PRESSENTIMENTO

10.5K 685 3
                                    

Corpo dolorido, uma leve dor de cabeça, mas que incomoda. Dois dias com uma gripe que me impediu de trabalhar hoje, ordem do meu chefe e marido ir ao médico. Marcos está trabalhando até no final de semana para concluir um projeto, um Centro de convenções para a cidade de João Pessoa, se a Construção Gouveia ganhar a licitação a empresa não só ganhará prestígio dentro do mercado de construções como também será mais reconhecida por todos que não se interessa por arquitetura, já que é uma obra pública para o governo do estado.

- Dilen, toma esse suco, você precisa se alimentar, como vai melhorar? - Joana me empurra um copo com suco de laranja, levanto a cabeça que está apoiada sobre a mesa.

- Jo, eu quero ficar boa... Eu vou... - Mais um espirro. - Não aguento mais isso.

Sabe o porquê dessa gripe de novo? Você não descansa desde que chegou de viagem é a segunda vez que adoece em menos de mês.

Abro um sorriso ao lembrar da nossa viagem para a Itália, foi linda, maravilhosa, uma verdadeira lua de mel, ficamos em Florença, literalmente fizemos passeios turísticos, dessa vez foi muito diferente da nossa viagem para os Estados Unidos, até porque agora somos outras pessoas em um novo relacionamento e visões modificadas da vida.

- No momento não posso, tenho que ajudar o Marcos, falta pouco para finalizar o projeto... para o governo.

- Marcos saiu preocupado, você vai sozinha ao médico?

- Encontrarei a Naty no hospital, consigo dirigir, estou indo. Ligo pra ele depois.

Dentro do meu carro reparo as pessoas nas calçadas e outras na parada de ônibus com o trânsito parado não tenho outra opção, isso era o que mais fazia quando andava de ônibus, observar os passageiros, tinha tornado um hábito, às vezes analisava seus gestos no falar, formas de sorrir, os grupos de estudantes na volta do trabalho e muitos que andavam cabisbaixo, ficava imaginando o porquê de suas tristezas, nunca tive problema em andar de ônibus. O Espirro me faz lembrar para onde estou indo, o trânsito volta a andar sigo meu caminho para o hospital.

- Dilen, sua cara está péssima! - Naty me fala fazendo uma careta.

- Já estive pior, você vai entrar comigo na sala do médico?

- Vou sim, e não é porque meu irmão pediu - fala rindo.

- Obrigada Naty! Eu não gosto de hospital e odeio ficar doente.

Não posso atrasar o Marcos em seu projeto, nem quero abusar minha mãe. Consegui entrar vou até o final.

- Pronto Dil, agora é só marcar a coleta de sangue, mas não posso te acompanhar, estão me chamando é coisa rápida.

- Não tem problema, não ter entrado sozinha na sala do médico já me ajudou muito.

Sigo para a sala de marcações de exames, com o celular na mão enviando mensagem para o Marcos, escuto alguém chamando meu nome.

- Dilen, que surpresa te encontrar aqui.

Ao levantar os olhos, encontro Milena Messina, esposa do Gustavo, concorrente do Marcos. Desde que nos conhecemos em uma festa acha que somos amiga. Essa é a quarta vez que nos encontramos.

- Olá Milena, está bem? Esse é o último lugar que pensaria em te encontrar.

- Estou acompanhando o Gustavo, veio falar com o cardiologista, estou indo pegar resultados... -Seu telefone toca. -Quer ficar calmo, estou indo.

- O que foi, posso ajudar?

- Homens, Dilen, não sabem resolver nada sozinhos, será que não dá para você pegar esses resultados para mim, por favor? - Ela me dá a guia para receber os resultados e sai andando em direção ao elevador. - Estou na ala da cardiologia.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora