentar ao meu lado.

O abraço por um tempo e beijo suas bochechas fazendo ele rir. Seguro sua mão.

—Sentir falta de uma família não é bobeira, Alison, é natural, ainda mais para você que perdeu sua mãe tão cedo. O que eu já passei nessa vida se eu não tivesse a minha ao meu lado eu teria morrido ou ficado louca...

— Eu sei que o meu sofrimento não é comparado ao seu...  – Eu o corto.

— Alison, isso não existe, eu sofro mais do que você e mereço receber o troféu. Eu quero dizer que te admiro muito porque mesmo sozinho, passou fome, dormiu na rua mas não se perdeu de si mesmo. Hoje estuda, trabalha, tem um namorado lindo que te ama e é capaz de fazer muito por você. Sua mãe se estivesse viva com certeza estaria muito orgulhosa de você.

— Ela era linda, carinhosa, mas a doença venceu, me deixando sozinho.

— Por um tempo você esteve, mas agora tem o Lucas, eu, Beto, minha família, a Naty, o César até o grosso do meu marido. –Rimos ao falar do Marcos.

— Ele vai me ajudar com o meu intercâmbio, me deu várias dicas. Obrigada chefa, estou melhor.

— Por nada! Por que você não quer aceitar o carro que Lucas quer te dar?

— E por que eu deveria aceitar? –Pronto voltou a ser ele.

— Um porque ele é seu namorido, dois você não precisa mais andar de ônibus, três não chegaria atrasado, quatro não chegaria atrasado e cansado na Universidade, cinco o Lucas ficaria super mega feliz por seu garoto ter aceitado uma vez na vida ser cuidado por ele, seis quer que eu continue?

— Você acha que eu deveria aceitar?

— Com certeza, seis eu não mais ouviria, "chefa, me dar uma carona! – Rimos do meu jeito tentando imitar seu jeito de falar.

— Vou conversar com meu amor, vamos limpar isso aqui antes que o seu amor chegue.

— Ele não pode reclamar, não me deixa sair agora aguenta! Mais tarde vou me encontrar com a Naty no shopping, vou sair antes que ele volte a empresa.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora