A NAMORADA SECRETÁRIA

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   Escuto ele me chamar me preparei todo fim de semana para isso, mas ao ouvir sua voz com autoridade e arrogância senti vontade de pegar minha bolsa e ir embora. Tremendo de nervosa, entro em sua sala.

   — Bom dia senhor Marcos.  – Ele não responde e manda sentar apontando a cadeira não consigo olhar em seus olhos, mas sinto seu olhar em mim.

   — Qual a sua solução para devolver meu dinheiro?

   Ele pergunta cruzando os braços sobre o peito, sem me dar tempo de piscar, paro de respirar por alguns segundos.

   — Não achei nenhuma solução não tenho esse dinheiro. O senhor não poderia falar com a empresa, com o dono do projeto de construção explicando o engano no contrato. – neste momento ele se levanta rápido e quase grita.

   — O que a senhorita acha que é a nossa empresa. Você por acaso é uma iniciante aqui, não sabe o que acontece quando um contrato é assinado e entregue ao departamento financeiro?

   — Perdão senhor eu realmente não sei o que fazer. Você vai me despedir ou mandar me prender, mas por favor não prejudique minha família. -– Peço olhando em seus olhos.  – Peço olhando em seus olhos por um instante, tento manter a voz firme ao  argumentar. — Eu sei que. cometi um erro grave e imperdoável, mas se  o senhor me der um prazo eu posso arrumar esse dinheiro

   — A senhorita está testando minha paciência? – pergunta direcionado o corpo para mim, fazendo meu corpo paralisar imediatamente e ficar alerta.

   Ele corrige o corpo, mas permanece ao meu lado, tirando o meu ar.

    — Você falou para alguém sobre o relatório? –  Seu tom de voz muda, mas não consigo identificar se é raiva ou nervoso o que ele está sentido.

   — Não, senhor Marcos.

   — Perfeito. Eu sei como você irá me pagar.

   Sentando em uma cadeira e virando a minha para ele, seu olhar parece querer quebrar as lentes do meu óculos, eu me agarro aos braços da cadeira, o silêncio na sala é tão grande que ele poderia ouvir meu coração.  Não mais suportando seu olhar eu pergunto

   — Como poderei te pagar?  – pergunto apreensiva.

   Ele passa os dedos abertos em seus cabelos, as vezes esse movimento me distraí, mas o homem na minha frente está me olhando intensamente, isso me assusta mais que tudo.

   — Namora comigo.

   Agora sou eu que me levanto e começo a andar de um lado para outro repetindo sua fala.

   "Namora comigo," nisso bato com a perna em um mesa de centro que está no meio da sala e quase caio ele me segura puxo meu braço de suas mãos com uma rapidez que o surpreende e pergunto.

   — Eu ouvi bem o senhor me quer como namorada para quitar essa dívida?

   — Sim, foi isso o que eu disse, você não ouviu errado. Primeiro vamos iniciar um namoro dependendo dos acontecimentos futuros iremos nos casar.

   — O senhor está maluco por um acaso quer me fazer de sua escrava sexual ou o quer mais pretende fazer? – Não consigo entender suas reais intenções,  falo quase aos gritos e me sento no sofá em frente à sua mesa.

   — Quem falou em sexo aqui e até poderia pelo valor que a senhorita está me devendo.

    Começo a tremer e chorar, ao ouvi-lo.

  — Isso não  está acontecendo! –  falo em voz baixa.

   — Vou lhe explicar melhor, nós iremos fazer um contrato de namoro que poderá evoluir para casamento onde fingiremos que estamos apaixonados para a minha família em troca do dinheiro tudo estará no contrato.

   — Por que quer fazer isso a sua família não merece, eles te amam!

   — Porque eles me amam e por amar muito eles, não quero perder minha liberdade de sair com quem eu quero, não quero sair dessa cidade, não quero ter que me apaixonar e amar para me casar. Um contrato nos irá beneficiar.

   — Isso tudo é um absurdo eu não posso aceitar. Seus argumentos são muitos fracos para me fazer assinar um contrato.

   Ele se levanta e vem em minha direção sentando novamente em frente à mim na mesa de centro.

   — Nao são os meus argumentos que estão em jogo, mas os trezentos e cinquenta mil que a senhorita deverá me pagar. Vocé tem até amanhã para me responder e não fale com ninguém sobre nossa conversa. – Se levanta e aponta a porta.

   — Tenha um bom dia senhorita!

   Tenho vontade de me jogar ao seus pés e pedir que não faça isso comigo, que irei pagar. Procuro seus olhos com um um olhar de súplica pedindo clemência, mas, apenas vejo desprezo e indiferença as minhas lágrimas.

   Ele vai á porta e indica para que eu saia. Caminho com cabeça baixa e falo pra mim mesma se ele soubesse que eu não sou uma mulher que se deve namorar, muito menos casar, porém seu olhar duro indica que não importa quem sou ou que sinto.

   Saio de sua sala, vou ao banheiro, lavo meu rosto, me negando a chorar novamente preciso voltar a minha mesa e continuar o meu trabalho. O resto da manhã  transcorre normal,  sem ele me chamar em sua sala. saio para almoçar, mesmo sem fome e nem ânimo pra conversar com ninguém, por isso hoje saio sozinha para comer quase sempre tem um grupo se colegas para almoçar.

   Construção Gouveia ocupa dois andares em um prédio comercial perto do litoral, é uma área com muito restaurantes. Escolho um com mesas externas, mesmo não vendo o mar dar pra sentir o clima de praia, peço uma salada e um suco. Enquanto espero meu pedido, questiono como vou conseguir namorar o Marcos e  fingir que  estou apaixonada, mentir pra sua família e a minha.

   Namorar é a última coisa que desejo pra minha vida mesmo sendo fingimento, depois do que passei com meu ex noivo, não quero ter que passar por isso de novo. Ouço um som de mensagem no meu celular é o meu irmão Anthony, ligo para ele desistindo de comer.

   —  Tony aconteceu alguma coisa, está tudo bem.

   — Sim, minha Pequena, mas é coisa boa.

   É assim que ele me chama, se ele soubesse como estou me sentindo pequenininha nesse momento. O Tony é mecânico e  tem uma oficina de automóvel, onde sou sócia no centro da cidade.

   — Me fala, estou precisando de boas notícias, meu dia no escritório está um estresse. – Explico antes que ele fique preocupado.

   — Pequena, lembra a loja do lado a nossa, ela está a venda falei com o dono negociei com ele conseguindo um bom valor, é nossa, vamos expandir a oficina e fazer a loja como planejamos o que me diz sócia?

   Agora nem o meu lugar mágico me livrará desse contrato e do Marcos. No final do dia bato em sua porta e peço licença. Ele manda entrar está terminando uma chamada de vídeo com um empresário me pede para aguardar um pouco.

   — Pode falar!

   — Aceito ser sua namorada.

   — Aceito ser sua namorada

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O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora