Anthony Doyle
Durante o tempo em que fiquei algemado naquela escadaria eu pensei, pensei no que Tali havia me dito, eu talvez fosse o melhor onde eu estava, mas eu preciso de mais pra enfrentar o que está por vir, preciso ser melhor, e eu seria.
Pensei em Tali também, simplesmente não fazia sentido continuar sentindo uma falsa raiva, eu gosto dela, gostei dela no dia em que chuto as bolas do Lionel, e mesmo eu não querendo admitir muito eu a admirei em todos os momentos seguintes, mesmo não fazendo ideia de como funciona sua cabeça, e apesar das brincadeiras, na verdade principalmente pelas brincadeiras eu cheguei a conclusão que lutar contra a ideia de gostar dela era patético, e então decidi fazer o que Leon me disse, jogar o jogo dela.
Mas eu ainda vou me vingar por Itália.
Adormeci pensando nos planos pro outro dia, acabar com Leon seria divertido, ele jurou que podia acertar um alvo na orelha na distância que eu escolhesse, pois bem eu também posso fazer isso, então apostamos que quem acertasse um alvo na orelha na maior distância venceria.
O dia amanheceu frio, e com a competição logo pela manhã vesti calças jeans e um moletom verde escuro e botas. Assim que saio do quarto vou pro refeitório tomar café da manhã, Leon e Tali já estão sentados a mesa que costumamos nos sentar perto da janela.
- bom dia.- digo e eles respondem.- pronto pra perder Leon?
- Você não deveria estar tão confiante, nem me viu atirar ainda, é uma pena estar frio, eu não queria que você pegasse um resfriado entrando na banheira com gelo.- fala rindo enquanto adoça seu café.
- Você também nunca me viu atirando, então comece a rezar pro tempo virar até a hora de você receber seu castigo.- falo no mesmo tom que ele.
Continuamos conversando pra entrar em um consenso sobre a arma que nós iremos usar, mas noto que Tali só toma seu café em silêncio, geralmente ela é tão alegre e está sempre falando e fazendo piadinhas, penso que Roger a esteja preocupando, ontem ficou claro que a presença dele a deixa nervosa e fico pensando em que tipo de coisas idiotas aquele babaca vai dizer pra ela dessa vez.
Depois de terminar o café fomos buscar as armas, ficou decidido que seria um rifle semi automático com mira telescópica, e assim estávamos com as armas em mãos e rádios comunicadores pra falarmos com Tali que ficaria em solo checando cada tiro e fazendo a pontuação fomos pras ruínas que já haviam sido preparadas de ante mão com os bonecos de treinamento.
Leon e eu nos posicionamos no mesmo prédio e fomos pra janela da frente do prédio mais alto, o primeiro alvo seria a 2 metros, fácil, ambos acertamos e se seguiu assim até os 14 metros.
- Ok meninos, último alvo, 16 metros, se os dois acertarem vamos parar por aqui e considerar os dois muito fodas e cabo.- tali diz pelo rádio comunicador.
- certo.- eu e Leon respondemos ao mesmo tempo.
Eu fui primeiro, ajeitei a arma de frente pra janela, pela mira avistei o alvo, considerei o vento que estava razoável, e apertei o gatilho.
Após um tempo ouvimos a voz de tali novamente.
- Tony acertou.- comemorei internamente e então foi a vez de Leon.
Ele fez o mesmo percurso que eu, mas eu notei a hora em que o vento começou a aumentar, Leon foi muito rápido e não calculou bem a rota da bala, e atirou. Na hora seu rosto evidenciou que ele sabia que tinha errado, e pelo binóculo eu também tinha visto, e logo a confirmação de Tali veio.
- Pois é Leonzinho, não foi dessa vez.- tali diz e Leon abaixa a cabeça em negação e eu dou um grito de vitória.
- Pois é Leonzinho, você perdeu, mas vou ser um cara legal com você, tem algo que eu quero mais do que ver você de cueca numa banheira com gelo.- digo e ele arqueia uma sobrancelha pra mim.
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Pegue-me Se Puder
RomanceNão espere uma sinopse, histórias de espiões foram feitas para serem lidas no escuro.