Pegue-me Se Puder

~ Capítulo 4 ~

Anthony Doyle

Washington, EUA

- Então você está me dizendo que Jane amarrou você nu na cama dela, e desapareceu? E além disso você não conseguiu nada sobre Apolo, e absolutamente nenhum documento das transações do Lionel pois ele foi preso pelos italianos enquanto você estava na cama da advogada dele ?!- a voz do meu chefe sai no pior tom possível.- Doyle, você enlouqueceu?

Meu chefe, Edgar Leroy é um homem já na casa dos 50, alto, negro e robusto. Um homem que colocaria qualquer um pra correr só com um olhar, o homem que mais admiro dentro do FBI. Ele me mandou nessa missão sozinho pois só nós estávamos na sala quando um líder de uma organização terrorista soltou por acidente o nome “Apolo” em seu depoimento; ele parecia extremamente assustado na hora que revelou o nome, e nós tivemos certeza de que precisávamos saber mais.

Pouco a pouco ele falou tudo, e então foi decidido que só eu e Edgar saberíamos disso até conseguirmos provas concretas de que Apolo existia.

- Olha eu sei que parece absurdo, mas aquela mulher... Tali, ela não era advogada, ela pode trabalhar pro Apolo, ou pode estar atrás dele como nós.- falo me inclinando na cadeira de seu escritório.

- Não acha que ela pode simplesmente ser uma agente que estava atrás de Lionel?

- Duvido muito, mesmo sendo surpreendente que ele tenha sido preso do nada o que sugere que alguém revelou informações a inteligência italiana, mas Lionel é um boçal, não seria necessário alguém tão astuto quanto ela pra pegar ele.- falo pensativo voltando a me encostar na cadeira- Independente do lado pra qual ela trabalha nós precisamos achar ela, é nossa melhor pista, se trabalhar com ele podemos pegar ela e a fazer falar, caso esteja atrás deld podemos unir forças, ela é nossa melhor chance.

- Certo Anthony, vá atrás dela, vou fingir que está indo só por isso e não por estar com o orgulho ferido.- fala já gesticulando para que eu saia- você tem 2 semanas, se não achar volte para central e vamos procurar outra forma de pegar esse cara ok?

- ok, e não estou com o orgulho ferido, mas pode apostar que vou dar o troco- digo sorrindo

2 semanas é o que preciso pra achar ela, vamos começar...

Saio da sala do meu chefe e caminho direto pra sala da analista, pretendo usar o bilhete e as fotos que tirei dela para conseguir identificar Tali e descobrir quem ela é.

A sala está vazia praticamente, só uma pessoa trabalha nesse laboratório, Agnes Taylor, uma gênia em forense, uma mulher pequena  de cabelo ruivo e pele clara, e é única que pode me ajudar.

- Agnes tenho um trabalho pra você.- digo chamando sua atenção.

- Quão urgente é? Tenho mil trabalhos pra concluir ainda hoje- fala sem desviar o olhar pra mim.

- Preciso pra agora, chefe me deu duas semanas pra achar alguém, e não posso perder um segundo se quer.- quando termino de falar ela finalmente me olha, sinto seu olhar meu analisar por alguns segundos antes de finalmente dizer algo.

- É uma mulher né?- pergunta e afirma ao mesmo tempo.

- Sim, é, vai me ajudar ou não ?, E a propósito como descobriu.- digo

- Você está muito ansioso pra ser uma pessoa qualquer, sim, vou te ajudar, pedindo assim com tanta educação como eu poderia negar.- fala e reviro os olhos com seu sarcasmo.- preciso de tudo que puder, descrição, algo que possa conter DNA ou digitais, o que você tem?

- Tenho um bilhete, e algumas fotos, mas as fotos não mostram muito seu rosto- provavelmente ela sabia que eu estava vigiando ela desde o começo e soube evitar todas as minhas câmeras-  mas posso descrever ela, pra preencher as lacunas.