MINHA

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— Dilen, não se preocupa,
vou falar com o Ruan, ele vai aceitar você morar longe dele.

Estamos no carro, indo para a recepção de casamento da filha de um cliente importante para a empresa.

— Eu sei que com o tempo ele aceita, vou fazer como a mãe me pediu, não ver ele todos os dias e me esconder dele.

— Temos que mostrar a ele que não  vou levar você para longe dele.  –Sinto vontade de segurar a sua mão para consolar.

—A Mary está tentando falar isso pra ele e eu prometi que sempre ia lá em casa e ele iria na sua pra me ver.

— Nossa casa, Dilen, você precisa aprender a falar "nossa casa."

— Vou aprender, senhor!  – Desisto de repreendê‐la quando sinto a tristeza em sua voz.

Dou uma olhada rápido nela, mas não consigo ver seu rosto que estar  virado para a janela da porta.

Olho pra sua mão para constar o anel e a aliança sendo castigada no seu dedo.

Dessa vez fiz a escolha certa em não interferir na escolha da roupa. E mais linda do que eu esperava. Como não pude ver que por baixo das roupas formais, seu jeito contindo, escondia uma mulher? Talvez tenha sido melhor não ter visto.

E mesmo em um  vestido longo, marcando sua cintura perfeita, parece uma renda na parte de cima. Deixando seus ombros e braços livres, do jeito que eu gosto. Ela parece não ter consciência da sua beleza.

—Sua mãe falou que vocês moravam perto da praia, mas você hoje não gosta de praia?  – pergunto na tentativa de chamar sua atenção.

— Não senhor, eu não gosto. Ainda vai demorar para chegar ao endereço?

Quando me responde com outra pergunta, sei que não quer conversar.

—Não. Falta pouco. –respondo, me calo.

Quanto mais tento me aproximar dela parece que ela se afasta. Ela colocou uma barreira entre nós, eu não sei como derrubar.

Sei que quando eu entrar naquela festa,  ela se transformará na noiva perfeita novamente, sendo simpática, ficando ao meu lado, recebendo meus carinhos,  meu toque, meu beijo.

Sorrio de mim mesmo, como posso chamar aquilo de beijo?

— Chegamos, Dilen. –Entrego a chave do carro ao manobrista.

— Vamos cumprimentar os noivos. – Seguro na sua mão direita para evitar que ela fique girando a aliança

Após os cumprimentos,  entramos na festa e apresento a minha noiva as pessoas que eu conheço, encontramos os dois casais de amigos que ela gostou de conhecer na festa de homenagem ao meu pai.

—Samantha como foi sua viagem? – Escuto sua conversa.

—Maravilhosa, Dilen, Pedro falou que vão casar logo? Quando será?

— Três meses, se der tudo certo.

— Você pode olhar  para esta e ter mais ou menos uma ideia de como vai ser a sua. –fala a Débora esposa do Pedro.

— Não queremos  que seja tão grandioso assim, até porque não vai dar tempo de fazer algo tão grande.

— É realmente surpreendente  que você vai casar, Marcos! Dilen, te dou os parabéns por fazer esse homem mudar de opinião. – César fala abraçando a Samantha, sua esposa.

— Você falando assim a minha noiva vai pensar o quê? – falo fingindo ofendido.

—Que sou uma mulher com muita paciência, querido por esperar por você – ela fala segurando meu braço.

O CONTRATO DE CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora