INCERTEZAS

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Voltamos à empresa em silêncio. Parei na recepção.

— Boa tarde Clara. Ver pra mim por favor as correspondências.

— Pego sim Dilen, só um minuto. – ela está atendendo duas pessoas.

— Vou entrar aí e te ajudar. Marcos você pode ir!

— Não vou esperar, pode ir, precisa de ajuda?  –Aceno com a mão, rejeitando a ajuda.

Às  vezes acontece de eu mesma pegar a pasta da presidência. Sinto seu olhar em mim, acompanhando meus movimentos.

— Marcos, querido chegando agora?  – ouço a voz da Luciana ainda de costas.

—Sim, tive um imprevisto.  – vejo ela segurando o braço do Marcos ficando bem próximo dele.

— Não foi a Ana que estava com você na obra?

—Sim, foi ela mesma. E você o que está fazendo aqui, sua hora hoje  já terminou?

—Eu preciso falar com meu pai. Vamos subir?

Estou assinando o livro da  correspondência, quando um homem que estava esperando me aborda. Olho para Marcos.

—Boa tarde, você pode me ajudar? – Ouço a resposta do Marcos.

— Estou esperando minha noiva, Luciana. – ele se vira para mim e com olhar me manda apressar.

— Boa tarde ,senhor, eu não posso, essa não é a minha área de trabalho só mais um minuto a Clara lhe ajuda.

Pego minhas coisas e saio da recepção esperando o Marcos com a Luciana grudada em seus braços.

— Me dê sua bolsa para te ajudar. – Estou tentando colocar o blazer.

Ele tira o braço da Luciana que me olha com raiva. Quando termino ele segura minha mão e seguimos para o elevador com ela atrás.

Ele me coloca de lado e me abraça dentro do elevador.

— Marcos, podemos viajar para o Rio juntos, vou acertar a viagem com papai.

— Podemos não tem problema.

— Marcos não fale assim a Dilen pode ficar com ciúmes e não fica bem você deixar sua noiva fazer o trabalho da recepcionista, querido.

Ela fala com ironia e dá um sorriso de lado se  sentindo vitoriosa por me ofender.

— Eu confio no meu noivo, Luciana!  Ele sempre viaja e volta para mim.

Ele segura meu rosto e me beija. Enquanto ela joga seus cabelos loiros para trás e fica me olhando.

— Eu sou funcionária da empresa e não exclusiva do Marcos.

Ele cheira minha orelha e desce para o meu pescoço fazendo eu me encolher tento me afastar, mas ele me aperta. Não é a primeira vez que ele faz isso e parece se divertir com a situação.

Ao olhar pra ele vejo que está rindo  porque sabe que não posso reclamar na frente da Luciana.

— Marcos podemos conversar sobre a viagem no seu escritório?

— Não Luciana, você não trabalha mais hoje, eu sim, agora mesmo tenho uma reunião com a Dilen. – ele levanta nossas mãos juntas e dá tchau a ela.

Seguimos de mãos dadas para a presidência.

—Senhor já enviei para seu email o relatório do Rio de Janeiro.  – falo indicando que a farsa acabou.

— Venha à minha sala depois de guardar sua bolsa!

Ele ordena, voltando ser o patrão.

—Licença, Marcos aqui está a correspondência.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora