~ Capítulo 7 ~

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Tali Baker

- antes de começar, só saiba que mesmo que você não aceite a minha proposta não pode contar nada disso pra ninguém.- falo e observo Anthony arquear a sobrancelha.

- E se eu contar, você vai me matar. – fala fingindo uma preocupação.

- Não... Eu não, isso é serviço pequeno. – falo e logo bebi um gole do meu vinho. – olha eu tô brincando.- digo quando ele bufa em resposta.- ninguém vai te matar por que ninguém vai acreditar em você de qualquer forma, agora fica quieto que eu vou te contar.

- Ok madame, diga, e por favor sem showzinho ok, você é cheia de fazer teatro.- fala debochando.

- estou verdadeiramente ofendida Sr Doyle, eu nunca faço teatro.- falo de forma afetada pra irritar ele.- ok, vou ser breve.

Com o fim da segunda guerra ouve na Europa uma reunião dos líderes dos países  europeus que lutaram contra a Alemanha e seus aliados, nessa reunião eles chegaram a conclusão de que eles tinham que se unir de alguma forma pra evitar que outra guerra acontecesse, e aí criaram a A.D.P.M (Agência De Prevenção Mundial), os países mandaram seus melhores homens pra essa agência, e começaram a trabalhar em conjunto. Estava tudo indo lindamente, nós pegavamos malucos genocidas, políticos corruptos que visavam lucro na guerra, empresários, qualquer um que ameaçasse a “paz” da época, ? Mas foi tudo por água abaixo na guerra fria, nossos agentes foram massacrados enquanto tentavam de alguma forma evitar que EUA e a a Rússia, como é chamada atualmente entrasse em guerra armada e criassem um verdadeiro caos no mundo novamente. Depois do fim da guerra fria quase não haviam agentes, a maioria morreu em campo por que os americanos achavam que estávamos do lado da Rússia, e a Rússia que estávamos do lado dos Estados Unidos, e então houve outra reunião, e enfim foi decidido que os poucos agentes que sobraram iriam forjar suas mortes e continuar o trabalho da agência longe dos olhos de todos, e foi nesse momentos em que morremos pro mundo, nos tornando invisíveis por décadas, como ainda somos.

De certa forma nós crescemos e nos expandimos, colocamos pessoas infiltradas em quase todas as agências de inteligência que existem pra apagar nossos rastros e levarem o crédito quando pegamos o alvo da vez, por isso a Itália pegou Lionel, nós demos as provas que nosso agente lá dentro precisava e ele fez o resto, prático e fácil.

- E quem sabe disso atualmente? Só os governos europeus ?.- Tony pergunta terminando de beber seu conhaque.

- Não, não, hoje nós somos grandes, a maior parte dos países tem ligação com a gente, mas quase ninguém dos governos sabem, só as pessoas que realmente podem ajudar, nada de presidentes, só pessoas com poder pra nos acobertar e patrocinar as missões, mas pequenos de forma que não sejam alvo da mídia e do público.

- Certo, e você quer me levar pro meio disso? E se eu não aceitar ?.- Anthony diz com o cenho franzido

- Bem...- digo e apoio os cotovelos no balcão e coloco o rosto apoiado em minhas mãos. – se você não quiser não precisa entrar, mas vai ter que se afastar do caso, pegamos ele primeiro, e ele está atuando em solo europeu, você não tem jurisdição aqui Tony.- falo e vejo sua expressão nada boa.- Mas eu tenho uma proposta, você trabalha comigo primeiro e depois você decide se vai ou não vir pra nossa agência.

- certo, uma colaboração entre agências então ?.- ele indaga com uma sobrancelha erguida.

- Não, você não vai informar isso pro seu chefe e nem pra ninguém do FBI, vai trabalhar com a gente como um agente em teste, o máximo que vai fazer é consultar seus contatos de fora do FBI, mas nada além disso.

- Eu tenho um chefe sabia ? Ele vai querer saber o que estou fazendo.

- Eu também tenho uma chefe, ela cuida disso pra você, agora se você aceitar vamos só esperar a aprovação da sua integração a equipe que enviei pra minha agência e pronto, você está dentro. Na realidade eu esperava que você demorasse mais tempo pra chegar aqui, meu plano era já estar com a aprovação, mas não faz mal... Enfim, o que me diz, temos um acordo? – falo e ficamos nos encarando enquanto ele pondera antes de me responder

- Temos.- diz e após um tempo e estende mão pra mim por cima do balcão que aceito de imediato, mas ele aproveita a oportunidade e puxa minha mão pra mais perto, e se inclina em minha direção e diz em um sussurro.-  Mas nem pense em me prender em algum lugar de novo e ir sozinha fazer o serviço, se não eu...

- Você o que Tony ? Supera isso, eu deixei a almofada lá pra você não ficar com vergonha, uma almofadinha linda, Tony almofadinha, esse pode ser seu codinome, o que acha ?.- falo sorrindo e vejo seu rosto se contorcer de raiva e noto um leve rubor em suas bochechas.

- Alguém já te disse que você é insuportável?.- fala largando minha mão e voltando a ficar sentado ereto.

- Leon diz sempre, mas eu não levo muito a sério, vocês homens são muito mal humorados.- falo e ele revira os olhos.

- Como você entrou nisso? – ele fala se levantando pra pegar uma taça no armário que eu havia pegado antes.

- meu tio era um agente aposentado quando vim pra Londres, ele me treinou desde os 10 anos pra fazer o exame pra academia, todo filho de agente pode fazer, e como eu morava com ele eu tive a oportunidade.

- Quantos anos você tinha ?- fala visivelmente curioso, já sentado de volta no banco de frente pra mim.

- eu fiz o exame aos 16 como todo mundo, mas me formei 2 anos antes, aos 18.

- Espera, você é agente desde os 18 anos ? Quem manda uma adolescente pra uma missão, isso é loucura.- Anthony fala servindo o vinho em sua taça

- Verdade.- digo rindo do seu choque.- Mas eu sou boa, treinei muito, eles já não tinham nada pra me ensinar que pudesse ser aprendido numa sala ou em um campo com outros da minha idade, eu precisava de experiência, então me mandaram pra termina meu treinamento já em campo, foi quando conheci Leon e ele me ensinou a prática que me faltava e me ajudou a adquirir experiência.

- Por isso ele diz que você é como uma irmã pra ele.- diz e vira todo o vinho do copo.

- Bem, ele é um irmão pra mim também.- falo girando minha taça em minhas mãos.- Eu li a sua ficha, é um dos melhores do FBI, vive para trabalhar.

- Não é isso, eu só gosto do trabalho, sinto que estou ajudando a melhorar as coisas um pouco.- fala pensativo.

- Eu sei como é, não sei o que faria se não fosse agente.

- Nisso somos parecidos, não consigo me imaginar fazendo mais nada. – fala e nosso olhar se cruza e um silêncio se estabelece antes dele voltar a falar.- Eu deveria ir embora... Mandei minhas malas pro hotel e vim direto pra cá, preciso descansar um pouco. – Tony fala e se levanta.

- Certo, vou te dar uma carona, ainda está chovendo.- digo me levantando também.

- Eu ficaria grato.

Pego minhas chaves e saímos pra pegar o carro que estava parado na frente de casa. Ele me diz o hotel e guio o carro pelas ruas em silencio, porém ele o corta quando paramos em frente ao seu hotel.

- Por que estava andando por ai na chuva se tem um carro?. Indaga

- Eu só... Gosto de andar por ai as vezes.- respondo e ele assente como se entendesse e fizesse o mesmo.

- Obrigada pela carona.- ele fala já fora do carro apoiado na janela.

- Por nada, agora vai, e não invade o quarto de ninguém pra não acabar amarrado de novo.

- Pode ficar tranquila, se eu entrar no quarto de alguém agora sou eu quem vou amarrar - fala e sorri sacana pra mim e vai em direção a entrada do hotel.

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Cap de hoje entregue.

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Bjss povo lindo

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