Inseparáveis

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Estar de volta em Atlanta me fazia lembrar o menino que eu era, cheio de problemas, mas que dava as costas para todos eles sem pensar duas vezes. O que não significa que isso tenha mudado, na verdade eu continuo o mesmo de sempre, porém um pouco mais responsável. A verdade é que voltar pra Atlanta não era legal, tudo era uma lembrança, um motivo para devanear e voltar ao passado. Os rachas, a falta que eu sinto deles, os pegas eram minha maior diversão em todos os lugares que eu passava, o dinheiro nem era tanto para o motivo pela qual corríamos, mas sim o status entre os demais, o certo respeito que conquistamos.


Nem tanta coisa na minha vida tinha mudado, continuei o mesmo, circulando pelo mundo, conhecendo pessoas novas, curtindo. Bem, minha relação com meus pais não mudou nem piorou, continua instável, a última vez que nos vimos foi no jantar do natal passado, onde fui praticamente obrigado a comparecer, ganhei presentes e alguns sermões, mas eu sabia que tudo era apenas ceninha. Sinto falta da minha mãe, sempre a trago no peito em todo canto que vou.


Suspiro saindo de meus pensamentos, quando meu celular vibrou ao meu lado na cama, peguei o mesmo vendo o visor brilhar mostrando o nome de Jake na tela, sem querer acabo atendendo e já sou capaz de ouvir sua voz eclética e animada, junto com uma música explodindo de fundo.


Eu sabia que você voltaria — Franzi o cenho confuso.


— Como ficou sabendo? — Pego impulso para ficar sentado na cama, enquanto ele ria do outro lado da linha.


— As notícias correm soltas por aqui, estamos em Atlanta cara. — Seu tom nada presunçoso me fez revirar os olhos, cocei a nuca ainda querendo entender o motivo de sua ligação. Jake era um dos maiores organizadores de pegas — Rachas — de Atlanta, ele ganhava mais dinheiro que os próprios corredores. — tá ligado, que tu é uma grande fonte de dinheiro em rachas, né?


— É, acho que sou — Encurtei o papo completamente impaciente. — O que você quer? Adianta o papo, tô meio sem paciência. E eu sei que você não me ligou pra saber como eu cheguei de viagem. — Passei a mão pela barba rala que nascia em meu queixo. Precisava fazer rápido, odeio barba, principalmente quando está muito quente, fica coçando, embora eu goste da aparência mais velha com a mesma.


— Hoje vai ter um pega no centro de Atlanta, tá ligado? — Já estava entendendo onde ele queria chegar. — Vai rolar uma puta grana, cola lá mano.


— Não vai rolar, Jake. — Suspiro. — Preciso resolver umas coisas. — Mentira. Embora eu quisesse muito acelerar um carro, vibrar como nunca, encher a cara e no outro dia não me lembrar de absolutamente nada.


— Certeza, mano? — Insistiu indiretamente. — Amber, vai colarcom o maridinho dela. — Parei no mesmo momento, meu cenho franziu e subitamente mudei de opinião, talvez seria uma boa está lá com eles, descobria mais coisas facilmente aproximando-me de Amber sorrateiramente.


— Confirme minha presença, não posso perder isso por nada.


[...]


Não demorou muito para que eu chegasse no local determinado por Jake. O lugar como sempre estava lotado, picapes por todo canto, a música explodindo, drogas circulando pelo ar, mulheres lindas dançando provocativas.

Sinful Angels - jeonggukOnde histórias criam vida. Descubra agora