Ain't my fault

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Não é culpa minha se você continua me excitando. Não é culpa minha se você me fez apaixonar, apaixonar. Não é culpa minha se não estou indo embora sozinha. — Zara Larsson ( Ain't my fault)

Uma semana se passou desde o meu pequeno surto, tomei uma bronca do meu pai e agora nem consigo raciocinar direito minhas atitudes. Imprudente? Mimada ou apaixonada? Está tudo muito confuso aqui dentro, desde que Jeon cuidou de mim e mostrou gostar disso, uma sensação estranha cresce a cada dia durante a semana.

Eu pisco e as minhas férias já passaram, o choro preso na garganta deixa tudo pior. Foram as piores férias da minha vida, entrei em um personagem que não era eu e a única coisa que me salvou foi a dança, porque até a companhia do moreno oscila minhas sensações, me deixa fora de mim. O cheiro dele invade minhas narinas, o nosso beijo não sai da minha cabeça e tudo me lembra ele. Seus toques parece que ainda estão grudados em mim, algo mais fixo que cola.

— Terra chamando, Madson. — A voz de Ryan invadiu meus pensamentos, tirando-me daquela maldita bolha. — Eu repito: Terra chamando, Madson. — Eu ri fraco o olhando. Estávamos na lanchonete da qual sempre vamos depois da faculdade, estava eu, ele e Jimin. Ultimamente não falei muito com os outros, eles estão sempre ocupados demais e os caralho a quatro.

— Só em pensar que falta apenas um mês para todo o inferno começar, me dá vontade de chorar. — Jimin fez beicinho fazendo-me rir, embora eu concordava por dentro. — Cara… essa foi as piores férias do mundo todo. — Ele continuou, eu estava bravo e ao mesmo tempo triste, se é que aquilo era possível.

— Tenho que concordar. — Comento.

— Pelo menos você. — Ele diz aliviado. — Eu passei as férias toda aguentando o mala do Ryan. As festas foram poucas, porque todo mundo está viajando, e a gente morfando em atlanta.

— Porque você quer. — Ryan entrou na conversa. — Tu tem grana, é solteiro. Nada te segurou aqui amigão, você não foi porque não quis. — Ryan diz e piscou ainda, pisando no melhor amigo fazendo-me rir.

— Você é uma bosta, Ryan Price.

— Eu também te amo, dude. — Então absolutamente do nada, uma ideia surgiu na minha cabeça, eu já sabia como agitar o dia dos meninos. Mas tudo ligava a uma única pessoa, Jeongguk, o carinha que anda tendo controle sobre os meus pensamentos.



[...]

Cheguei em casa e estava tudo em um completo silêncio. Sinto falta da minha infância, quando essa casa nunca parava, era cheia de brinquedos, a TV sempre ligada nos desenhos e gritos animados pela casa. Me lembro perfeitamente do dia em que cheguei aqui.

Quando cheguei, Mike ainda não tinha superado a morte da mãe, aliás acho que até hoje. Ele dizia que em cada cantinho da casa tinha o cheiro dela e ao longo do tempo ele disse que simplesmente sumiu. Achava aquilo tudo muito estranho, mas é a fé dele ao contrário da minha, talvez era um maneira que seu próprio consciente criou para ele não se sentir tão sozinho.

O senhor William, ou melhor, o meu pai, sempre foi alguém ocupado, mas ele conseguia largar tudo para ficar conosco. E eu me sentia bem, não me sentia simplesmente jogada dentro de uma mansão sozinha, coisa que eu me sinto hoje, solitária e largada nessa casa apenas com os empregados. A minha vida decaiu desde o dia em que coloquei meus pés dentro daquele orfanato, não tenho uma boa e clara lembrança, mas quando me lembro eu consigo sentir a angústia da Madson de cinco anos, o medo.

— Madson — Eu saio dos meus pensamentos, negando com a cabeça. Era ele chamando por mim. — Está bem? — Me olhou confuso sentando no sofá ainda me encarando.

Sinful Angels - jeonggukOnde histórias criam vida. Descubra agora