ELE VOLTOU

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— Pequena, faz isso pra mim, com sua habilidade com números não vai levar muito tempo.

— Eu te expliquei minha situação atual, relatórios e reuniões. Irmão, não posso fazer nada além do que já fiz!

Estamos no novo escritório da oficina do Tony, que ficou incrível, com o projeto do Marcos. Todas as partes administrativas estão no primeiro andar, onde podemos ter uma visão de toda loja com os clientes em atendimento e toda a área da oficina.

Há duas semanas que a oficina foi entregue com direito a reinauguração, Tony fez todo um serviço de marketing na internet e tv, agora ela é a maior da área central de João Pessoa.

— Irmão você precisa confiar no seu contador ou troca de uma vez. – Ele já teve problemas antes com um profissional por isso sua cisma.

— Pequena, só dessa vez, você não volta mais hoje para a construtora mesmo!

Pego a pasta de suas mãos e vou para sua mesa em silêncio, mando ele sair indicando com a mão, ele me dá um beijo demorado na bochecha e sai correndo antes que eu consiga lhe bater.

Toda vez é assim, ele pede eu digo não, mas acabo cedendo, ele não gosta de avançar sem a minha opinião, sei que ele irá trabalhar tranquilo se eu dê pelo menos uma lida nos documentos. É o que eu faço, após uma hora ele retorna a sala.

— O relatório da DRE e o balanço estão corretos, contudo eu sugiro que esperemos mais um período para novos projetos.

— Eu sei irmã, eu quero primeiro recuperar seu investimento...

— Pode parar Tony, se é essa sua intenção, desista! – Falo antes que ele repita. — Podemos fazer assim se você concordar, uma reciclagem em vocês mecânicos.

— Eu já disse que te amo hoje?  – Digo que não com a cabeça. -Te amo! Te amo!

Afasto‐me quando tenta me abraçar.

— Fala com a Fernanda, pois ela deve entender melhor do que eu e irmão por favor não precisa da minha permissão para nada.

— Eu sei. Senta aqui! – Ele me chama para um sofá. — Não consigo evitar, mas não é sobre isso que quero falar. O Marcos vai passar praticamente dois dias fora, quero que vá dormir lá em casa.

— Por que isso agora? O que está acontecendo, foi ele que pediu?

— Não. Mas me ligou hoje pela manhã pedindo pra ficar de olho em você...

— Por isso estranhei você me chamar aqui do nada. Tony, fale logo não me deixe nervosa.

— Pequena, não é nada, mas não é bom você ficar sozinha naquela casa sozinha, além do mais nosso bebê vai amar se você dormir lá em casa.

— Golpe baixo, sendo que a minha casa é o lugar mais seguro para eu ficar...

— Dil, é só uma noite, estamos com saudades e queremos combinar coisas do meu casamento, afinal sua opinião como madrinha é muito importante.

Observo para ter a certeza que não está mentindo. Ele me dá um sorriso bem largo.

— Tá bom. Eu vou, mas tenho que passar em casa, pegar roupas amanhã vou direto para a empresa. – Ele me abraça. — Pode avisar meu marido, sei que tem dedo dele nisso. Agora preciso ir, mais tarde te encontro.

Pego minha bolsa, descemos em direção à loja, onde está o meu carro. Olho para o balcão para ver os colaboradores e me despedir quando vejo o primo do Marcos, dessa vez não lhe dou tempo de fugir.

— Como vai Eduardo? -Ele vira quando ouve seu nome.

— Oi prima. Estou bem e você? Veio comprar ou consertar? – Ele me olha bem rápido.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora