SUA CASA

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—Joana, deixei a cozinha por último para Dilen conhecer.

— Estou quase finalizando o almoço, você gostou do que viu, e o seu quarto vai mudar o quê?

— Gostei de tudo Joana, a casa do Marcos é linda! O que você está cozinhando?

— Estou fazendo peixe senhora, falaram que você gosta de frutos do mar e o Marcos pediu que fizesse algo simples.

Fico em silêncio e observo as janelas de vidro na parte superior das paredes, o que faz a cozinha ser bem iluminada.

—Não precisa me chamar de senhora. E não sinto cheiro de peixe e sim de mariscos.

Marcos está sentado em uma cadeira tomando água me observando. Dou uma volta na ilha e vou para o fogão.

— Minha irmã trouxe para mim. - Ela fala, cortando verdura na pia, retiro a tampa da panela.

—Já está cozido , posso pegar um pouco?  -Vejo sua cara de espanto! — Onde fica os pratos?

Ela mostra, pego e me sirvo, sento em uma das quatro cadeiras da mesa, afastada do Marcos.

— Acho que você tem uma concorrente do Victor, Jo. - Marcos fala rindo.

— É o que parece se ele estivesse aqui teria atacado minhas panelas. Não me dá sossego na cozinha.

— Eu falei com ele ontem, ia viajar... para um congresso em São Paulo, estava... muito animado.

— Pequena, isso está quente, espere esfriar. -Estou assoprando e tentando prender meus cabelos.

— Faz tempo que não como o cheiro está muito bom e quente. AI!  – Queimo a língua.

Joana ri. Marcos levanta e se coloca atrás da minha cadeira.

—Senta reto, Dil! – Ordena.

— Por que, senhor? - Ele começa a juntar meus cabelos com as mãos para fazer um coque. Tento fazer ele parar.

— Quieta, Pequena! E sem revirar os olhos. -Joana vai para o fogão rindo.

Sinto suas mão pelo meu pescoço e a outra com os dedos abertos, passa na lateral na minha cabeça. Fecho os olhos por um instante meus ombros se encolhem com o seu toque na minha nuca.

—Seus cabelos além de muito cheirosos também são sedosos.  – Ele faz um coque como eu tinha feito na biblioteca.

— Obrigado senhor. – Mal termino de falar ele beija meu pescoço de lado fazendo o mesmo se contrair.

— Por nada, minha senhora! - Puxa a cadeira e senta ao meu lado. Não me atrevo à olhar pra ele, ainda sentindo meu corpo arrepiado.

—Toma antes que me peça. -Joana entrega à ele um prato com marisco.

—Você quer arroz Dilen? -joana oferece.

— Não. Aprendi com meu pai a comer assim, parabéns joana está uma delícia.

— Foi com ele que aprendeu a gostar tanto de frutos do mar? – pergunta Marcos .

— Ele gostava de pescar e preparava, adorava sua mariscada. Marcos aqui na cozinha também tem câmera?

Pergunto pra mudar de assunto, sinto seu olhar em mim. Suspiro e fico em silêncio esperando sua resposta.

Ele quer que eu me sinta à vontade na sua casa. "Sua casa e não nossa" como quer me fazer aceitar.

Essa casa é tão grande e quando ele sair para  dormir com alguma mulher eu vou ficar sozinha ou ele vai voltar e deitar na cama com cheiro de outra mulher. Esse pensamento não sai da minha mente

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora